SALA DE AULA: RELAÇÕES DE PODER E AUTORIDADE
Por: Graciene Oliveira • 14/4/2017 • Resenha • 639 Palavras (3 Páginas) • 338 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO CBH/UEMG
CURSO DE PEDAGOGIA – VII E - NOITE
GRACIENE PEREIRA DE OLIVEIRA
RESENHA DO TEXTO: INVENÇÃO DA SALA DE AULA
SALA DE AULA: RELAÇÕES DE PODER E AUTORIDADE
A maneira como é organizada a sala de aula e a disposição das cadeiras representam formas de governo dos corpos e das almas, há sempre uma ideologia por trás de tais práticas, visto que o poder e a autoridade estão intrínsecos na posição social ocupada pelo professor na sala de aula.
O uso consciente dessa autoridade (aquilo que faz crescer, que aponta para o caminho bom e justo) que não deve ser confundida com autoritarismo (imposição de algo pela força), é importante por questões de ordem, além de direcionar e orientar professor e aluno no processo de ensino aprendizagem.
O texto traz alguns apontamentos de Max Weber sobre autoridade na teoria social. De acordo com o tipo de controle que é exercido temos uma autoridade tradicional, que se refere às tradições e costumes de uma determinada sociedade. Legal-Racional é outra forma de dominação, caracterizada por regras, leis e estatutos reconhecidos pela sociedade ou organização, onde será definido a quem se deve obedecer e até quando obedecer, nesse caso a autoridade está no cargo ocupado e não na pessoa que o ocupa, e por fim a dominação carismática baseada na crença, dá-se em virtude ao apreço, devoção afetiva como a admiração pessoal ao dominador e a seu carisma, ou seja, suas qualidades, seus poderes. Os tipos mais puros são com o dominador na posição de profeta, herói guerreiro ou demagogo. Weber ressalta que o cerne da autoridade depende principalmente de sua legitimidade.
Contrários às ideias de Weber, para Freud e alguns membros da escola de Frankfurt, existe no ser humano a necessidade de acreditar em algo ou alguém, essa necessidade vai além de questões como credibilidade e legitimidade, isso explica como foi possível o apoio popular ao nazismo.
É apresentado no texto em questão, uma proposta de análise da autoridade pedagógica a partir do ponto de vista de Weber e Freud. Segundo a teoria Weberiana, os pedagogos que tem mais qualificação ocupam uma posição de comando e estes estariam exercendo uma autoridade legal-racional, enquanto o profissional que não tem tanto domínio de sua prática docente, mas faz-se de amigo dos alunos estaria exercendo uma dominação carismática.
Para os pensadores da segunda corrente o mais importante não foi considerado que é a necessidade de acreditar que o que a pessoa faz vale a pena, que é para um bem maior. Mas se levarmos em conta que a tarefa de ensinar tem algumas regras e restrições tradicionais, que dependemos de recursos e materiais, veremos que não somos tão livres para fazer nossas escolhas, temos uma liberdade condicionada.
Falando em autoridade e liberdade, as autoras finalizam esse capítulo com Jean Jaques Rousseau (considerado uma das figuras marcantes do Iluminismo francês) analisando uma de suas obras mais conhecidas Emilio ou da Educação, obra que fala sobre a educação de Emílio.
Para Rousseau tudo é bom quando sai das mãos do Criador - “Tudo é certo em saindo das mãos do Autor das coisas, tudo degenera nas mãos do homem” (ROUSSEAU, 1995, p.09), em seu ideal de educação a liberdade da criança deveria ser preservada, tendo em vista que para ele o primeiro de todos os bens não é a autoridade, mas a liberdade.
Rousseau defendia um estado ideal contrário escravidão e a favor da liberdade e valorização do individuo humano, onde a educação acontecesse de maneira natural, em que o discípulo (aluno) não fosse oprimido pelo mestre (professor), mas simplesmente auxiliado em desenvolver a sua humanidade originária, a compreender e a ser o que ela já é e virá a ser. Nessa perspectiva, o professor agiria pela presença e não pela autoridade.
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