Desenvolvimento das Operações com Signos – Memória e Pensamento

Desenvolvimento das Operações com Signos – Memória e Pensamento (1)

Feito por: Glória Elisa Bearzotti Pires von Buettner

Operações com signos têm origem social: são produto das condições específicas do desenvolvimento social

Operações com signos têm papel crucial no desenvolvimento dos processos psicológicos superiores.

Exemplos de operações com signos: linguagem gestual, fala, desenho, escrita, leitura, uso do sistema

numérico, etc.

A fala é um exemplo importante de operação com signos, e constitui elemento chave no desenvolvimento de

processos psicológicos superiores, uma vez que ‘cria a possibilidade de representação da realidade ao invés da

simples reação imediata aos estímulos já existentes’ (Toassa, 2004:3, itálicos meus).

Desenvolvimento da memória exemplifica as leis básicas de desenvolvimento das operações com signos.

I. Origens sociais da memória indireta - mediada

1. Fundamentalmente, dois tipos de memória, ligadas às duas linhas de desenvolvimento:

a. Memória natural: processo psicológico elementar, impressão (gravação) não mediada de estímulos,

principalmente eidética (imagens), ‘surge como consequência da influência direta dos estímulos’, principal

característica: é imediata; direta.

b. Memória mediada: não é direta, envolve operações com signos – é mediada por signos

Portanto: é processo psicológico superior

Supera os limites das funções psicológicas elementares - impostas pela natureza

Constitui uma evolução para uma nova organização do comportamento, elaborada culturalmente

Relacionada à linha cultural: envolve a criação e o uso de estímulos ‘artificiais’ (signos), autogerados a partir da

convivência cultural.

2. Diferença essencial entre funções mediadas e elementares: relações entre os estímulos e as

respostas aos mesmos.

Funções elementares: total e diretamente determinadas pela estimulação ambiental; fruto das dimensões

biológicas do Sistema Nervoso.

Funções superiores: ‘a característica essencial é a estimulação autogerada, isto é, a criação e o uso de

estímulos artificiais que, incorporando-se ao SN, tornam-se a causa do comportamento’ (FSM, p 44).

II. Estrutura das operações com signos

1. Funções elementares: reação direta à situação com que o organismo se defronta

Representada pela fórmula simples S  R

2. Operações com signos: requerem elemento intermediário entre S e R

S  X  R

O elemento intermediário (o X na fórmula) é o signo: estímulo artificial – criado – ‘colocado’ entre S e R

‘Colocado’: significa que o indivíduo deve estar ativamente engajado no estabelecimento deste elo

Signo possui também ação reversa: age sobre o indivíduo e não sobre o ambiente

Conseqüentemente, o processo torna-se um ato complexo, mediado.

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(1) Síntese do capítulo 3 de “A formação social da mente”, de Vigotski (1989), elaborada para aulas.

3. Conclusões

Operações com signos constituem o ‘tipo básico de organização para todos os processos psicológicos

superiores’ (p 45).

Como têm ação reversa, conferem formas qualitativamente novas às funções psicológicas.

Permitem que a pessoa controle o próprio comportamento com o auxílio de estímulos extrínsecos.

“O uso de signos conduz os seres humanos a uma estrutura específica de comportamento,

que se destaca do desenvolvimento biológico e cria novas formas de processos

psicológicos enraizados na cultura” (p 45).

III. Primeiras operações com signos em crianças

1. Experimentos de Leontiev (respostas sobre cores proibidas, com e sem cartões)

a. Primeiro estágio (Crianças em idade pré-escolar): não eram capazes de usar estímulos externos para

organizar