A COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Por: Keila Vidal • 27/5/2018 • Relatório de pesquisa • 1.424 Palavras (6 Páginas) • 310 Visualizações
FACULDADE PITÁGORAS – UNIDADE DIVINÓPOLIS
JANAINA ALVES TEIXEIRA
KEILA SANTOS VIDAL
COMUNIDADE TERAPÊUTICA
DIVINÓPOLIS
2018
JANAINA ALVES TEIXEIRA
KEILA SANTOS VIDAL
COMUNIDADE TERAPÊUTICA
Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da Faculdade Pitágoras – Unidade Divinópolis, como requisito parcial para obtenção de créditos na disciplina: Psicologia e Dependência Química, ministrada pelo professor Anderson Mattos.
DIVINÓPOLIS
2018
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa apresentar relatos do funcionamento do Centro de Reintegração Social Beija Flor, uma comunidade terapêutica reconhecida, sem fins lucrativos e financiada, em parte, pelo poder público. Oferece gratuitamente acolhimento para pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de álcool e drogas. A visita foi proposta com o intuito de que a dupla pudesse conhecer a atuação dos profissionais, o trabalho feito na instituição, funcionamento e principalmente, o trabalho da psicologia mediante a demanda.
A partir experiência permitida através da visita realizada na cidade de Oliveira, MG foi possível esclarecer alguns aspectos sobre como se dá o tratamento realizado, podendo ser tomada como produtiva, nos permitido uma comparação entre a teoria e a prática; realçando os desafios mediante este campo de trabalho.
ANÁLISE DA VISITA
A modalidade de tratamento em comunidade terapêutica surgiu na Grã-Bretanha na década de 1940. Inicialmente, foi utilizada para atenção a pessoas com problemas psiquiátricos crônicos a partir da experiência com militares que haviam retornado da guerra com problemas, predominantemente, psicológicos, que eram tratados por psiquiatras em alas especiais de hospitais gerais. O objetivo era que os pacientes doentes pudessem conhecer melhor sobre seu diagnóstico através de uma aprendizagem social como processo de interação entre equipe médica e pacientes. Para isso, eram realizadas reuniões diárias com todo o grupo de pacientes internados e equipe responsável (Jones, 1972).
De acordo com o Glossário de álcool e drogas (Brasília, 2010), as comunidades terapêuticas são caracterizadas por um ambiente estruturado onde os indivíduos com transtornos por uso de substâncias psicoativas residem para alcançar a reabilitação. Elas possuem um modelo residencial: uma vez internado, o "acolhido" se compromete com o programa de tratamento da instituição. Com atendimento oferecido para pessoas de todo o estado o Centro de Reintegração Social Beija Flor é referência no tratamento e resgate de dependentes químicos homens e mulheres no país. Os tratamentos na instituição visitada duram seis meses e o dependente químico só é aceito quando a internação é voluntária e o mesmo somente permanecerá na comunidade por vontade própria.
Pautados pelos “Três Nãos”: Não sexo, Não drogas e Não violência, esta relacionada a qualquer tipo, incluindo a verbal. A comunidade é regida com esta máxima como seus pilares de funcionamento, quando infringida qualquer uma dessas regras o acolhido é desligado, sem qualquer possibilidade de que receba somente uma advertência, o mesmo sairá por alta administrativa, em outros casos diversos de descumprimento das regras de convivência os desligamentos ocorrerão após avaliação do ato e das advertências que o acolhido tenha recebido. Assim os acolhidos convivem e participam de atividades durante o transcorrer do dia, que variam entre atividades laborais, terapêuticas e religiosas oferecidas pela instituição e por voluntários. As atividades realizadas segundo a equipe são todas voltadas para o resgate do sujeito, resgate do sentimento de prazer advindo das coisas simples do dia a dia, da interação familiar e da ressignificação de tudo isso sem o uso de substâncias. Um dos principais instrumentos terapêuticos da CT é a convivência entre os pares, na qual o usuário tem que mediar o seu comportamento individual com as exigências do coletivo e da interação com os outros que lhe cercam, relação que produz resultados na percepção de si e provoca mudanças de comportamento nos sujeitos em situação de dependência de drogas.
O Centro de Reintegração Social Beija Flor possui uma equipe técnica composta por agentes sociais com escala de revezamento 12x36hs responsáveis pela orientação, organização e acompanhamento dos acolhidos dentro da comunidade e realização de grupos de orientação, nutricionista com a função de montar um cardápio balanceado para os acolhidos afim de ajudar a reestabelecer a saúde física dos mesmos, técnicos de enfermagem que prestam atendimento básico e mantém controle dos horários de medicamentos dos acolhidos, assistente social para o contato, acompanhamento e acolhimento do dependente e dos familiares, além do acompanhamento pós tratamento que dura 12 meses após a saída e psicólogas para o atendimento individual e desenvolvimento de grupos de convivência. A instituição conta também com o apoio dos Caps e da equipe de saúde municipal para o suporte médico em todas as especialidades. Cada um com um papel de suma importância para o funcionamento da comunidade e o resgate do sujeito.
As famílias realizam visitas à comunidade terapêutica, mensalmente, sempre aos terceiros domingos de cada mês ou em caso de impossibilidade de uma visita nesta data, através de solicitação a mesma permite ao familiar uma visita agendada. Os profissionais do C. R. Social Beija Flor orientam que os familiares dos acolhidos pela instituição participem de algum grupo de ajuda como Amor Exigente, A.A. N.A. dentre outros, para que possam entender melhor a doença com a qual está lidando, e tratar a co-dependência que surge durante o período de dicção adoecendo também a família.
As comunidades terapêuticas em geral buscam promover mudanças no comportamento dos indivíduos e favorecer sua reinserção na social. Para que isso aconteça, valores como espiritualidade, responsabilidade, solidariedade, amor e honestidade são criados e/ou resgatados. Estas instituições possuem um modelo residencial e seu funcionamento está pautado na premissa de que, diante da impossibilidade de promover mudanças no indivíduo 'dependente químico', é necessário alterar o meio onde ele vive e o retirar da situação em que acontece o consumo de drogas. O processo terapêutico preconiza intervenções individuais e sociais com atribuição de funções, direitos e responsabilidades ao 'indivíduo dependente químico', em um ambiente livre de substâncias psicoativas (Sabino & Cazenave, 2005).
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