ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

A Abordagem Centrada na Pessoa surge dentro da corrente Humanista, onde o ser humano passa a ser percebido de maneira holística, dotado de criatividade e uma

tendência auto-atualizante, o que o capacita a tomar decisões, escolher e assumir valores, sendo indispensável para o desenvolvimento da pessoa, sua preservação e amadurecimento nas relações afetivas.

Para Rogers e Kinget (1977), a idéia principal da abordagem é a crença na “capacidade do indivíduo”, assim explicitada pelos autores:

“O ser humano tem a capacidade, latente ou manifesta, de compreender-se a si mesmo e de resolver seus problemas de modo suficiente para alcançar a satisfação e eficácia necessárias ao funcionamento adequado[...] tem igualmente uma tendência para exercer essa capacidade” (p. 39).

Essa capacidade é a manifestação psicológica do postulado fundamental da abordagem: a tendência à atualização do indivíduo. Tendência esta, orientadora de todas as necessidades do organismo, desde as físicas até as experienciais, visando o desenvolvimento de suas potencialidades para a conservação da vida, de acordo com as possibilidades e limites do meio.

Freire (2000) afirma que a teoria de Rogers da tendência atualizante é organísmica, uma vez que o organismo é motivado por esta à auto-atualização, movendo-se para o crescimento, o processo e a mudança, qualidades constituintes da natureza humana. Para a autora, tal tendência “não pode ser destruída sem que se destrua também o organismo” (p.13). Essa capacidade só ocorre na relação intersubjetiva, quando existe um ambiente facilitador para que a pessoa se expresse como pode e consegue, sem pré-jugamentos, sendo assim aceito e acolhido.

As atitudes facilitadoras: congruência, compreensão empática e consideração positiva incondicional constituem-se, de acordo com Rogers, como as condições necessárias para que a mudança da personalidade aconteça, e ocorrem de forma entrelaçada na terapia.

A congruência diz respeito ao acordo entre os níveis da experiência organísmica, da representação na consciência e da comunicação (RUDIO, 1975). Na relação, o estado de congruência significa estar integrado e representando adequadamente na consciência a experiência real, de forma que a pessoa possa ser ela mesma, vivenciando de forma livre os seus sentimentos e atitudes (FREIRE, 2000).

Quanto à compreensão empática pode ser conceituada, de acordo com Freire (2000) e Pinto (2010), como a capacidade de perceber da forma mais próxima possível

as referências internas do outro “como se” fosse ele, procurando apreender suas emoções e os significados que este atribui as suas experiências; é buscar olhar através dos olhos do cliente.

A terceira atitude, consideração positiva incondicional, corresponde à aceitação do outro como uma pessoa diferente e única, com seus próprios sentimentos e experiências. Perpassa pelo acolhimento e o respeito por cada aspecto de sua experiência, a partir da ausência de julgamentos e emissão de valores do que é vivenciado e comunicado pelo outro, para isso o terapeuta (RUDIO, 1975).

Propondo uma articulação entre os princípios