A ontologia hermeneutica de heidegger
Por: Júlia Oliveira • 8/6/2017 • Trabalho acadêmico • 5.858 Palavras (24 Páginas) • 462 Visualizações
SUMÁRIO
1 - MARTIN HEIDEGGER – Vida e Momento Histórico ..................................................... 03
1.1 - Existencialismo e Fenomenologia – Cronologia ............................................................ 06
2 - Construção teórica - Ser e Tempo (parcial) ....................................................................... 07
2.1 - § 1. Necessidade de uma repetição explícita da questão do ser ...................................... 07
2.2 - § 2. A estrutura formal da questão do ser ....................................................................... 08
2.3 - § 3. O primado ontológico da questão do ser ................................................................. 10
2.4 - § 4. O primado ôntico da questão do ser ........................................................................ 10
2.5 - § 51. O ser-para-a-morte e a cotidianidade da pre-sença ................................................ 12
2.6 - § 52. O ser-para-o-fim cotidiano e o pleno conceito existencial da morte ..................... 13
3 - Críticas e deficiências do pensamento Heideggeriano ...................................................... 16
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................18
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Existencialismo e Fenomenologia – Cronologia ....................................................06
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - “A vida e a morte”, 1911 – Klimt.................................................................15
1 - MARTIN HEIDEGGER – Vida e Momento Histórico
Martin Heidegger nasceu na Alemanha em 1889 e faleceu em 1976. Seu pai era Sacristão católico muito modesto, situação que o garoto escapou de repetir graças a uma bolsa de estudos que lhe permitiu ir estudar, a partir de 1903, no liceu de Constança. E sua mãe era amiga da mãe do jovem Conrad Grober que viria a se tornar arcebispo. Sendo assim, Heidegger teve influencias religiosa, despertando seu interesse ainda precoce nos estudos básicos da Filosofia de Fraz Bretano no final do século XIX filosofo católico. Com o termino dos estudos básicos Heiddeger entra para ordem, dos Jesuítas. Estudou Escolástica e teologia, na Universidade de Freiburgo. Heidegger, ainda que ambivalente, nunca se desvinculou da sua predisposição à mística, daqueles seus anos de infância de menino-sineiro e de seminarista ao mesmo tempo ele continuou estudando sobre Aristóteles, e também iniciando as primeiras leituras de Husserl, que acabou levando-o para o método fenomenológico. Teve interesse pela filosofia de Maurice Blondel e por Kierkegaard, que fez com ele tivesse outra visão de pensamento além do católico.
Heidegger tornou-se assistente de Husserl praticamente desde que o mestre chegara à Universidade de Friburgo em 1916. Sua obra o "Ser" foi praticamente todo influenciado por Husserl, transmitido a ele toda doutrina fenomenológica. Em 1919 Heidegger casou-se com sua aluna Elfirede Petri uma moça luterana, filha de um oficial do exército, e com ela teve 2 filhos. Grande parte de suas obras foram dedicadas a Heidegger. Ele também se relacionou com outra aluna chamada Hannah Arendt, ascendência judia, que anos depois transformou se em uma das mais famosas filósofas políticas. Mantiveram contato por um longo período.
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Heidegger, para tanto, uniu o existencialismo de Kierkegaard e a fenomenologia do seu mestre Husserl, abolindo com os dualismos que caracterizavam a metafísica clássica (corpo/alma, interior/exterior, subjetividade/objetividade, ser/parecer), mantendo, porém, a irredutível separação do "eu" com o seu "próximo". Ao privilegiar no seu famoso livro Zein und Zeit (Ser e Tempo, 1927), o retorno da filosofia para o ser (ontologia), imaginou que ele doravante estaria aberto, livre, pronto para eleger o que desse e viesse. "Ser-no-mundo é morar no mundo", e não estar tenuamente ligado a ele. "Ser", para Heidegger, como observou Sartre, "é ser as próprias possibilidades: é fazer-se ser". O que importava era a autenticidade da decisão tomada. O seu limite era dado pelo tempo, pelo prazo de vida que cada um tinha, porque era a morte quem revelava a finitude do ser humano. Não havia mais céu para acolher a alma, nem o regaço de Deus para depositar-se as inquietações e as esperanças, o ser estava entregue a si mesmo, ao nada (niilismo). Uns aceitavam as coisas assim como são, sobrevivem apenas, "vivem" o seu cotidiano sem grandes inquietações, sem voltar-se sobre si mesmos. Outros, ao contrário, "existem", testam os limites da vida, lançam perguntas, indagam, enriquecem o ser, angustiam-se, querem fugir do tédio e da ansiosidade, sensibilizam-se.
Neste cenário confuso, caótico, de descrença absoluta e de desesperada necessidade de esperança, onde os extremos ideológicos se enfrentavam em cada esquina da Alemanha, nasceu o existencialismo de Martin Heidegger. A queda de Deus, do rei, e da metafísica clássica, fez com que Heidegger, rompido definitivamente com o catolicismo desde 1919, concentrasse o seu interesse no ser, no ser-aqui, na existência (Dasein), vindo a ocupar o vácuo deixado por um "mundo sem Deus", anunciando-se no cosmo filosófico alemão como uma nova estrela do amanhã.
Apesar do envolvimento de Heidegger com o nazismo, quando o ser-ai dele integrou-se no movimento nacional-socialista a partir de 1931-2, sua filosofia permitiu uma abertura de linhas e de decisões tão amplas que os seus discípulos, admiradores e seguidores, sentiram-se autorizados a seguir pelas estradas que bem lhes aprouvessem. Os casos mais exemplares, em que dois seguidores de Heidegger tomaram caminhos totalmente contrários ao do mestre, foram os de Hannah Arendt (a jovem e talentosa estudante judia que foi sua amante), um exemplar crítico do totalitarismo, e o do filósofo Jean Paul Sartre, o mais engajado nas causas da esquerda dos pensadores do após-guerra de 1945.
Em 1933 Heidegger Tornou - se reitor da Universidade de Friburgo, ele apoiava o nacional-socialismo, e nessa mesma época Hitler tinha se tornado chanceler, após segunda guerra, Heidegger assumiu o lugar de Husserl, depois de ter renunciado à reitoria de Freiburg em abril de 1934, um tanto frustrado, Heidegger tratou de levar uma nova idéia ao Ministério da Cultura em Berlim: a Dozentakademie. Tratava-se do projeto de criar na capital alemã uma academia de docentes pela qual todos os que desejassem ser catedráticos nas universidades do Estado nacional-socialista deveriam obrigatoriamente passar. Seria algo parecido como um mosteiro de filósofos, onde gente vinda de todas as partes teria uma vida regrada de acordo com as determinações monacais, entremeadas, porém, com exercícios militares. Uma vida em comum, simples, ascética, dedicada ao estudo, com a pretensão de renovar e ir além do cientificismo americano "partindo de suas necessidades interiores" (seja lá o que isso significava na linguagem heideggeriana) mas em 1937 ele perdeu a fé no povo alemão e ficou decepcionado com Hitler.
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