Tendencias pedagógicas religiosas
Por: luciene3543 • 14/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.874 Palavras (8 Páginas) • 268 Visualizações
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS RELIGIOSAS
A reforma protestante faz uma critica a igreja medieval e propõe o retorno as origens usando a consulta direta ao texto bíblico, sem a intermediação estabelecida pela tradução cristã, ou seja, no plano religioso surge à característica humanista de defesa da personalidade autônoma, repudia a hierarquia e estabelece o vinculo direto entre Deus e o fiel. A educação se torna importante instrumento para divulgação da reforma, por dar iguais condições de leitura e interpretação da bíblia a todos os homens. Ao contrário, da tendência elitista que predominava Lutero e Melanchthon trabalhavam para a implantação da escola primária para todos. Mas na verdade há uma distinção de educação onde para as camadas trabalhadoras havia apenas uma educação elementar, enquanto que para os privilegiados era reservado o ensino médio e superior.
Lutero defende uma educação universal e publica, assim como solicita que as autoridades oficiais assumam essa tarefa por considerar que é uma competência do estado. Por ter espírito humanista Lutero repudia qualquer forma de castigo e critica o verbalismo da escolástica. Propõem jogos, exercícios físicos, música, valoriza os conteúdos literários e recomenda o estudo de história e matemática. E a educação protestante ainda sofreu a influencia de Calvino. Então para combater a expansão do protestantismo, a igreja católica incentiva a criação de ordens religiosas, por exercer maior influência na concepção da escola tradicional europeia e também na formação do homem brasileiro destaca-se assim a ordem dos jesuítas.
A 15 de agosto de 1534, Inácio de Loyola, ao se recuperar de um ferimento que foi resultado de uma batalha, vê-se envolvido por um súbito ardor religioso e pronuncia votos de castidade e pobreza, colocando-se a serviço da fé formando um instituto religioso que deu o nome de companhia de Jesus.A companhia de Jesus foi criada em 1534, masoficialmente foi aprovada em 1540 pelo Papa Paulo III. Então o novo tema da congregação é defender e proteger a fé, visando assim o progresso espiritual dos fieis, ou seja, a ordem se vincula a autoridade papal, se distanciando assim da hierarquia da igreja. Por não se reiterar em conventos, seus adeptos são chamados de padres seculares, isto é, que se misturam aos fiéis no mundo. Além dos três votos (pobreza, castidade e obediência), alguns jesuítas ainda pronunciaram mais um voto que é o da obediência especial ao papa como chefe da igreja e vigário de Cristo. Com uma hierarquia centralizadora, a ordem governada por um preposito geral que era o cargo máximo dos jesuítas. A estrutura da companhia é composta por noviços, coadjutores espirituais e professos. Eles tinham como missão principal evangelizar os índios.
A defesa da reforma católica por teólogos jesuítas no Concílio de Trento (1545-1563) demonstra bem o contexto da época em que nasceu a companhia de Jesus que foi a contrarreforma católica em oposição à reforma protestante comandada por Lutero em 1527. Combater a reforma e formar teólogos e padres capazes de combater as novas adversidades do século XVI são alguns objetivos que norteiam a apreciação papal das propostas de Santo Inácio. Em 1600 contavam-se 245 colégios, 444 em 1626. A tarefa missionária dos jesuítas é importante, tal como o combate a reforma protestante e a reforma e instrução do clero. Várias missões são empreendidas por toda a América, especialmente nas colônias espanholas, no Brasil e no Canadá Francês (onde acontece o martírio de São João Brebouf em 1649).
Na América Latina, em meio à brutalidade dos colonos sobre os índios e a constante mobilidade das populações, os jesuítas conseguem as chamadas reduções, que são as áreas onde os nativos eram agrupados sem qualquer sujeição a apropriação dos colonos. Os jesuítas davam-lhe formação religiosa e instalavam-nos nas aldeias geridas por um sistema comunitário na qual os índios participavam. A maior delas era a Republica dos Guaranis, fundada em 1609 no Paraguai e durou 160 anos até ser destruída pelos colonos, também na China os missionários M Ruggeri (1543-1607) e Matteo Riccei (1522-1560) enraizaram um cristianismo adaptado às tradições e culturas locais, uma experiência lúcida que organizou discussões as quais se tratavam da cristianização do culto chinês dos antepassados. Portugal foi à primeira província apostólica da companhia. Em 1600 já eram mais de 600 instituições com uma universidade, colégios hospitais seminários e asilos por todo o país, com seus membros rodeando as figuras mais altas da nação sobre as quais exerciam maior influência. O seu projeto e métodos de educação e ensino dominavam quase todo o ensino normal em Portugal. Combatiam as heresias e os cristãos novos aliando-se ao princípio da inquisição e ao clero secular, esses atingiram grande poderio e riqueza.
Na Índia e no Brasil fizeram uma missão notável assumindo-se como grandes difusores da cultura portuguesa e da língua para além da obra apostólica e artística S. Francisco Xavier, José de Anchieta, e Pe. Antônio Vieira, Manuel da Nóbrega, além de muitos outros, missionários e exploradores, são algumas das figuras cimeiras dos jesuítas em Portugal.
O século XVII é marcado na história da companhia por tentativas de reformas que tendem a suprimir um caráter hierárquico da estrutura e o governo vitalício, intrigas e cabalas são tentadas contra o papa para resolver as contendas. Passada essa fase agitada, a ordem conhece um desenvolvimento e expansão vigorosos. Porém com a chegada do iluminismo, as suas exigências racionalistas e a implantação de uma nação de estado origina mudanças de fundo na companhia de Jesus. O seu sucesso se dá pelo elevado numero de colégios constituídosque aos olhos de seus inimigos eram vistos como um grande obstáculo à difusão das ideias iluministas e das luzes da razão. O iluminismo foi o período de transformações na estrutura social, na Europa onde temas giravam em torno da liberdade do progresso e do homem. O iluminismo foi desenvolvido para corrigir as desigualdades das sociedades e garantir os direitos do individuo como a liberdade e a posse de bens. Os iluministas acreditavam que Deus estava presente na natureza e também no próprio individuo sendo possível descobri-lo por meio da razão. O iluminismo não foi apenas um movimento ideológico, mas também político, potenciado pela revolução francesa. O iluminismo é uma doutrina filosófica e religiosa preconizada no século XVIII baseada na existência de uma inspiração sobrenatural.
Simultaneamente as fortes tensões desencadearam em várias sensibilidades o que dificulta a defesa das ofensivas a cair no plano político com difamações e ataques violentos. A forte ligação dos jesuítas com o papa é a preferência pelos enciclopedistas e filósofos para atacar a companhia e nesse clima de agressividade a companhia mantém suas atividades culturais e educacionais a par do apostolado.
Contudo o século XVIII é marcado em grande amplitude no conflito entre os jesuítas e o mundo intelectual da época. A partir dai começam as expulsões da companhia. A primeira ocorre no ano de 1759 em Portugal, essa perseguição se deu por parte do Marques de Pombal, em 1754 na França Luís XV condena a ordem como sendo contrária ao direito natural. Em 1767 são expulsos da Espanha por Aranda, ministro de Carlos III, mas o golpe final será dado pelo papa Clemente XIX, que suprime a companhia da igreja católica em 1773.
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