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Mulheres e semelhantes

Por:   •  20/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.082 Palavras (5 Páginas)  •  248 Visualizações

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO: Psicologia

DISCIPLINA: Psicologia do desenvolvimento ll        

PROFESSOR: Bernardo Micherif Carneiro

Ciclo C – Mod 1

TURNO: noite

SEMESTRE: 1

ANO: 2016

RESENHA

TEXTO:  MULHERES E SEMBLANTES

Alunas: Amanda Cristine; Kamilla Galdino; Keylla Patrícia

Miller estrutura o seu texto a partir da lógica da sexuação lacaniana, relatando que há dois universos na divisão dos sexos: o masculino e o feminino. Tais universos se diferem na forma de lidar com o semblante e com o real. No universo feminino não há falo, o mesmo é colocado como semblante, um véu, mas a mulher tem conhecimento disso, pois lida diretamente com o real. No universo masculino a presença do falo não permite aos homens lidarem diretamente com o real, eles organizam o seu universo através do ordenamento fálico e do semblante de ter algo, que seria o falo, mas não tem conhecimento disso.

No masculino só entra o que é para seu falo e o seu gozo, que está centrado na perversão. O gozo do corpo do homem é limitado apenas a um órgão, que seria o pênis. O universo masculino se estrutura em uma fraternidade em torno do pai como símbolo no lugar de adoração, em um todo, pois são todos iguais, o pai tem um lugar de exceção, um lugar central, que permite aos outros se reconhecerem como iguais por serem diferentes do pai. Tudo o que está fora do ordenamento fálico é estranho nesse universo, é difícil de ser sustentado pois sempre há elementos externos que o ameaçam. Para o homem amar o outro é preciso que ele reconheça a falta do falo e o deposite no outro, colocando-o como semblante, através da fantasia. É como se o outro se tornasse o seu falo. Para isso, é preciso se assegurar de sua falta, e é aí que acontece a “castração”. A dificuldade do homem negar a posse do falo é o que o faz colocar as mulheres em série, como se todas fossem iguais, quando ele percebe que há uma específica com quem não conseguirá fazer isso e terá que toma-la como única, decide abrir mão do falo e colocá-lo como semblante. O mito do Dom Juan relata-o como um homem que consegue tomar todas as mulheres como únicas, não faz série delas, por isso conquista a mulher que quiser, mas é claro, isso é só um mito.

No universo feminino, Lacan propõe que a mulher não existe, esse não existe não se refere ao lugar da mulher, mas atribui que tal lugar se encontra particularmente vazio, não tem um significado, uma representação, há somente máscaras do nada que justificam a ligação entre mulheres e semblantes. Assim como a mulher, o pai e a relação sexual também não existem. Nesse universo não há ordenamento e regras, justamente pelo fato de não haver o pai. Há uma relação com o falo como véu, mas também há com o real. Não há um todo, não é possível formar grupos, as mulheres só podem ser tomadas uma a uma, são únicas, o campo feminino é da ordem da invenção e a invenção é única, subjetiva. O gozo feminino é ilimitado e está centrado na perversão e na loucura, como algo que não pode ser representado. Não há falo, portanto não há ameaça de perda. O falo é um semblante, por isso a mulher não tem dificuldade de amar, pois esse ato não coloca em jogo o seu falo.

A partir da lógica da sexuação proposta por Lacan, Silva (S/D) diz que o parceiro-sintoma se estrutura como um Todo do lado masculino, enquanto que do lado feminino, ele se estrutura sob o significante Não-Todo.

Silva e Besset (2011) afirmam que a psicanálise nomeia como devastação o tipo particular de parceria amorosa onde uma mulher aceita ser amada por um homem mesmo que como objeto de dejeto. Se não há um encontro entre os sexos, ou seja, um encontro na sexualidade do homem e da mulher, o que pode haver entre eles é o amor como sintoma possível. Lacan (1972-1973) apud Silva e Besset (2011) relata que ‘’se a posição do sexo se difere quanto ao objeto, é por toda a distância que separa a forma fetichista da forma erotomaníaca do amor.’’ Silva (S/D) relata que o homem pode ser tanto a devastação para a mulher como um deslumbramento, um exemplo disso é o mito de Medeia, onde o homem deixa de ser deslumbramento e passa a ser devastação.

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