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A PREVENÇÃO DO CONSUMO DE ÁLCOOL EM ADOLESCENTES

Por:   •  31/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.752 Palavras (8 Páginas)  •  191 Visualizações

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PREVENÇÃO DO CONSUMO DE ÁLCOOL EM ADOLESCENTES

Licenciatura em Psicologia

U.C.: Psicologia da Saúde

Coimbra, 2019[pic 1][pic 2]

INTRODUÇÃO

No âmbito da Unidade Curricular de Psicologia da Saúde, foi solicitada a realização de um trabalho individual, sob orientação da professora Ana Galhardo. Para tal, foi selecionado o tema “Prevenção do consumo de álcool em adolescentes”, por considerar ser uma temática atual de extrema importância que vai de encontro aos objetivos da disciplina.

O consumo de álcool, uma realidade atual no nosso meio, tem vindo a ser considerado um problema de saúde pública. Apesar de ser do conhecimento público que se trata de uma droga, tem-se verificado que o seu consumo se inicia cada vez mais cedo, aumentando o risco de dependência, e diversos problemas no desenvolvimento especialmente nos jovens, sendo considerado a porta de entrada para outras drogas (Gosta, Paula, Borges & Pacheco, 2017).

Observa-se que os problemas relacionados ao uso de álcool e tabaco encontram-se entre as maiores causas de incapacidades, mortes e carga global de doença, gerando altos custos sociais e de saúde. Por essa razão, são considerados prioridades nas agendas de saúde pública (Pillon, 2016).

O número de adolescentes que consome álcool tem vindo a aumentar nas últimas décadas. Para a maioria dos indivíduos, as primeiras experiências de consumo tendem a ocorrer no início da adolescência, em situações sociais (Barroso, Mendes & Barbosa, 2013).

O consumo de álcool em idades precoces, ao ser assumido como uma problemática, tem sido alvo de diversos estudos, observando os comportamentos de saúde e os estilos de vida das crianças e adolescentes. Os contornos desta problemática revelam-se complexos e preocupantes, uma vez que a adolescência se trata de uma fase crucial de desenvolvimento dada a sua vulnerabilidade biológica, psicológica e social, com implicações na saúde atual e futura do indivíduo e no que se refere aos comportamentos de risco, o álcool pode ter várias consequências incluindo as relações sexuais desprotegidas, o uso de outras substâncias, a violência, os acidentes, entre outros (Barroso, Mendes & Barbosa, 2013).

Relativamente à diminuição dos problemas relacionados com o álcool, as recomendações mais recentes incluem estratégias de redução da oferta (medidas de controle) em conjunto com as estratégias da redução da procura, como o desenvolvimento de programas de prevenção, culturalmente adaptados e dirigidos aos grupos mais vulneráveis, em particular os adolescentes (Barroso, Mendes & Barbosa, 2013).

Este trabalho tem como objetivos aprofundar conhecimentos científicos acerca da temática abordada, bem como elaborar um projeto de educação para a saúde enquadrado no tema e no público-alvo.

Para a realização do trabalho recorri à base de dados B-on, da qual selecionei, após leitura do título, leitura do resumo e posterior leitura integral, 4 artigos para inclusão no mesmo.

INTRODUÇÃO TEÓRICA

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera o alcoolismo um problema de saúde pública, mostrando-se um problema que impõe à sociedade uma carga considerável de agravos indesejáveis. A mesma organização destaca que as drogas lícitas como o álcool têm uma ação impactante na população, devido à alta mortalidade e incapacidade que ocasionam as mesmas (Gosta, Paula, Borges & Pacheco, 2017).

Dados do Relatório Global sobre Álcool e Saúde (referido por Pillon, 2016) revelam que, em todo o mundo, foram cerca de 16% os bebedores com idade acima dos 15 anos que revelaram o consumo de bebidas alcoólicas de forma pesada e episódica, representando embriaguez. Ainda segundo a mesma fonte, revela-se o consumo pesado de álcool entre adolescentes. Este dado sugere que o álcool surge cada vez mais cedo na vida das pessoas, associado a fatores que podem ser modificáveis.

Sendo a adolescência o período em que frequentemente ocorre a experimentação das drogas, sobretudo do álcool, percebe-se a necessidade de estabelecer medidas preventivas, uma vez que é nesta fase que acontece o processo de desenvolvimento biopsicossocial, podendo o consumo de álcool, afetar profundamente o adolescente com repercussões para toda a vida (Jesus, 2014). Na adolescência, o uso abusivo do álcool, pode prejudicar o funcionamento e desenvolvimento cerebral em áreas críticas como o controle da motivação, memória, aprendizagem, julgamento e comportamento (Pillon, 2016).

A fase da adolescência é caracterizada por mudanças biológicas, emocionais, sociais e cognitivas, revelando-se um importante momento para a adoção de novas práticas, comportamentos e ganho de autonomia. Assim, nesta fase o jovem torna-se mais suscetível a comportamentos que podem fragilizar sua saúde, como sedentarismo, tabagismo, alimentação inadequada, consumo de álcool e de outras drogas (Jesus, 2014).

Segundo a mesma autora, está provado que, quanto mais cedo se inicia o uso de álcool, maior é a vulnerabilidade de se desenvolver o abuso e a dependência dessa substância e, sincronicamente, o uso de drogas ilícitas (Jesus, 2014).

Percebe-se então que o álcool é considerado a “porta de entrada” para outras drogas mais pesadas, daí a importância de se desenvolver dessa questão com mais afinco. Apesar de proibido para pessoas com menores de 18 anos, ele é socialmente aceite, existindo permissividade em relação ao seu consumo (Gosta, Paula, Borges & Pacheco, 2017).

No contexto sociocultural português, o álcool é parte integrante das festas e festividades. Muitas vezes, as primeiras experiências de consumo ocorrem em contexto familiar, particularmente em ocasiões festivas (Barroso, Mendes & Barbosa, 2013).

Sabe-se que o uso de álcool na adolescência está associado a uma série de comportamentos de risco, além de aumentar a probabilidade de envolvimento em acidentes, violência sexual e participação em gangues, está fortemente associada à morte violenta, queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizagem, prejuízo no desenvolvimento e estruturação das habilidades cognitivo-comportamentais e emocionais do jovem. O consumo de álcool causa modificações neuroquímicas, com prejuízos na memória, aprendizado e controle dos impulsos (Pechansky, Szobot & Scivoletto como referido por Gosta, Paula, Borges & Pacheco, 2017).

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