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A Psicologia Social na Saúde

Por:   •  4/3/2020  •  Abstract  •  2.415 Palavras (10 Páginas)  •  125 Visualizações

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o aborto é definido como extração ou morte do feto de modo espontâneo ou induzido, pesando menos de 500g (500g equivalem, aproximadamente, a 20-22 semanas). Essa prática é realizada desde as antigas civilizações, mas se tornou descriminada por questões morais, legais e culturais. Existem duas classes, muito bem definidas de aborto: o espontâneo e o provocado. No primeiro a interrupção da gravidez não é intencional, enquanto, no segundo, estando ou não dentro da lei, é intencional.

​A psicologia social entra nesse tema com uma perspectiva diferente, justamente por estar voltada para questões subjetivas e imateriais, como por exemplo emoções, sentimentos e o social. Tem muito a contribuir para as reflexões acerca da interrupção voluntária da gestação, especialmente ao considerar o sujeito histórico e as relações sociais, buscando compreender as representações e manifestações sociais. É um campo de estudo que promove um olhar e uma escuta que considera todos os aspectos que levam milhares de mulheres à provocarem o aborto induzido. O aborto representa um grave problema de saúde pública, com maior incidência em países em desenvolvimento, sendo uma das principais causas de mortalidade materna no mundo, inclusive no Brasil. sua discussão, notadamente passional em muitos países, envolve uma vasta teia de aspectos legais, morais, religiosos, sociais e culturais.

​É de extrema importância a atuação dos psicólogos para dar a essas mulheres o real significado de promoção à saúde, assim como deve ser garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São várias questões que englobam esse tema e dificilmente são discutidas por ainda ser um tabu na sociedade.

​Este trabalho visa explicar a importância que a Psicologia tem na promoção da saúde e a função social que essa promoção tem, afim de desfazer o tabu que é o aborto, para que futuramente possamos mudar a sociedade em que vivemos e assim botar em prática os direitos humanos vigentes.

Revisão de Literatura

​Atualmente, o aborto no Brasil é crime previsto no artigo 128, incisos I e II do Código Penal Brasileiro. A lei data da década de 20 e autoriza a interrupção da gestação em apenas dois casos: risco de vida para a mãe e/ou estupro. O Conselho Federal de Psicologia (STP) aprova a interrupção da gravidez em caso de anencéfalos. Dependendo da legislação de cada país, o aborto pode ser considerada legal perante a lei, desde que seja realizada por um profissional autorizado em condições de higiene e com procedimentos adequados, ou ilegal, feita por uma pessoa sem autorização, em clínicas clandestinas e etc. O procedimento legal tende a ser seguro, não apresentando conseqüências de mortalidade ou lesões físicas, no entanto, quando ilegal, pode trazer uma série de consequências para a mãe e até para o bebê, caso continue vivo. Isso ocorre devido à má esterilização de equipamentos, lugar onde é realizado não higienizado, quando não feito por profissionais ou quando são auto-induzidos, devido à falta de conhecimento da mãe. Assim, muitas vezes, tanto os procedimentos quanto a administração dos remédios são feitos de modo incorreto e perigoso, podendo causar risco de saúde para as mulhares, sem falar de todo o dano psicológico que envolve essa situação. A saúde mental é entendida aqui de modo integrado à saúde como um todo, incluindo a saúde reprodutiva e os direitos sexuais. Uma mãe realizar este ato sem o mínimo de acompanhamento psicológico antes, durante e depois pode acarretar em diversas consequências, por exemplo a síndrome pós parto.

​Para os profissionais da psicologia, é de suma importância prestar apoio emocional imediato e encaminhar, quando for preciso, para o atendimento continuado em médio prazo. Sempre lembrar a importância da mulher respeitando o estado emocional em que a mesma se encontra no momento, mostrando sempre uma postura compreensiva, identificar as reações do grupo social em que ela faz parte, ou seja, sua família, amigos e colegas, com quem convive diariamente. Perguntar sobre o contexto da relação em que se deu a gravidez e as possíveis repercussões do abortamento no relacionamento com o parceiro, Conversar sobre gravidez, aborto inseguro, menstruação, saúde reprodutiva e direitos sexuais e reprodutivos.

​Também é dever do profissional da saúde mental, informar, orientar, estar atento às preocupações das mulheres, aceitando as suas percepções e saberes, sempre passando informações que atendam às suas necessidades e perguntas, estabelecer uma comunicação efetiva, estando atento à comunicação não verbal (gestos, expressões faciais). Utilizar linguagem simples, aproximativa, inteligível e apropriada ao universo da paciente, para que assim, ela se sinta o mais confortável possível. Informar quais serão os procedimentos e como serão realizados, sobre as condições clínicas da paciente, os resultados de exames, os cuidados para evitar complicações que possam vir a aparecer futuramente e o acompanhamento pós-abortamento. É necessário também orientar quanto à escolha contraceptiva no momento pós aborto, informando, inclusive, sobre a contracepção de emergência.

​É preciso deixar claro, que o profissional da saúde mental, independentemente dos seus preceitos morais e religiosos, prossigam com uma postura ética, garantindo o respeito aos direitos humanos das mulheres, pois a partir do momento que a mesma decide pelo aborto, seja qual for o motivo, é necessário que ela tenha essa decisão respeitada. A mulher que chega ao serviço de saúde em situação de abortamento seja ele espontâneo, induzido ou provocado, está passando por um momento muito difícil e pode ter diversos sentimentos, como solidão, angústia, ansiedade, culpa, medo

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