A Publicidade e Psicologia
Por: Gabriely Ferraresi • 1/11/2019 • Trabalho acadêmico • 734 Palavras (3 Páginas) • 274 Visualizações
A publicidade e a ética na psicologia.
Visão ética.
Por ser um profissional da área da saúde, o psicólogo enfrenta algumas dificuldades na área de propaganda, promoção e divulgação de seus serviços que não estão presentes em outras áreas profissionais.
Muitas das técnicas de marketing acabam sendo “proibidas” (mesmo que indiretamente) pelos conselhos Regional e Federal de Psicologia, que obviamente visam a integridade da atuação profissional assim como o bem-estar e saúde mental do público.
Dentro da legislação, é permitida ao psicólogo a divulgação de seu nome, formação, características de seu trabalho (exercício) e de práticas psicológicas: desde que o mesmo esteja qualificado e que as mesmas sejam reconhecidas pelo conselho – como é o caso do teste HTP, por exemplo.
Partindo desse pressuposto, em que qualquer atividade que enalteça o trabalho do profissional específico é vedada, a competitividade do mercado de trabalho acaba sendo atingida, já que ocorre um “nivelamento” entre os profissionais, todos se encontram numa posição misteriosa, que não garante efetividade e que não divulga “resultados”- já que o objeto deste trabalho é o próprio ser humano, repleto de subjetividades e contextos que variam ao infinito, cabe ao cliente/paciente em primeiro lugar a noção da existência da profissão, em seguida da utilidade e funcionamento da ciência psicológica e por fim daquele profissional em específico, fato que geralmente se dá por indicações ou por proximidade.
Com isso, o psicólogo encontra-se em uma posição em que precisa construir uma rede social e profissional abrangente, que possa “pegar” esses indivíduos que busquem atendimento psicológico, sem comprometer nem o sigilo nem a integridade dos indivíduos que já atendeu e que possivelmente virá a atender.
Diante dessas situações, muitos psicólogos acabam não divulgando o seu trabalho, por medo de descumprir alguma norma.
Um exemplo de dilema ético: o site zenklub.com.br (que também possui formato de aplicativo) fornece o trabalho de “psicólogos, terapeutas, psicanalistas e coaches” e disponibiliza os comentários de seus “clientes” que são majoritariamente positivos. A princípio não existe nenhuma transgressão específica, a atuação dos profissionais se encaixa na área de terapia online - assunto que por si só já é polêmico, como é o caso do aplicativo Fala Freud, entre outros - entretanto, não é preciso o total conhecimento da Resolução CFP Nº 11/2018 que aborda a prática. No site é possível ler sobre assuntos como fobias e depressão com guias de causas, diagnóstico e tratamento, além de um teste online para depressão, disponibilizando ao público informações potencialmente prejudiciais e recomendando atendimento profissional apenas após fornecer tais dados, em meio à soluções “práticas” como fazer exercício, se alimentar melhor e etc. Na página inicial são exibidos “pacotes” que o cliente pode comprar com número fechado de sessões, com especialistas de valores diferentes e previstos, descumprindo duas cláusulas do código: ao prever o tempo de tratamento (pacote mensal que pode ser mais ou menos do que a necessidade do atendido) e ao comparar o preço de profissionais, dando a entender que um profissional de “até R$ 120,00” é mais capaz ou eficiente que um profissional de “até R$ 80,00”. Caso não deseje adquirir um pacote, o indivíduo interessado pode também procurar um profissional por consulta, já que o site possui uma área que apresenta os profissionais e disponibiliza a agenda dos mesmos, porém, novamente, o valor da consulta é divulgado e utilizado tanto como chamariz como para comparação entre os próprios cadastrados, possuindo, inclusive um filtro para valores, tipo de especialista e motivo. Na área de “perguntas frequentes” o site responde que os profissionais possuem cadastro no CRP, mas não fala sobre as transgressões ao código feitas pela plataforma.
...