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Resumo do texto "Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas"

Por:   •  8/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.763 Palavras (8 Páginas)  •  7.659 Visualizações

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RESUMO DE TEXTO

 Título

 Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas.

 Referência bibliográfica

MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

 Temas (temáticas)

 O multiculturalismo e os desafios que apresenta ao professor, a identidade, a questão racial, as relações de gênero na educação, a sexualidade, o candomblé na escola, as culturas juvenis, e o conhecimento escolar.

 Palavras-chave

 Multiculturalismo. Diversidade cultural. Procedimentos pedagógicos.

 Objetivo geral

 Socializar discussões, estudos e princípios norteadores de procedimentos pedagógicos em que questões referentes à identidade, raça, gênero, sexualidade, religião, cultura juvenil e saberes que circulam na escola constituem os motes (p.8).

 Objetivos específicos

 - Oferecer alguns elementos para aprofundar na compreensão das relações entre educação e cultura(s), particularmente nas sociedades multiculturais em que vivemos (p.13);

 - Discutir as concepções de identidade e diferença e apresentar possíveis formas de se lidar com essas temáticas na sala de aula (p.8);

 - Mostrar, a partir de uma breve discussão sobre o conceito de gênero, como ele pode ser útil para entender e atuar sobre os problemas de desempenho escolar ou as dificuldades de aprendizagem (p.91);

 - Trazer elementos que possam contribuir para a compreensão dos contextos culturais de experimentação da vivência do tempo de juventude (p.182-183);

 - Retomar a dúvida expressa por Michael Young no contexto das inquietações dos tempos pós (p.215).

 Fontes

 Gómez (1994; 2001); Silva (2000); Moita Lopes (2002; 2003; 2006); Scott (1990; 1992; 1994); Rosemberg (1982; 1990; 2001); Beniste (2001; 2006); etc.

 Metodologia

 Pesquisas bibliográficas e pesquisas de campo, as quais foram realizadas por meio de entrevistas e observações.

 

 Principais ideias do texto

O presente texto consiste em uma coletânea de oito artigos que aborda o multiculturalismo em educação, e objetiva socializar discussões, estudos e princípios norteadores de procedimentos pedagógicos em que questões referentes à identidade, raça, gênero, sexualidade, religião, cultura juvenil e saberes que circulam na escola constituem os conceitos a serem comentados.

O foco do primeiro artigo, cuja autoria é de Vera Maria Candau, consiste no multiculturalismo e os desafios que apresenta ao professor. Neste trabalho, a autora faz referência a três abordagens multiculturais que considera fundamentais, as quais são: o multiculturalismo assimilacionista, o multiculturalismo diferencialista ou monoculturalismo plural, e o multiculturalismo interativo, também chamado interculturalidade. E apresenta um posicionamento favorável em relação à última abordagem citada, a qual implica aceitar: a inter-relação entre diferentes grupos culturais; a permanente renovação das culturas; o processo de hibridização das culturas; e a vinculação entre questões de diferença e de desigualdade. Ao considerar que a diferença está na base dos processos educativos, Candau sugere possibilidades pedagógicas para que uma educação intercultural escolar seja desenvolvida: reconhecer nossas identidades culturais; desvelar o daltonismo cultural presente no cotidiano escolar; identificar nossas representações dos “outros”, e conceber a prática pedagógica como um processo de negociação cultural.

O segundo artigo, cujo autor é Antonio Flávio Moreira, focaliza um dos temas mais discutidos nos estudos multiculturais ‒ a identidade, a qual é definida como “[...] um processo de criação de sentido pelos grupos e pelos indivíduos” (STOER E MAGALHÃES, 2005 citado por MOREIRA, 2008, p. 41). Tendo como base a teorização desenvolvida no âmbito dos estudos culturais, o autor discute as concepções de identidade e diferença, as quais estão associadas intimamente, pois a definição do que somos está relacionada ao que não somos. E apresenta determinadas metas e estratégias necessárias para o ato de lidar com a identidade e a diferença na sala de aula, como, por exemplo: procurar aumentar a consciência das situações de opressão que se expressam em diferentes espaços sociais, propiciar ao/à estudante a aquisição de informações referentes a distintos tipos de discriminações e preconceitos, estimular o desenvolvimento de uma imagem positiva dos grupos subalternizados, entre outras. Moreira ilustra, ainda, por meio de pesquisa realizada em uma sala de aula de leitura de uma escola pública, localizada no município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, como existe a possibilidade de envolver os alunos em discussões sobre raça, gênero e sexualidade, com o objetivo de desafiar representações hegemônicas.

Nilma Lino Gomes relata, no terceiro artigo, que sérios obstáculos à formação de uma consciência coletiva que apresente como eixo de ação política a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, são constituídos pelo racismo e a desinformação sobre a influência africana no Brasil. Ao considerar a Lei 10639, que foi sancionada em 9 de janeiro de 2003 pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e instituiu a obrigatoriedade do ensino de História da África e de Cultura Afro-brasileira nos currículos dos estabelecimentos escolares públicos e particulares da Educação Básica, a autora ressalta o quanto a vitória das lutas do Movimento Negro no Brasil é refletida por essa inclusão. Gomes destaca, também, aspectos positivos da nova legislação, por exemplo: a incorporação da superação das desigualdades raciais como uma das tarefas do Estado brasileiro, e a possibilidade de construção de projetos pedagógicos interdisciplinares nas escolas, além de alertar para cuidados a serem tomados na implementação dessa legislação.

O quarto artigo, cuja autoria é de Marília Pinto de Carvalho, tem como foco a discussão das relações de gênero na educação, acentuando a necessidade da consideração de questões relacionadas à sexualidade, tendo em vista que a maior parte dos professores da Educação Básica, no Brasil, é formada por mulheres. A autora realizou uma pesquisa sobre a percepção de professoras do Ensino Fundamental, as quais trabalhavam em uma escola pública do município de São Paulo, em relação ao desempenho escolar de meninos e meninas. A dificuldade em definir com clareza os objetivos curriculares e os critérios a serem utilizados na avaliação, fez com que essas professoras recorressem a repertórios e valores pessoais, marcados pelos preconceitos de classe, raça e gênero que são percebidos no senso comum. Um exemplo disso é o fato de uma das professoras que participaram da pesquisa ter classificado como brancas a maioria das crianças citadas por ela como “bons alunos”. Carvalho finaliza seu texto com a conclusão de que é impossível enfrentar os problemas centrais da educação escolar brasileira, sem uma apropriação adequada do conceito de gênero.

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