IX Semana do Bebé
Por: Márcia Duarte • 7/1/2016 • Relatório de pesquisa • 1.238 Palavras (5 Páginas) • 389 Visualizações
No dia 16 de outubro de 2015, no âmbito da disciplina de Psicologia de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente assistimos ao seminário científico enquadrado na IX Semana do Bebé e intitulado de «Pintores de um Mundo Feliz». Este seminário teve uma primeira conferência, intitulada por «“Sempre a Abrir” Hiperatividade na criança pré-escolar», moderada pela Dra. Luiza Rosado, neurofisiologista clínica do CHCB e que tinha como oradores o Dr. Pedro Cabral, neuropediatra do Hospital de S. Francisco Xavier (CHLO), e pela Dra. Ana Luís Antunes, psicomotricista da APPACDM da Covilhã. A segunda conferência «”Colorir com Afetos”- Conferências Parentais» foi moderada pelo Dr. Vítor Santos, médico MGF (medicina geral e familiar) do Centro de Saúde da Covilhã ACES Cova da Beira, e teve como oradores a Dra. Anabela Fazendeiro, psicóloga e terapeuta familiar do Hospital Pediátrico de Coimbra (CHUC), e pelo Meritíssimo Juiz Desembargador José Bernardo Domingos.
Relativamente ao tema da primeira conferência, o Dr. Pedro Cabral referiu que até ao pré-escolar a criança apresenta dificuldades em interagir com os outros, têm um défice de atenção e apresentam um excesso de atividade motora. A criança que tem pouca adrenalina, ativa menos o pré-frontal o que causa um défice na atenção. Crianças com PHDA (Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção) caracterizam-se por níveis elevados de desatenção, hiperatividade e impulsividade, em termos de desenvolvimento. A taxa de prevalência de PHDA é maior em meninos do que em meninas, e para crianças com idade inferior a 12 anos de idade do que para adolescentes. Embora os sintomas de hiperatividade reduzam na adolescência, a maioria das crianças com PHDA continua a apresentar algumas deficiências cognitivas, tais como memória de trabalho deficiente, ao longo da adolescência até à fase adulta, em relação a outros da mesma idade. Deste modo, pode dizer-se que existem várias perturbações específicas do desenvolvimento, tais como, a relação com a idade de aparecimento, o facto de ser mais frequente/aparente no sexo masculino, existir uma dificuldade na aquisição de capacidades complexas, a relação com o normal e “imaturidades”. As crianças são irrequietas, porque muito possivelmente tiveram problemas de sono precoces e estar bem atento é estar suficientemente acordado. O Dr. Pedro referiu ainda que, a hiperatividade é uma história mal contada, pois existem múltiplos fatores para a criança ser hiperativa, pelo que deve tentar perceber-se o porquê de ser assim, e que as crianças que sofrem de desatenção e hiperatividade na infância são mais comuns em famílias monoparentais, naquelas cujos pais têm baixos níveis de realização educacional ou que estão desempregados, e ainda, em famílias de baixo rendimento.
A Dra. Ana Luís Antunes, apresentou sobre “Défice de atenção e hiperatividade. E agora?”, referindo que a psicomotricidade pretende experienciar o corpo de forma positiva e deste modo, a criança vai realmente poder movimentar-se, falou da educação psicomotora, da reeducação psicomotora (dificuldades ou atrasos psicomotores) e da terapia psicomotora. Há três subtipos de PHDA: o tipo predominantemente desatento, segundo o qual a criança apresenta seis dos nove sintomas de desatenção; o tipo predominantemente hiperativo, segundo o qual a criança apresenta seis dos nove sintomas de hiperatividade e impulsividade; e o tipo combinado, segundo o qual a criança apresenta elevados níveis dos dois tipos de sintomas. Em pessoas com PHDA a memória de trabalho é deficiente/pobre, apresentam dificuldade em reconstituir acontecimentos, memória de trabalho verbal retardada, autorregulação imatura do afeto/motivação, é improvável que o indivíduo retome algo depois de se distrair, apresenta dificuldade em inibir comportamentos e no controlo motor. O PHDA evolui ao longo da vida e o diagnóstico é feito com base no fenótipo (comportamental) e não numa causa.
A criança ao brincar e devido à psicomotricidade conseguem aumentar a autoestima da criança. A criança com PHDA é menos reflexiva e “aprende fazendo” e a aprendizagem melhora face a tarefas curtas, deve ser estimulante, desafiadora e implicar um reforço positivo, estas crianças demoram mais tempo a perceber o que o outro quer que ele faça. Cada sessão inicia-se com um diálogo inicial, que inclui uma função retrospetiva e propriospetiva), seguidamente as crianças fazem atividades fundamentais, que desenvolve a área de carência, promove a criatividade e o cumprimento de regras, a próxima etapa da sessão é o relaxamento, onde há uma contenção corporal, posto isto, prossegue-se à arrumação, que vai desenvolver o sentido de responsabilidade da criança, e finalmente o diálogo final, que tem uma função retrospetiva, e nas sessões seguintes o processo é sempre o mesmo.
Na conferência «“Colorir com Afetos”-Competências Parentais», o Dr. Vítor Santos começou por referir que existe muito daltonismo nos afetos e que antes de aprendermos a ser pais, temos que aprender a ser filhos.
A Dr. Anabela Fazendeiro referiu que é importante repensarmo-nos a nós próprios e que nós sem o outro não somos nada, nem ninguém e que precisamos do outro para nos encontrarmos.
A parentalidade é um conjunto de ações encetadas pelas figuras parentais junto dos filhos, no sentido de promover o seu desenvolvimento da forma mais plena possível. Esta decorre num contexto dinâmico e relacional.
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