A Anamnese na Psicologia
Por: Paula Colla • 28/4/2020 • Trabalho acadêmico • 1.905 Palavras (8 Páginas) • 551 Visualizações
Anamnese
A entrevista de anamnese de P.C. foi realizada no dia 04:04:2020 afim de recolher informações a respeito de sua infância e adolescência, bem como dos aspectos de desenvolvimento físico, sócio afetivo e psicológico, considerando a estrutura familiar e o desempenho escolar. A elaboração deste texto, tem por finalidade a construção do saber da aluna, e visa constituir parte integrante da nota semestral.
P.C nasceu no município de Pato Branco, estado do Paraná, no dia 26 de julho de 1996, ás 00 horas e 12 minutos, na Policlínica Patobranquense. Atualmente, P.C. tem 23 anos e 8 meses, é solteira e está cursando o nono período do curso de Psicologia. É a terceira filha de uma prole de quatro filhos, sendo dois do sexo masculino e duas do sexo feminino. O genitor P.H.C. tem 50 anos, e seu grau de escolaridade é de ensino médio completo. Possui uma Auto elétrica e uma empresa de transportes em sociedade com seu cunhado, das quais é responsável por encaminhar as cargas e descargas dos caminhões, bem como repassar os serviços solicitados aos eletricistas e mecânicos. Não possui doenças ou necessita de medicações. Tem como principais traços de personalidade a resiliência, adaptabilidade, forca de vontade, alegria e afetividade. A genitora, A.P.C. tem 50 anos, é formada em pedagogia e pós-graduada em educação especial e psicopedagogia. Atua como professora na rede pública, lecionando na Educação infantil, séries iniciais. Não possui nenhuma doença que necessite de tratamento contínuo, porém, tem rinite alérgica, e tem crises durante a florada. Seus traços marcantes da personalidade são: Perseverança, solidariedade, paciência, resiliência e foco.
A gestação de P.C. não foi planejada, embora houvesse o desejo dos genitores de ter uma menina, a médica de A.P.C. havia lhe informado na gravidez anterior que possivelmente não poderia mais ter filhos devido a uma infecção que haveria causado uma obstrução. A.P.C tomou anticoncepcional durante 6 anos, e parou durante um ano. A gestação foi descoberta na nona semana, e embora tenha causado surpresa aos genitores, A.P.C relata que foi acolhida com muito carinho, e cautela, pois tratava-se de uma gravidez de risco devido ao que na época foi denominado como Placenta prévia parcial. A.P.C. informa que teve enjoos matinais no primeiro trimestre da gestação, e sangramentos em consequência do quadro de PPP. Conta que o acompanhamento pré-natal foi realizado, totalizando 12 consultas e 6 ultrassonografias. A gestação durou 38 semanas e o parto foi vaginal. P.C. nasceu com 47 centímetros, pesando 3 quilos e 150 gramas, com APGAR de 8 no primeiro minuto. Não há informações sobre o perímetro encefálico. Ocorreram complicações no parto em consequência do cordão umbilical do bebê que estava enrolado no pescoço, quadro conhecido como “circular cervical do cordão umbilical”. Devido ao quadro, a criança nasceu roxa e com parte do rosto escura, segundo A.P.C., também não foi amamentada instantaneamente pois necessitou de observação por 3 horas. O genitor não esteve presente na sala de parto, pois na época não era permitido. A relação dos pais durante a gestação era tranquila e afetuosa, de muito respeito e parceria, livre de conflitos, sendo assim desde seu início e permanecendo até o momento atual.
P.C.C foi amamentada até um ano, sendo de forma exclusiva até os 3 meses de idade. A introdução alimentar ocorreu depois dos três meses. No que tange ao desenvolvimento psicomotor, a mãe relata que não lembra com exatidão quando a criança firmou o pescoço, mas, relata estar dentro dos padrões de normalidade. Sentou-se com 6 meses, os dentes nasceram aos 8 meses, engatinhou por volta dos 9 meses, ficava em pé aos 12 meses e caminhou aos 14 meses. Aos 10 meses disse as primeiras palavras e por volta dos 17 meses já formava frases. A respeito do desfralde, a mãe relata que aconteceu de forma tranquila, tendo sido iniciado com o desfralde parcial durante o dia por volta dos 18 meses sendo completa aos dois anos de idade. Os padrões de sono eram normais, a mãe informa que P.C.C. dormia bastante durante o período da manhã, estabelecendo um padrão de sono de doze horas a noite, com duas sonecas durante o dia, a partir de um ano e meio. Sem relatos de distúrbios de sono.
Referente a saúde na infância a mãe afirma que não houveram questões de saúdes muito graves, porém, tinha crises de rinite alérgica esporadicamente, não sendo necessário o uso de medicamento constante, apenas o uso de xarope nos momentos de crise. Além disso relata uma internação aos 2 anos de idade por decorrência de uma infecção intestinal, a qual foi tratada em casa durante um tempo, mas, que necessitou da hospitalização devido à perda de peso. Não houveram relatos de acidentes, queimaduras ou afogamento, ou de sintomas graves como desmaios, febre muito alta, convulsões, manias e etc.
Quanto a vida afetiva e social na infância, a mãe de P.C.C relata que a dinâmica familiar acontecia de forma saudável, a relação dos pais é de bastante cumplicidade, existe diálogo e consenso a respeito da educação dos filhos e das decisões da família. A.P.C conta que nos primeiros anos de vida, P.C.C, era bastante apegada a mãe, havia convivência diária e constante considerando que na época a mãe não trabalhava. (SIC) “Você era muito minha”, diz, evidenciando a ligação entre as duas. simbiose. O relacionamento com o pai acontecia de forma afetuosa e espontânea, entretanto, devido a profissão de caminhoneiro, passavam bastante tempo separados pois o pai viajava bastante, estando presente em casa, somente uma vez por mês.
Os irmãos de P.C.C sendo respectivamente 8 e 7 anos mais velhos, exerciam o papel de auxiliares no cuidado com a criança, mas não se estabelece uma relação de união e parceria, provavelmente recorrente das diferenças de idade e gênero, pois trata-se de uma época em que as questões de gênero eram consideradas apenas a partir de aspectos bem estabelecidos e com diferenças marcantes do papel feminino e masculino, distanciando uns dos outros. Além disso P.C.C era a caçula de 3 irmãos, situação que tende a despertar sentimentos de ciúmes e de competitividade, na demarcação do território afetivo (REFERENCIAR).
Além da convivência familiar da casa, P.C.C, também convivia com frequência com os avós paternos e maternos, que revezavam tomando conta da menina, pois por volta dos 4 anos a mãe começa a trabalhar durante o dia e estudar a noite. Mantinha contato constante com crianças de sua idade como os primos e amigos da rua aonde morava. No geral as relações de convívio são descritas como tranquilas, dentro das expectativas de normalidade de cada fase do desenvolvimento.
No que se refere aos aspectos mais marcantes do temperamento da criança, a mãe descreve com uma criança bastante segura de si, comunicativa, carinhosa e espontânea, que quando contrariada encontrava argumentos e razões que justificassem seu desejo, usando da persistência até que conseguisse o que queria. P.C.C nunca apresentou nenhum tipo de ansiedade na infância, enfrentando as situações sempre com bravura e destreza, demonstrando autonomia. Fato que se observa também nas brincadeiras favoritas, que envolviam aventuras, escaladas em árvores, desbravar a natureza, andar de bicicleta, dançar. Não vivenciou perdas significativas.
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