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RESUMO DO TEXTO “O VERISMO E A FANTASIA DAS CRIANÇAS” DE REGINA ZILBERMAN.

Por:   •  13/2/2016  •  Resenha  •  514 Palavras (3 Páginas)  •  942 Visualizações

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O gênero infantil passou por um período de estagnação nos anos 50 e 60, passando na década de 70 por um processo de renovação com o aparecimento de bom número de novos autores.

O aparecimento desses novos autores não significou necessariamente que todos fossem renovadores ou que tivessem boa qualidade literária. Contudo, ao menos se evidenciou uma orientação comum no grupo de escritores que se impôs, coletivamente pode-se dizer, um programa determinado, dispôs de uma editora especializada e foi recebido pela crítica como a vanguarda da literatura infantil brasileira. Tratou-se da adoção de um programa de perspectiva realizada na criação dos textos, ao mostrar a vida “tal qual é” ao leitor mirim.

Patenteia-se o proposito verista desses textos, o que demonstra a coincidência dessa orientação dada á produção destinada ás crianças e o desenvolvimento da literatura brasileira daqueles anos, em que se verificou a preocupação com a fotografia da sociedade brasileira, principalmente dos segmentos populares urbanos, traduzindo sua linguagem e visão no mundo, no sentido de denúncia de uma realidade imediata.

Essa literatura infantil realista foi alvo da avaliação de críticos literários, que destacaram alguns aspectos como: o fato do escritor constatar que o recebedor virtual do livro infantil, a criança, não é o mesmo de antigamente ,o que motiva a criação de obras diferentes; os autores de obras infantis devem manter as crianças próximas da realidade, abordando problemas sociais imediatos ,o que resultará em obras mais realística e social; Tais obras devem ter a capacidade de ampliar a visão de mundo das crianças, contudo evitando-se alguns assuntos polêmicos e inadequados para sua faixa etária.

Assuntos como vida familiar (separação dos pais, por exemplo),poluição ambiental, desigualdade social dentre outros, quando abordados em livros infantis  acabam gerando uma série de problemas não resolvidos como: a impossibilidade de esclarecer as causas das irregularidades denunciadas quando se trata sobretudo de questões sociais; o ponto de vista com a história é narrada é sempre o do adulto, não o da criança, traduzindo uma dificuldade permanente da literatura infantil e que depõe contra ela, uma vez que a torna um meio de manobrar o pequeno leitor e incutir-lhes suas idéias.

As questões citadas anteriormente se colocam a todo aquele que se dispõe a fazer livros para crianças que agudizem a sua visão de mundo, sendo concomitantemente emancipatórios. No entanto, se faltam á criança um senso do real mais desenvolvido, vivencias mais profundas e um conhecimento que lhe permita decodificar apropriadamente sua circunstância, não se pode esperar que uma literatura infantil rigorosamente realista preencha o efeito desejado,pois para tanto teria de contar com o que ainda não existe.

É talvez o recurso á fantasia que pode ocupar essa lacuna, mas, neste caso, trata-se da renúncia ao pressuposto realista. Isso significa que, à literatura infantil, cabe proceder á virada que tem caracterizado a produção narrativa dos últimos anos, apropriando-se dos recursos ficcionais vinculados ao fantástico.

ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola.11 ed. rev. Atual. e ampl.São Paulo:Global,2003.

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA-LICENCIATURA PLENA

DISCIPLINA: LITERATURA INFANTO-JUVENIL

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