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A Microcefalia

Por:   •  18/4/2016  •  Artigo  •  1.066 Palavras (5 Páginas)  •  4.929 Visualizações

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Microcefalia: sobre a má-formação congênita, implicações e papel do psicólogo

Ana Tereza Pereira Vitor Barbosa

Lisile Alencar Marques[1]

RESUMO

Esse artigo visa apresentar as principais questões sobre a microcefalia. Apresentar a definição, a forma de diagnóstico, as principais causas da doença, além das conseqüências que a má-formação pode causar no bebê portador da doença. Mostrará as principais implicações na vida do bebê e na vida da sua família, especialmente a mãe. Seguindo a isso, apresentar-se-á a possibilidade de tratamento multidisciplinar que essa criança pode ter acesso. Esse tratamento inclui o importante papel do psicólogo no tratamento da criança e na rede de apoio a esse bebê.

Palavras-chave: microcefalia; má formação; psicologia

INTRODUÇÃO

A microcefalia é uma doença em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, o que prejudica o seu desenvolvimento mental, porque os ossos da cabeça, que ao nascimento estão separados, se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça e desenvolva suas capacidades normalmente.

A criança com microcefalia pode precisar de cuidados por toda a vida, mas isso é, normalmente, confirmado depois do primeiro ano de vida e irá depender muito do quanto o cérebro conseguiu se desenvolver e que partes do cérebro estão mais comprometidas. 

As causas da microcefalia podem incluir doenças genéticas relacionadas a alterações cromossômicas e/ou mutações genéticas doenças infecciosas, além de exposição a substâncias tóxicas ou desnutrição.

O diagnóstico da microcefalia pode ser feito durante a gestação, com os exames do pré-natal, e pode ser confirmado logo após o parto através da medição do tamanho da cabeça do bebê. Exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética cerebral também ajudam a medir a gravidade da microcefalia e quais serão suas possíveis consequências para o desenvolvimento do bebê.

IMPLICAÇÕES

  1. Saúde do bebê

A microcefalia pode trazer danos mentais, como retardo mental e psicomotores, como dificuldades cognitivas e de locomoção. Além disso, dependendo do grau da doença, pode ocasionar lesões oculares sérias, causando cegueira. Têm-se, também, os problemas na linguagem, na qual os portadores de microcefalia apresentam dificuldade na fala e na deglutição.

Quando não é ocasionada por agentes infecciosos, e sim associada àsíndrome de down, por exemplo, o grau de comprometido é mais extenso. A criança pode apresentar, ainda, paralisia, convulsões, epilepsia, autismo e rigidez muscular.

  1. Rede de apoio da criança

As implicações da microcefalia não se restringem apenas ao bebê. Toda a rede familiar, especialmente os pais são diretamente afetados pela doença. Os custos orçamentários, os problemas amplificados de saúde, o tratamento contínuo, os cuidados e a proteção a essas crianças aumentam consideravelmente.

As mães com renda mais baixa geralmente abandonam trabalho ou estudo para se dedicarem exclusivamente a essa criança. Sentimentos como frustração costumam aparecer com mais freqüência. Nesse sentido, os psicólogos devem estar atentos. O cuidado e atenção que esses pais precisam são fundamentais para o processo de aceitação do filho com microcefalia, pois algumas mães passam por um processo de rejeição ao filho, negando-se a aceitar a condição de vida do filho.

É importante que a família tenha conhecimento que a expectativa de vida das crianças com microcefalia é semelhante à das outras crianças que não possuem a doença, dependendo de vários fatores que incluem a gravidade da doença, outras síndromes associadas e da qualidade de vida dessa criança, bem como o tratamento.

  1. Como evitar

Existem diversas formas de evitar a microcefalia, dentre elas: usar camisinha se seu parceiro sexual estiver com Zika, até o final da gravidez, porque o vírus também passa pelo contato íntimo; não tomar bebidas alcoólicas e usar medicamentos durante a gravidez sem indicação do obstetra; evitar a toxoplasmose e doenças infecciosas como herpes e rubéola, tomando as vacinas e medidas necessárias; evitar a contaminação com mercúrio e outros metais pesados.

É recomendado que todas as grávidas usem um repelente com DEET diariamente para não ser picada pelo Aedes Aegypt, causador da dengue, Zika e Chikungunya.

PAPEL DO PSICÓLOGO E OUTROS PROFISSIONAIS

É importante ressaltar que a microcefalia não tem cura. Sendo assim, o tratamento objetiva uma melhor qualidade de vida para o indivíduo. Uma das possibilidades de tratamento é fazer uma cirurgia para separar ligeiramente os ossos do crânio – nos 2 primeiros meses de vida – objetivando evitar a compressão do cérebro, fator que impede seu crescimento, reduzindo, assim, as sequelas da doença. Porém, a cirurgia só é indicada em casos onde os benefícios são maiores que os riscos.

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