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Direito e Literatura: O Mito de Édipo

Por:   •  13/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.600 Palavras (11 Páginas)  •  359 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Campus Praça da Liberdade

Psicologia 6º Período/ Noite 

Professor: Bruno Vasconcelos de Almeida

Bárbara Vieira Ávila Santos

Josué Zacarias

Juliana Morais de Almeida Vieira

Melody Araujo Pinto Furman

Raiane Naiara Soares de Moura

Sophia da Costa Pimenta Meira

Direito e Literatura: O Mito de Édipo

  1. Elabore um pequeno texto acerca da importância das interfaces entre literatura e direito.

O Direito, no contexto predominante político-econômico de Estado Social, possui uma ligação direta com a sociedade. Os desejos e as demandas sociais devem ser atendidos pelo Estado, que protege e resguarda os cidadãos. Essa relação está prevista e garantida pela Constituição Federal da República Federativa do Brasil, que visa a promover a seguridade social e a construção de políticas públicas.

Nesse contexto, deve-se ressaltar o papel da literatura como uma forma mediante a qual o homem transcreve a sua percepção do mundo, explora sua criatividade e expressa sentimentos, valores e pontos de vista. A linguagem é vista, pela filosofia clássica, como uma forma de diferir o homem dos demais animais.

             Para Aristóteles, o homem é um animal político, que utiliza da linguagem para interagir com a sociedade. Para Platão, a linguagem representa o remédio à ignorância, isto é, o conhecimento.

          Pode-se então observar a importância da literatura na esfera do Direito, uma vez que a mesma se torna evidente no âmbito teórico, possibilitando a conclusão de que a literatura expressa os desejos sociais e os problemas enfrentados – que, por sua vez, demandam ações dos juristas para amenizá-los e resolvê-los.

            Em seguida, é importante ressaltar também a interface prática da literatura com o Direito. Observa-se que a literatura do texto legislativo pode alterar completamente o contexto jurídico, gerando, assim, inúmeras interpretações e conflitos. Dessa forma, o Direito é utilizado como um mecanismo de mediação entre os dissídios literários, capitaneados pelos membros do poder Legislativo e pela própria sociedade.

  1. Escolha um autor entre os indicados pelo professor. Apresente seus dados bibliográficos.

             Sófocles foi um importante dramaturgo da Grécia Antiga, nascido em Atenas, provavelmente em 495 a. C, e cuja morte data de 406 a.C.  De origem não aristocrática, viveu em Atenas num período de maior desenvolvimento cultural dessa cidade. Filho de um fabricante de armaduras de nome Sófilo, Sófocles recebeu na infância e na juventude uma educação bem tradicional, nos moldes atenienses, ou seja, com valorização dos aspectos culturais. Ainda na juventude, dirigiu um coral de crianças, formado para comemorar a vitória ateniense na batalha de Salamina (480 a.C).

              Em sua trajetória na dramaturgia, é considerado um dos grandes representantes do teatro grego antigo, juntamente com Eurícledes e Ésquilo. No ano de 468 a.C, aos 28 anos de idade, participou de um concurso de arte dramática, no qual venceu Ésquilo. Porém, foi derrotado em um concurso realizado em 441 a.C por outro importante dramaturgo da época, Eurípedes. Durante a vida ganhou vários concursos ligados ao teatro e obteve justo reconhecimento da sociedade por seu talento na criação de sátiras e de tragédias. O tema de Sófocles é o destino humano - o destino do herói que sofre e que é destruído.  A tragédia apresenta a crise desse destino individual, imposto pelas forças sobrenaturais.

Sófocles acredita que  o  homem  está  no  centro  do  mundo,  mas  também  crê  no  poder irresistível dos deuses (ainda que não tenha fé na justiça divina). Seus personagens principais, embora sujeitos a falhas humanas, são heroicos e afetados por motivos superiores.

Dentre as inúmeras obras de Sófocles, sua obra-prima é Édipo Rei, a tragédia do homem perseguido pela fatalidade de seu destino: transformado em rei, busca um assassino que, na verdade, é ele mesmo, descobrindo, ao final, ter matado seu próprio pai e desposado a sua própria mãe.

  1. Escolha um texto, livro, conto, ou outra produção do autor escolhido. Faça uma síntese da obra escolhida, problematizando os aspectos que chamaram a atenção do grupo.

O texto escolhido pelo grupo é o Mito de Édipo, de autoria do filósofo grego Sófocles.  Nesse mito, Édipo é filho dos reis de Tebas, Jocasta e Laio – que, em consulta ao oráculo, recebe a orientação de não ter filhos, pois, se assim o fizer, será assassinado pelo seu próprio descendente, que, além disso, cometerá incesto com Jocasta.

        

Entretanto, mesmo com a previsão do oráculo, nasce Édipo. Porém, com medo, seu pai pede ao seu servo que mate o menino. Entretanto, o servo o entrega a outro servente, pertencente ao reino vizinho, de maneira que a criança é adotada pelo rei e pela rainha desse império. Ao crescer, Édipo visita o oráculo, que o avisa da terrível previsão, segundo a qual ele mataria seu pai e se casaria com sua mãe. Desesperado, Édipo foge, esbarrando com o rei Laio, seu verdadeiro pai, e o mata, cumprindo, assim, a primeira parte da profecia.

Após o assassinato de Laio, Édipo chega a Tebas – cidade que estava sendo aterrorizada pela Esfinge, um monstro mitológico que barrava a entrada dos viajantes na pólis propondo-os um enigma. Ao acertar o questionamento da Esfinge, ela morre se lançando em um penhasco e, a partir disso, Édipo é considerado um herói, recebendo de Creonte a honra de se casar com sua irmã, e viúva do rei morto, Jocasta. Da união de Édipo e de Jocasta resultam quatro filhos. Dessa forma, se cumpre a segunda e última parte do destino profetizado pelo oráculo.

Com o ataque de uma peste à cidade, e para detê-la, é necessário a punição do assassino do rei Laio. Édipo conscientiza-se do assassinato praticado e pune a si mesmo arrancando seus olhos, na companhia de suas filhas Antígona e Ismênia.

Vale ressaltar que a psicologia utiliza desse mito, que tem como função explicar existências – e uma delas diz respeito aos instintos –, como inspiração para retratar uma condição humana mais conhecida como complexo de Édipo, conceito estudado no século XX por Sigmund Freud. De acordo com o referido psicanalista, a condição retro mencionada se desenvolve na fase infantil como uma espécie de disputa entre o filho e o progenitor do sexo oposto (ou seja, o pai), de maneira que a criança cria sentimentos opostos de amor e ódio, simultaneamente. A partir das inúmeras interpretações do Mito de Édipo, é possível questiona-las servindo assim como um auxílio às questões clínicas que acompanham as mudanças humanas.

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