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Sobre as contribuições da psicogênese da língua escrita

Por:   •  3/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.302 Palavras (6 Páginas)  •  265 Visualizações

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PEDAGOGIA (Licenciatura)

                   

Disciplina:

Fundamentos e Métodos do Ensino de Língua Portuguesa e Matemática

Tutor:

Alessandra Correa Farago

RA:

Aluno(a):

Turma:

Unidade:

Atividade: PORTFÓLIO CICLO 2

• Analisar as contribuições da psicogênese da língua escrita;

• Conhecer os equívocos e as consequências geradas pela má interpretação da psicogênese da língua escrita para o trabalho pedagógico de alfabetização.

Descrição da Atividade:

Faça a leitura do artigo “Psicogênese da Língua Escrita”, de Onaide Mendonça e, depois, escreva um texto crítico e reflexivo a respeito das contribuições, dos equívocos e as consequências geradas pela má interpretação da psicogênese da língua escrita para o trabalho pedagógico de alfabetização. Depois de concluir seu texto, poste-o no Portfólio.

Pontuação:

Valor: de 0 a 1,5 ponto.

Ferreiro e Teberosky, psicolinguistas argentinas, desenvolveram sua pesquisa com fundamentos psicolinguísticos, pois consideravam que a teoria piagetiana acumulava pesquisas insuficientes para dar conta da linguagem. Iniciaram em 1974 suas investigações, partindo da concepção de que para se adquiri conhecimento o sujeito deveria interagir com o objeto de conhecimento. As autoras constataram que a criança, antes de entrar na escola, tem ideias e faz hipóteses sobre o código escrito, descrevendo os estágios linguísticos que percorre até o desenvolvimento da leitura e da escrita.

Elas partem da suposição de que todo o conhecimento tem uma gênese e propõem as seguintes questões: “Quais as formas iniciais do conhecimento da língua? Quais os processos de conceitualização do sujeito (ideias do sujeito + realidade do objeto de conhecimento)? Como a criança chega a ser um leitor, no sentido das formas terminais de domínio da base alfabética da língua escrita?”.

No mundo há a presença de sistemas simbolicamente elaborados (como a escrita), imersa nesse mundo, a criança procura compreender essas “marcas especiais”, elaborando um sistema de representação. Ela progride regularmente nos problemas que enfrenta e nas soluções empregadas.

Os analfabetos adultos apresentam ideias e hipóteses sobre a escrita, mesmo antes do ingresso na escola. O analfabeto adulto sabe, inclusive, que a escrita é um sistema de representação e ponderam sobre ocorre tal representação. Apesar de o analfabeto adulto já ter superado o nível pré-silábico, sua “consciência de não saber” é forte e fazendo com que ele se sinta incapaz de fazer produções escritas, fazendo com que seja muito mais fácil conseguir que uma criança pré-alfabetizada escreva. No nível pré-silábico, a princípio, o aluno pensa que a escrita inclui desenhos, rabiscos, letras ou outros sinais gráficos, imaginando que a palavra redigida assim representa a coisa a que se refere.

A Psicogênese da língua escrita descreve, portanto, como o indivíduo se apropria dos conceitos e das habilidades de leitura e escrita, mostrando que o aluno, na fase pré-silábica do caminho que percorre até alfabetizar-se, não compreende que a palavra escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa representação se processa. Ele precisa entender o que a escrita representa, e a forma como essa representação é construída.

EQUÍVOCOS DA INTERPRETAÇÃO DA PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA

  • O equívoco da exclusão do ensino de conteúdos específicos da alfabetização: depoimentos (sobre o construtivismo, com base na Psicogênese da língua escrita), tanto dos orientadores institucionais, quanto dos docentes dessa proposta, apontam como a maior dificuldade para a sua implantação o abandono das “tradicionais” técnicas silábicas de análise e síntese, pela nova didática do nível pré-silábico.

A partir do referencial teórico da Psicogênese da língua escrita depreende-se que a escrita é uma reconstrução real e inteligente, com um sistema de representação historicamente construído pela humanidade e pelo aprendiz, embora ele não reinvente as letras e os números. Ainda segundo esse referencial, a alfabetização da criança é feita por ela mesma e é iniciada antes de estar na escola, e seus efeitos vão além da ação pedagógica. Durante ação pedagógica, a criança deverá desvelar a natureza da escrita, e, para tanto, deverá participar de atividades de produção escrita e interpretação, sendo o professor o mediador entre a criança e a escrita. O docente deverá, ainda, criar estratégias para facilitar o contato do aprendiz com esse objeto social, fazendo-o pensar e agir sobre ele.

No livro, Alfabetização em classes populares: didática do nível pré-silábico (1985), Esther Pillar Grossi tece uma crítica à didática silábica, somente no caso de ela provocar a “queima” da etapa pré-silábica:

Uma criança no nível pré-silábico, não pode ser conduzida a análises silábicas porque, sendo incapaz de compreendê-las, perde a lógica do ensino, julgando que na escola não se trata de compreender as lições, mas de adivinhar o que o professor quer ensinar. (GROSSI, 1985, p. 15).

Ferreiro admite que, a divisão silábica está ao alcance de qualquer locutor não-alfabetizado, enquanto a segmentação em fonemas não se desenvolve naturalmente, devendo ser ensinada especificamente, a partir da didática silábica, e da consciência do mundo ao redor, através da palavra geradora.

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