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Relato de Experiência Pedagógica

Por:   •  13/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.307 Palavras (6 Páginas)  •  415 Visualizações

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Relato de Experiência Pedagógica

Durante o 2° semestre, na Escola Municipal Áurea Regina Ferreira, participamos do Projeto para  Olhar à  vida, o início dela, a formação, as etapas que já passaram até o momento. A estrutura familiar, a questão genética, um incrível mundo dentro de si a ser descoberto. Pode-se afirmar que a minha gravidez, descoberta em maio deste ano, serviu de disparador para estes estudos. Não imaginava que a turma fosse se envolver tanto! Na verdade, me surpreendi com o comportamento das crianças conforme o tempo foi passando. Imaginei no início que esta notícia seria mais uma entre tantas novidades que chegam todos os dias na roda de conversa e que as crianças se acostumariam com a ideia e não se envolveriam ao ponto que se envolveram. Mas, conforme o tempo foi passando as perguntas iam aumentando:

- Mari, sua barriga não vai crescer?

- Será que é menino ou menina? Vamos fazer um cartaz com os palpites e ver quem acerta?

- Quando vai nascer?

- Você não vai ser mais nossa professora?

- Mari, você precisa comer, pro seu bebê crescer. Trouxe um lanche para você!!!

- Quanto tempo o bebê fica na barriga?

- Tenho uma dica para você: no quarto do bebê precisa ter um bercinho e uma caminha para você

dormir do lado. Na minha casa era assim!

- O leite da vaca é igual ao leite que sai do peito da mãe?

- O bebê golfinho tem bico? Será que machuca a barriga da mamãe golfinho?

- Minha tia está grávida e o bebê dela já mexe, porque seu bebê não mexe?

- Mari, sabia que eu já estive dentro da barriga da minha mãe? Quer ver, trouxe uma foto de quando

eu estava lá dentro!

E no dia seguinte: Muitas fotos de ultrassons apareceram também!

- Mari, você já viu seu bebê na barriga? Traz uma foto para a gente ver? Tem o filme?

- Viva, é menina! E tem nome: Gabriela! Igual a Gabi da nossa classe, mas a sua é menor, né? De que

tamanho é?

- Sua barriga está crescendo, que tamanho a bebê está?

- Deixa a gente sentir ela mexendo? Vou trazer chocolate para você comer e ela mexer!

E eles traziam! De repente a bebê começava a mexer e parávamos tudo que estávamos fazendo para que as crianças pudessem colocar as mãos na minha barriga e sentir os movimentos que nela estavam acontecendo. Diante desta movimentação, foi impossível não me deixar envolver pelo tema. Até porque a gravidez para mim também estava sendo motivo de grande encantamento!Aproveitei a oportunidade, o interesse e começamos a nos aprofundar na história de vida de cada uma das crianças.Como éramos quando bebê, o que fazíamos, o que gostávamos. A diferença entre bebês e crianças de 6, 7 anos. Aprendemos um pouco sobre a questão genética familiar, a estrutura de cada família, que pode ser diferente uma da outra, dos filhos que nascem da barriga e dos adotivos (que nascem da barriga também, claro, mas de outra pessoa). Entendemos um pouco sobre a árvore genealógica e cada um construiu a sua.Entender a própria história facilita o processo da criança de reconhecimento do mundo externo, daquilo que a cerca. Ajuda a se encontrar e compreender inicialmente seu papel na sociedade. Muitas contribuições surgiram pelo caminho. Uma delas foi a visita de Simone, mãe da Letícia. Simone é fisioterapeuta e tem em casa um estetoscópio (instrumento que facilita a audição de sons internos do nosso corpo). Letícia convidou a mãe para vir à escola e tentar ouvir o coração do bebê que está na minha barriga.

Não conseguimos ouvir o som do coração do bebê, mas a turma aproveitou o instrumento para perceber os diferentes ritmos do nosso corpo: ouvir um coração acelerado, um mais calmo, a necessidade do silêncio para perceber sons de dentro do nosso corpo. Que interessante foi este momento. Agradecemos a visita, Simone!

Simone orientando e acompanhando a exploração do estetoscópio. As perguntas não terminavam, a curiosidade só aumentava e chegava a hora de fazer a escolha do livro que usaríamos como leitura monitorada do semestre. Pesquisei e busquei alguns livros que falavam sobre família, avós, bisavós, que explicavam a mistura entre as raças, mas não estava totalmente convencida. Até que me lembrei de um livro que li na infância, numa dessas propostas da escola de leitura monitorada: “A Curiosidade Premiada”

(Fernanda Lopes de Almeida). Escolha perfeita para a turma! Eles adoraram o livro, muitos conseguiram acompanhar o texto á realizando a leitura, outros descobriram a possibilidade da junção das sílabas nos diálogos, escritos em letra bastão para começarem a se arriscar na leitura e foi um sucesso. A temática, o enredo e a estrutura da narrativa envolveu muito a turma. Eles se reconheceram como “Glorinhas” – personagem principal do livro.

Glorinha era muito “perguntadeira”, queria saber de tudo e mais um pouco. Sua família estava cansada de responder as perguntas e muitas vezes não sabiam as respostas. Descobriram então, que Glorinha corria um sério risco de explodir caso ficasse entupida de perguntas sem respostas. Sendo assim, com a ajuda de “Dona Domingas”, uma velhota muito sábia, todos começaram e perguntar e pesquisar sobre suas curiosidades.

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