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SÍNTESE PROFESSORES E PROFESSAUROS - PARTE I

Por:   •  4/9/2019  •  Resenha  •  1.209 Palavras (5 Páginas)  •  1.818 Visualizações

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI

CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

7º SEMESTRE – 2019.1

ESTÁGIO III - PROF. PAULA CORDEIRO/ PROF. ADRIANA SIMIÃO

ALUNA: BRÁULIA FRUTUOSO GOMES

SÍNTESE

ANTUNES, Celso. Professores e professauros: Reflexões sobre a aula e práticas pedagógicas diversas. Petrópolis: Editora Vozes, 2007.

PARTE 1

O autor inicia nos convidando a pensar que um ser de uma galáxia com progresso material e moral mais avançado que o da Terra disfarça-se de um estudante terráqueo e após muitas observações prepara um relatório identificando dois profissionais bem distintos: “professores” e “professauros”, onde identifica neste último, formas de pensamento comuns ao período cretáceo.

Nesse relatório, o autor vai destacando os diferentes posicionamentos dos dois tipos de profissionais, em relação a alguns pontos, como por exemplo: quanto ao ano letivo que se inicia, quanto aos saberes que se trabalha, quanto às aulas que deverão ministrar e etc, sempre caracterizando os professores como aqueles que gostam da educação e sua profissão, e os professauros como sendo o oposto: aquele profissional que não evoluiu e se sente infeliz na área que está atuando.

Durante muito tempo, acreditou-se que o professor era o centro do processo de ensino e o aluno apenas o receptor de saberes e que um excelente professor era o que mais sabia e não quem melhor ensinava, pois a aprendizagem era responsabilidade do aluno.  A essa dinâmica de ensino, Paulo Freire conceituou como Educação Bancária, na qual a educação se torna o ato de “depositar conhecimentos. Celso Antunes revela que, mesmo passados trinta anos, esta maneira de pensar ainda perdura nos dias de hoje em muitas escolas, pois nem todos os dinossauros foram extintos.

A partir das críticas existentes ao processo de ensino-aprendizagem, surge entre os séculos XIX e XX o movimento Escola Nova, que é resultante de movimentos pedagógicos que tinham como escopo combater o enquadramento autoritário do ensino da época. O processo de difusão desse movimento se deu através da formação de questões instigantes e pensamentos que questionavam a escola convencional e que se mostrava em obras e ações de diversos estudiosos. Porém não destruiu tudo quanto à escola convencional tinha postulado.

Quando imaginamos algo relativo à aula, pensamos em uma sala fechada onde os alunos ficam engaiolados. Segundo o autor, o conceito de aula como espaço físico se choca com a realidade, tendo em vista que não existe uma única maneira de se ministrar aulas. E ele ainda nos sugere fugir das raízes etimológicas da palavra aula e buscar o conceito em um sentido desejável, pois no dicionário comum, onde aula é associada a trabalho que remete a tortura, e no dicionário etimológico as coisas pioram, pois aula é gaiola, curral. Então a aula não precisa ser especificamente nesses espaços, o autor nos diz que a aula pode ser em qualquer espaço, ao ar livre, em que os alunos sintam-se motivados para aprender, não importando sua idade.

Nessa ocasião, as palavras ensinar e aprender ganham novos significados e novos formatos, tanto para os discentes quanto para os docentes, onde o primeiro deixa de ser mero expectador e passa a ser efetivamente um protagonista e no decorrer  da aula são desenvolvidas estratégia sem que necessite perguntar, responder, analisar e aplicar.

Conhecimento e informação, nos diz Celso Antunes, são palavras que se confundem. E ressalta que as informações são essenciais ao currículo e a sua retenção pelo aluno somente se justifica em duas condições: 1) quando representam elos essenciais para que com as mesmas se possam construir informações novas e 2) quando o aluno pode transformar a informação em conhecimento. E mais uma diferença entre a escola convencional e a Nova Escola é exposta: na primeira, a informação era propriedade do professor, e nos dias de hoje, a informação é válida quando se transforma em conhecimento.

Nesse sentido, continua indagando: o que é ensinar? E nos mostra que é um erro acreditar que a arte de ensinar se confunde com a arte de instruir, salientando que instruir tem aspecto negativo e positivo, pois exclui a criatividade e é pautado em regras que devem ser seguidas a risca, e ensinar significa dizer ajudar e apoiar os alunos a confrontar uma informação significativa e relevante. Para quem recebe uma instrução, uma informação é apenas um signo, enquanto para quem aprende ela expressa um código de uma repetição.

As provocações permanecem no decorrer do texto, tais como o que é aprender e como essa definição mudou ao longo do tempo, pois tempos atrás aprender era um processo através do qual se acessava um saber exterior ao sujeito, e nos dias de hoje se tem consciência que a aprendizagem pode ser feita sem o professor.

Posteriormente, ele questiona como saber se o aluno aprendeu para então abordar sobre as formas de avaliação. Exemplificando com uma avaliação física, o autor propõe um modelo de avaliação do desempenho instigada pela professora e realizada pela própria aluna, pois a avaliação não representa um instrumento de propriedade do professor que se aplica ao aluno, mas, sim, estímulos à auto-avaliação na qual o aluno é instigado a perceber seu progresso, sua evolução. E cabe ao professor não confundir adestramento com aprendizagem significativa.

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