UMA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DA QUALIDADE DE APRENDIZAGEM NAS PLATAFORMAS MOOCS: COURSERA, EDX E UDEMY

Uma proposta de avaliação dos indicadores da qualidade de aprendizagem nas plataformas MOOCs: Coursera, edX e Udemy

Resumo

O presente artigo apresenta um estudo analítico acerca de três cursos online abertos e massivos (Massive Open Online Courses, MOOCs) oferecidos pelas plataformas Udemy, edX e Coursera. Seguindo uma abordagem analítica, os cursos foram avaliados mediante a aplicação de método organizado em cinco categorias: 1) organização do curso (estruturação, funcionamento e logística), 2) perspetiva pedagógica (design, metodologia, conteúdos, recursos educativos, tutoria e acompanhamento), 3) perspetiva tecnológica (plataforma), 4) perspetiva económica (sustentabilidade financeira e modelo de negócio), 5) mecanismos de regulação e melhoria contínua (sistema de monitorização e avaliação dos resultados). Como principais resultados, verifica-se que tal método permite aos participantes analisar os vários cursos oferecidos pelos MOOCs através de parâmetros de qualidade confiáveis.

Palavras-chave: Aprendizagem online; Udemy, Coursera, edX; Massive, Open Online Courses; MOOC.

Abstract

This paper presents an analytical study about three Massive Open Online Courses offered by the Udemy, edX and Coursera platforms, applying the methodology developed by the researchers Peter and Baeta of the University of Lisbon. Following an analytical approach, the courses were evaluated through the application of this methodology organized in five categories: 1) organization of the course (structuring, functioning and logistics); 2) pedagogical perspective (design, methodology, content, educational resources, mentoring and follow-up ), 3) technological perspective (platform), 4) economic perspective (financial sustainability and business model), 5) mechanisms for regulation and continuous improvement (monitoring system and evaluation of results). As main conclusions, it is verified that this methodology allows participants to analyze the various courses offered by MOOCs through reliable quality parameters .

1.Introdução

O mundo vive uma época de mudanças aceleradas, novidades tecnológicas e quebra de paradigmas produtivos que jogam um componente de incerteza no cotidiano do cidadão do século atual expondo-o, entre outros aspectos a um avanço tecnológico que aumenta de forma exponencial as possibilidades de acesso às informações. Bauman (2016) chama este período histórico de interregno, classificando-o como um intervalo entre algo conhecido e o completo desconhecido à frente. Para além da maior possibilidade de acesso às informações disponíveis na internet, verifica-se o aumento da competitividade no ambiente de trabalho. Roman, et al (apud Castro Santos e Silva, 2008) oferece uma visão do termo competitividade:

“As prioridades ou as vantagens competitivas podem ser definidas como sendo um conjunto consistente de características de desempenho que a empresa terá, e por meio da qual contribuirá para um aumento da competitividade da organização”.

Para fazer frente a esta crescente exigência o profissional moderno necessita estar atualizado com maior velocidade, buscar novos conteúdos, inteirar-se do que acontece num mundo globalizado. Como uma das soluções a este busca desenfreada pela informação surgem os Massive Online Open Courses - MOOCS. Os MOOCS são ambientes educacionais disponibilizados por meio da internet e que possibilitam o livre acesso de um grande número de pessoas, podendo ou não gerar um clima de colaboração e partilha entre os matriculados em seus cursos. Doravante neste texto o termo MOOC será utilizado como sigla para definir os cursos online abertos e massivos.

Embora seja uma solução para esta necessidade de atualização, o aumento acelerado do número de MOOCS revela um questão importante que diz respeito a qualidade de entrega dos cursos oferecidos e, na sua esteira uma questão central que caracteriza-se como problema de pesquisa: como identificar quais seriam os indicadores de qualidade das plataformas MOOCs?

O objetivo geral deste artigo é identificar se os cursos apresentados pelas MOOCs atendem a critérios de avaliação e indicadores de qualidade de aprendizagem. Para isso serão analisados através de uma extensão metodológica do checklist desenvolvido pelas pesquisadoras da Universidade de Lisboa, Pedro e Baeta (2016), três cursos oferecidos por MOOCs conhecidos mundialmente: Udemy, Coursera e edX.

2.Fundamentação Teórica

Como exposto na introdução deste artigo o avanço tecnológico atual aumenta as possibilidades de acesso às informações, tornando o ambiente de negócios mais dinâmico e competitivo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o acesso à internet chegou à 70% dos brasileiros, observando-se um aumento de quase 10 milhões de acessos entre 2016 e 2017 (Agência Brasil). Segundo a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o celular se tornou o principal meio de acesso à internet no Brasil.

A respeito da questão de competitividade no mercado, Roman, et al (apud Castro Santos e Silva, 2008) oferece uma visão do termo a respeito:

“As prioridades ou as vantagens competitivas podem ser definidas como sendo um conjunto consistente de características de desempenho que a empresa terá, e por meio da qual contribuirá para um aumento da competitividade da organização”.

Competitividade para um mundo que, devido à evolução tecnológica supra mencionada, vem sendo denominado por Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade), um mundo VUCA.

O mundo VUCA (do termo em inglês) numa adaptação do conceito surgido nos meios militares no anos 90 e logo encampado pelo mundo da administração. Num mundo VUCA as incertezas quanto ao futuro são imensas assim como as possibilidades de ação e adaptação ao novo, vindas justamente da falta de padrões confiáveis para se definir o que é um ambiente de produção e trabalho estáveis. Toda esta incerteza enseja inovações e rupturas com concepções tradicionais do processo ensino/aprendizagem. Verifica-se então propostas como o Conectivismo de George Siemens e Stephen Downes.

Para Siemens e Downes ( buscar referência) o conhecimento existe e está disperso no mundo e é produzido por indivíduos ativos e conectados. Os autores preconizam uma “teoria de aprendizagem para a era digital", defendendo a mudança na forma de acesso às informações e produção do conhecimento, entendendo que a aprendizagem e o conhecimento atuais são gerados através das conexões entre idéias, conceitos