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Relato de experiência

Por:   •  10/6/2015  •  Resenha  •  434 Palavras (2 Páginas)  •  174 Visualizações

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Eu Alcione Supeletto Vicentini vou relatar uma experiência na qual vivenciei durante  três anos na escola onde trabalhava com secretária escolar, por ser uma escola de interior temos contato uns com os outros. No Ano de 2011 preenchi a ficha de matricula de uma criança chamada Pedro Henrique  com 5 anos. Ao chegar à escola a criança corria de uma  lado para outro e gritava o tempo todo, não fixava o olhar para ninguém, percebi que não tinha nenhuma socialização e apresentava  alguma deficiência, achava que  era surdo, pois não entrava  na sala de aula, não entendia  as regras do ambiente escolar, enfim não atendia nenhum comando.  Como ficava muito no pátio, passou a ter muito contato comigo, gostava de sentar na minha cadeira e ficar girando o tempo todo, foi através desse contato que a parte pedagógica descobriu que tinha fascínio por objeto redondo  e que girasse. Mexia na minha bolsa muitas vezes procurando comida, sempre comia meu lanche, mas com o passar do tempo ensinei a ele pedir, fui fazendo entender que nem tudo ele podia pegar para comer. Foi muito difícil, pois, quando qualquer pessoa falava não, ficava nervoso e agressivo.

Com observação no ambiente escolar e acompanhamento de médicos foi identificado autismo, mas durante o tempo que permaneceu na escola percebia grande avanços na área de aprendizado e principalmente a socialização no ambiente escolar, pois passou a ter uma atenção especial por todas as áreas dentro da escola, passando a ter uma interação com os funcionários. Gostava de me abraçar e beijar e sentar no meu colo todas as vezes que me via. Passou a acompanhar as regras da escola, passava o recreio o tempo todo na minha sala. Quando realizava os comandos da professora e cuidadora, como pintar, contornar o nome dele, logo queria trazer para me mostrar. Quando começou a falar as letras  do alfabeto, falava  a letra e pegava no meu rosto para  repetir o que  ele tinha falado. No final do ano recebi um colar de barbante e um cartão escrito o nome dele, feito por ele. Percebi como era importante minha atenção para com ele, pois de uma maneira pequena meu contato com ele fez ele crescer como pessoa, ajudando na sua socialização.

Foi uma experiência maravilhosa para meu crescimento profissional e afetivo, entendendo como é possível trabalhar uma criança com suas limitações e a amar uma criança que a princípio parecia não ter nada para oferecer. Entendendo que a paciência, o amor e a perseverança de todos os dias, podemos vencer nossas limitações.

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