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Análise Infantil

Por:   •  16/8/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.069 Palavras (13 Páginas)  •  238 Visualizações

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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO INFANTIL

ANA CAROLINE BIRR

JOCIELEN DA SILVA ROSA

PROFESSORA: SILVIA PAES LEME DA MOTTA

Psicologia do Desenvolvimento

Joinville – SC

2016

ANA CAROLINE BIRR

JOCIELEN DA SILVA ROSA

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO INFANTIL

Relatório de pesquisa apresentado para a disciplina de Psicologia do Desenvolvimento do curso de Psicologia da Universidade da Região de Joinville, sob orientação da professora Silvia Paes Leme da Motta.

Joinville – SC

2016

INTRODUÇÃO

O trabalho de observação infantil foi realizado com uma criança do sexo masculino nascida em 03/12/2011 que neste trabalho o será atribuído um nome fictício de “Pedro”. Pedro iniciou no ano de 2016 o primeiro contato com a escola após sair da creche, mora com a mãe e os irmãos e não possui contato com o pai. A observação foi realizada aos finais de semana em sua casa por uma das integrantes do grupo que possui contato direto com essa família e que será descrita neste trabalho com o auxílio de embasamento teórico do texto de Arnold Gesell.

O desenvolvimento infantil é caracterizado como sendo um processo de abertura e expansão, no sentido de tornar-se mais maduro, complexo e completo. Por conseguinte, observa-se que o termo pode ser aplicado em relação à impressão global da criança e envolve necessariamente um processo de crescimento e aumento nano entendimento, compreensão, na obtenção de novas habilidades bem como em relação à busca de respostas comportamentais mais sofisticadas (ROCINHOLI; LACHAT; OLIVEIRA, 2008).

Para Gesell, o gradiente de desenvolvimento é uma série de fases ou graus de maturidade por onde a criança vai progredindo em direção à um nível mais elevado de comportamento. À medida que a criança cresce, os seus esquemas de comportamento tornam-se cada vez mais complexos e incorporam as marcas das influências culturais.

O trabalho tem como objetivo realizar a comparação do desenvolvimento de uma criança real em seu dia-a-dia com o texto A infância e a criança na cultura de hoje (The Infant and Child in the Culture of Today) em que serão analisadas as fases propostas pelo autor para esta idade, que incluem o perfil do comportamento, o comportamento diário, o sono, a alimentação, a sesta, a eliminação, o comportamento de tomar banho e de vestir, atividades individuais e por fim a sociabilidade.

DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Perfil do Comportamento

Segundo Gesell, aos 4 anos a criança é ativa, irrequieta, é afirmativa diferentemente da criança da 3 anos que é concordante. Seu maior desenvolvimento se dá no sentido da imaginação e do movimento, gosta de praticar atividades físicas e improvisa nos desenhos e também, em alguns momentos, realiza nomeação aos mesmos. Possui também pouca apreciação do desapontamento das emoções alheias. A criança também pode ter bastante interesse pela morte, porém não possui todos os mecanismos para entendê-la.

A criança de 4 anos domina melhor todo o equipamento motor, incluindo a linguagem. Consegue comer e falar ao mesmo tempo e no momento em que realiza atividades motoras faz comentários sobre o que está fazendo. Em Pedro, pode-se observar o domínio da linguagem e poucas dificuldades neste sentido. Ainda em relação ao desenvolvimento motor, é capaz de ficar em pé com um pé só, comportamento observado em Pedro, é capaz de cortar com a tesoura, amarrar o sapato. Apesar de ser bastante ativa, há a possibilidade de que em certos momentos consiga se deixar ficar sentada por bastante tempo realizando atividades manuais, no caso de Pedro, esta atividade manual seria o uso de um telefone de celular.

Aos 4 anos a criança é extremamente faladora, ela própria comenta seus discursos e constitui seu auditório. Gosta de inventar palavras novas para denominar a objetos que já possuem nomeação, o fluxo de perguntas chega ao máximo realizando perguntas de “como?” e “por quê?” que não representam apenas uma simples busca de conhecimento, mas também a capacidade de exercer a linguagem e a audição. Pedro é bastante falador e em seus diálogos costuma usar um tom alto de voz, realiza bastante perguntas principalmente em relação aos seus brinquedos.

A explicação da psicologia da criança de 4 anos reside na sua intensa energia conjugada com uma organização mental de grande fluidez. A sua imaginação está em quase perpétuo movimento. Desloca-se de umas formas para as outras com despreocupada facilidade. Começa a desenhar uma tartaruga e, antes de ter acabado, é já um elefante ou um caminhão.” (GESELL;ARNOLD, 1985, p.198)

Devido a esta fluidez, a criança torna-se mentirosa e criadora de álibis. Após presenciar determinadas situações, é logo reposta em cena com histórias incríveis deste acontecido, em que um bloco pode transformar-se e vidro e logo após em um estetoscópico. A criança é bastante criativa e por meio de suas fantasias procura entender-se e entender melhor o mundo em que vive. É importante ouvi-la, dar atenção à suas histórias, mas não se deve levar tudo ao pé da fala. Em Pedro, este comportamento é realizado com alta frequência, e pode ser observado no momento em que uma das alunas estava presente em determinado acontecimento e Pedro transcreveu o mesmo de forma totalmente diferente e fantasiosa. Estas representações teatrais podem ser formas de expressões de comportamentos antes já realizados na creche ou na escola. É também comum nesta idade, o costume da repetição de frases faladas pelos outros, Pedro repete falas dos irmãos mais velhos e expressões da mãe. É capaz também de relatar com bastante fidelidade o que acontece dentro de casa em momentos inapropriados.

A criança normalmente está interessada no seu próximo aniversário, ou seja, o de 5 anos, fala sobre o assunto frequentemente e este costuma ser seu assunto favorito, principalmente se haverá uma festa de algum colega ou conhecido. Pedro costuma falar sobre este assunto e mostra nos dedos a idade que irá fazer, porém, fala que esse dia vai demorar pra chegar ainda, provavelmente é uma repetição da fala da mãe para com ele.

Na vida de grupo de uma criança de 4 anos, existe uma organização normalmente entre 3 ou 4 pessoas e muitas vezes estes grupos são separados de meninas e meninos, onde dão ordens e criam tabus. A mãe é o tribunal de ultima instância e sua autoridade é invocada com frequência no meio dessas relações grupais. Pôde-se ser observado em Pedro, que há uma preferencia em amizades do sexo masculino, pois na maioria de seus discursos e histórias está envolvido algum amigo, porém, pôde-se também uma boa relação com crianças do sexo feminino.

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