Grafismo Infantil
Por: Fabianafplopes • 19/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.088 Palavras (9 Páginas) • 1.568 Visualizações
INTRODUÇÃO
O desenho desde os primórdios foi utilizado como uma forma de linguagem para expressar ideias, costumes e fatos históricos e sempre vem se aprimorando ao longo de todo desenvolvimento do ser humano através de novas descobertas.
O ser humano sempre está se desenvolvendo cognitivamente ao passo que adquire novos conhecimentos, vários estudiosos se dedicaram a pesquisar sobre os desenhos cujo os nomes deram de grafismo um dos desses filósofos como Jean Piaget (1896- 1980) e Georges Henry Luquet (1876-1965), mais especificamente será relatado apenas o grafismo no período pré-operatório na faixa etária de 2 a 7 anos de idade.
Grafismo é uma arte de expressar através de rabiscos, traços, formas geométricas, cores é uma maneira livre de expressar sentimentos, momentos e situações reais, mesmo que não seja possível identificar o desenho por terceiros, mas para o indivíduo escutador do desenho tem um significado profundo, ou seja, o grafismo é uma representação simbólica que o indivíduo manifesta sua visão de mundo dentro do seu contexto em particular.
Grafismo Infantil
Grafismo infantil é um conjunto de rabiscos que a criança executa para fazer representações como uma linguagem, é uma forma de expressão.
Os primeiros anos de vida de uma criança são decisivos para um bom desenvolvimento intelectual, emocional e efetivo é no decorrer desse período que a criança constrói sua identidade.
Nesse período é importante que a criança tenha o máximo de contato possível com diversidades lúdicas, como brinquedos coloridos, ter o quarto, berço sempre que possível com figuras geométricas e desenhos diversos para que possa chamar sua atenção e despertar sua curiosidade, com isso ela vai despertar para construir seu desenvolvimento. Quanto mais a criança tem acesso a um ambiente diversificado e adequado, mas ela se desenvolve cognitivamente.
Desde os primórdios da sociedade havia o sistema de comunicação através da escrita, muitos dos fatos históricos entendemos hoje pelo fato de ter relatos através dos desenhos, ou seja, o desenho foi e é importante em vários aspectos.
O ato de desenhar não deve ser considerado apenas como um evento mecânico, mas também como uma concretização do simbólico. É para a criança uma atividade prazerosa e representa o mundo real e imaginário, à medida que a criança evolui cognitivamente, expressar-se de forma mais desenvolvida. O ato de desenhar é estudado por muitos, pois é através dos desenhos que as crianças transmitem para o papel seus sentimentos, emoções, desejos e expressam suas ideias. Independentemente da idade toda criança desenha. É como se ela utilizasse esse meio como instrumento para deixar marcas, assim disse (Perondi. 2001, p. 179) “Quando uma criança toma posse de algum instrumento que deixa marcas, certamente ela irá utiliza-lo para desenhar”.
O desenho para criança é uma forma de linguagem em que ela utiliza para externalizar seus pensamentos, assim como disse o autor (Derdyk, 1994, p. 50). “O desenho é o palco de suas encenações, a construção de seu universo particular”.
Através de várias observações que estudiosos aprofundaram sobre o assunto e dividiram esse desenvolvimento através do desenho em fases, mais especificamente, o presente trabalho é desenvolvido pelas referências de estudos dos autores Jean Piaget (1896-1980) que foi psicólogo, filósofo e um grande admirador e estudioso no campo do desenvolvimento infantil, desenvolvedor de estudos sobre a aprendizagem como um processo de reorganização cognitiva, e o Georges Henry Luquet (1876-1965) filosofo e etnógrafo francês conhecido com pioneiro no estudo de desenho infantil.
O desenho infantil foi titulado como grafismo onde cada um dos autores citados acima dividiu em fases de acordo com a idade e o desenvolvimento cognitivo. Dentro do período pré-operatório (2 – 7 anos de idade) é nessa fase que ocorre o aparecimento de representações mentais desenvolvendo funções simbólicas, percepção global, segundo Piaget.
Jean Piaget (1896-1980)
Piaget dividiu a fase cognitiva da criança em: período sensório motor (0 a 2 anos) pré-operatório (2 a 7 anos), operatório concreto (7 a 10 anos) e operatório formal (11 aos 14 anos).
Em uma análise Piagetiana o grafismo é dividido em fases:
Garatuja: estagio sensório motor nesse estágio a criança começa a rabiscar a folha sem tirar o lápis do papel fazendo riscos prolongados onde se divide em garatujas desordenas e ordenadas.
- Garatuja desordenada: onde não há preservação de todos os traços, a criança apenas rabisca e rabisca várias vezes sobre estes já desenhados.
- Garatuja ordenada: a criança já começa ter interesse por formas, ela desenha a figura humana de forma imaginaria, não existe representação fixa entre o objeto e a representação.
- Pré-esquemático (período pré-operatório) a partir dos 3 nos de idade a criança já começa a dar significado aos desenhos, fazendo rabiscos horizontais, verticais, circulares, espirais, traçando desenhos diversos sem ligação entre si. Aos 4 anos ela já é capaz de projetar para o papel através do desenho o que ela sente, até aos 6 anos os desenhos começam a ficar mais criativos e diversificados, onde há relação entre o desenho, pensamento e realidade. Podem estar ou não relacionados entre si.
- Esquemático (estágio operacional concreto) os desenhos são baseados na vida real, ou seja, suas operações mentais através do desenho ocorrem em respostas a objetos e situações reais. Nessa fase a criança relaciona os objetos com as cores. Ocorre também a descoberta do uso da linha de base para os desenhos, diferentes episódios são executados no mesmo desenho.
- Pseudo-naturalismo (estágio de operações formais e/ou abstratos) nessa fase a crianças já está com 10 anos de idade a partir dessa fase a criança já é capaz de executar desenhos mais bem estruturados com personalidade e profundidade, uso consciente da cor.
Luquet dividiu a fase de desenvolvimento em realismo fortuito (começa com 2 anos) realismo fracassado (de 3 a 4 anos) realismo intelectual (4 a 10-12 anos) realismo visual (a partir dos 12 anos).
Com relação ao grafismo Luquet divide em:
- Realismo Fortuito: a criança começa a produzir traços acidentalmente, sem qualquer objetivo, porém, a criança quer determinar um objeto e representá-lo efetivamente;
- Realismo Falhado: a criança tem a intenção de desenhar algo, tenta ser realista, mas não consegue por se deparar com obstáculos psíquicos e motores, que dificultam a manifestação da criança;
- Realismo Intelectual: a criança acrescenta em seus desenhos objetos que só existem em sua mente e dá a cada um dos elementos a sua forma exemplar, fazendo o uso de vários objetos para tentar chegar a forma desejada;
- Realismo Visual: a criança substitui as imagens que existe só em sua mente e começa a desenhar apenas o que vê.
Segundo Luquet tem outro aspecto que se deve levar em consideração nos desenhos infantis, que é a Narração Gráfica que se divide em três características:
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