Relato de uma professora

Experiência de uma professora na educação inclusiva

Em 2014 durante meu estágio no jardim de infância CMEI eu tive a oportunidade de conhecer a Mariana, uma menina com síndrome de rett. Era uma menina linda com um sorriso encantador, fui me aproximando dela, um pouco por curiosidade para tentar entender o que ela tinha e como poderia ajuda-la, ela não era da minha sala, mas meu interesse por ela era visível a todos, sempre que tinha um tempo livre me aproximava, foi assim que em um final de expediente fui surpreendida pela mãe de Mariana e a coordenadora da escola que propuseram que eu trabalhasse com Mariana no turno contrário duas vezes por semana. Disse que havia percebido meu carinho por ela e que ela ficava mais calma quando me via. Sabendo que seria um grande desafio que teria que trabalhar sozinha e com pouco conhecimento pois na escola não havia professor qualificado, por ser escola de interior com poucos alunos nunca havia tido essa preocupação. Pensei em recusar, porem a vontade de aprender mais sobre a educação especial inclusiva e poder contribuir com seu desenvolvimento escolar foram maiores que meus medos. Aceitei o desafio.

Fui para casa comecei a estudar sobre a síndrome descobri que a síndrome de Rett é uma doença neurológica que afeta principalmente o sexo feminino clinicamente é caracterizada pela perda progressiva das funções neurológicas e motoras após um período de desenvolvimento normal, que vai de (6 a 18 meses), após essa idade as habilidades adquiridas como (fala, capacidade de andar e uso intencional das mãos) são perdidos gradativamente e surgem estereótipos manuais. (Movimento repetitivos e involuntários das mãos) que é a característica marcante da doença.

A Mariana estava no estágio 2 da doença que é o período de regressão e geralmente o período em que o diagnóstico é concluído. (De 2 a 4 anos).

Comecei a estimular a Mariana com brinquedos coloridos, apesar de não poder segurar por muito tempo era visível a alegria dela, com brincadeiras, histórias e principalmente com músicas sempre respeitando seus limites. Meu trabalho vem proporcionando a Mariana a sua superação ela tem conseguido fazer coisas que jamais imaginamos que seria possível, a cada dia de trabalho com Mariana eu me sentia mais fortalecida e, convencida do caminho a seguir. É um trabalho apaixonante e gratificante trata-se de uma experiência única.

Foi neste exercício de ação e reflexão que desenvolvi o prazer de estar em sala de aula. Percebendo a relação professor- aluno cada vez mais próxima, aumentando a cada dia a carga afetiva, o carinho reciproco.

A Mariana toda a minha admiração e saber que fiz o dia dela um pouco mais feliz é a minha maior gratificação.