TRABALHO PEDAGOGIA

Surgimento da Pedagogia

A reforma Protestante, a Contrarreforma Católica, o novo sentimento de infância, e o problema urbano ocasionado pelos jovens, fez com que houvesse um aumento do numero de alunos na escola, dos filhos do povo, das crianças errantes e das mais jovens, e com isso aumentou-se também o número de escolas. Esse fenômeno aumentou consideravelmente na França, e em toda a Europa.

Entre 1575 e 1625, encontrava-se na Polônia a maior densidade de escolas paroquiais urbanas e rurais, além de instalar uma primeira rede de colégios e de academias jesuítas. Na Inglaterra as associações estavam a favor das escolas e, na França, os colégios dos jesuítas teve uma popularidade crescente com mais de 40.000 alunos.

Com o aumento de numero de crianças nas escolas, ficou evidente a insuficiências dos métodos de ensino, pois até então era utilizada uma pedagogia singular, onde o mestre recebia sucessivamente os alunos e um único saber pedagógico que consistia em conhecer a matéria ensinada.

Devido a varias queixas sobre a má qualidade dos mestres das escolinhas urbanas, os docentes foram tomando consciência de que apenas o domínio do conteúdo não era bastante, era necessária uma formação especifica.

Em 1678, Démia se inspirou na obra de Jaques de Bantencour, e criou o primeiro organismo francês de formação de mestres. Houve também por parte dos Irmãos das Escolas Cristãs, uma formação rigorosa de seus noviços. Os jesuítas, se tornaram celebres pela excelente formação dada aos membros de sua comunidade que se destinavam ao ensino.

Comenius esboça um programa completo de pedagogia que só se conjuga no plural e exige um método:  a aplicação de ordem cuidadosamente elaborada, a fim de garantir que os alunos aprendam um acervo maior de conhecimentos, mais depressa e em melhores condições, ele afirmava que era preciso seguir a ordem da natureza.

Outros católicos, como Batencour, Démia e os jesuítas seguem a mesma orientação, o método da pedagogia então se inspira na natureza e está, obra divina, é perfeita aos olhos dos pedagogos do sec. XVII.

Alguns métodos já apareciam em anos anteriores, porém, o que os diferenciou foi sua aplicabilidade, e ao mesmo tempo seu efeito conjugado, que deu origem à pedagogia.

O ensino simultâneo era um método utilizado que consistia em que o mestre teria visão do conjunto do grupo de alunos em um só golpe de vista, para mantê-los sob controle em melhores condições, além disso os mestres ministravam suas aulas em uma tribuna.

Além disso o ensino simultâneo também implicava na separação de crianças com mesma idade, agrupando-as, isso ocorreu devido ao grande aumento de crianças nas escolas. Também era necessário que cada criança dispusesse de um exemplar do mesmo livro, e não apenas o mestre, isso foi possível graças a invenção da tipografia, com isso o livro se tornou um objeto de consumo usual, um maior acesso a escrita modificou a maneira de ensinar, com o ensino simultâneo houve o fim da escola desorganizada e ruidosa.

O tempo era cuidadosamente preparado pelo mestre, para que desde a chegada até a saída dos alunos não houvesse nenhum tempo morto no dia, as atividades consistiam em: entrada, prece, refeição, aulas, missa, catecismo, etc. A ociosidade era vista como fonte de desordem, era importante ocupar as crianças em todos os momentos.

O mestre também geria o espaço de modo que não houvesse confusão e barulho na escola, cada criança tinha seu espaço. A escola era um lugar fechado para o mundo exterior, para evitar qualquer distração que pudesse causar desordem, era recomentado também que cada aluno tivesse seu lugar, não podem muda-lo a não ser com o consentimento do inspetor das escolas.

Surgiu um verdadeiro código de posturas no sec. XVII, acreditava-se que um corpo bem posicionado é a expressão de uma alma forte, as crianças então, adotavam postura diante de determinadas atividades, durante as aulas era preciso adotar uma postura, durante as preces, e nas realizações de atividades.

Os deslocamentos dos alunos só ocorriam em filas, cada aluno tinha seu lugar, segundo o tamanho, do menor para o maior, assim as filas se tornaram métodos para gerir os deslocamentos. Nas ruas os alunos estavam sob a responsabilidade dos “deciários”, oficiais de classe que se ocupavam da conduta dos alunos. No interior das salas de aula os deslocamentos eram feitos de modo silencioso e discreto.