O Caso clínico conhecido como - O Pequeno Hans
Por: Vitor_fox • 27/5/2018 • Trabalho acadêmico • 469 Palavras (2 Páginas) • 431 Visualizações
O caso clínico conhecido como “O Pequeno Hans”, discorrido por Sigismund Schlomo Freud no ano de 1909 em aproximadamente 90 páginas, aborda o desenvolvimento de Herbert Graf, mencionado pelo autor no texto como o pequeno Hans, durante 5 anos de observação de seu comportamento, sendo que o maior contribuinte para a documentação do relato foi Max Graf, pai do garoto, que ajudou o pesquisador compartilhando suas observações.
Numa idade considerada prematura, a criança apresentava um interesse peculiar quanto à parte de seu corpo que costumava chamar de “pipi”, questionando frequentemente os pais quanto a esse aspecto físico. Em diversas situações apresentadas no relato, o pequeno Hans costumava apontar frequentemente a existência do “pipi” dos animais. Entretanto, tal interesse, ao impeli-lo a tocar seu próprio membro em ação auto-erótica, levou sua mãe a ameaçar de corta-lo, o que leva o garoto a apresentar o chamado “complexo de castração”. Durante suas observações dos animais, ele também chega a certas conclusões, como de que um animal apresenta um órgão reprodutor, enquanto coisas como uma mesa e uma cadeira não, assim aprendendo a diferenciar seres vivos de objetos inanimados com essa lógica.
Ademais, dentre as diversas vertentes que o autor trouxe em sua pesquisa, como o primeiro traço de homossexualidade de Hans em relação ao seu primo, o medo da castração, o auto-erotismo e o discernimento da diferença entre o sexo masculino e feminino, a que foi apresentada com maior vivacidade é a equinofobia de Hans. Tal fato levou a criança a não querer sair de casa por dias, com seu medo focado nos cavalos e em veículos de carga que poderiam cair. Max Graf apontou esse fenômeno em seu filho como uma manifestação sexual quanto aos cuidados da sua mãe e um medo dos órgãos reprodutores dos cavalos, usando o mesmo raciocínio quando Hans veio a apresentar uma aversão para com qualquer animal grande.
Entretanto, Freud se desapega desse conceito de “complexo de Édipo” que o pai apresenta nessa situação e busca trazer à luz uma conceituação mais voltada para uma ansiedade que Hans apresenta, dessa forma aconselhando o pai a orientar o filho quanto a tal fobia e ao conhecimento sexual, o que ajudou a acalmar a ansiedade da criança e a faze-lo superar o desejo pela masturbação noturna. Isso trouxe à luz o fato de que o medo que Hans tinha dos cavalos era em alusão ao relacionamento deste com o pai, no sentido de que o menino tinha um sentimento de rebelião com ele por sentir-se competindo pela posse da mãe, mas ao mesmo tempo demonstrando o medo que tinha de perder seu pai. Esses pensamentos divergentes de amor e ódio pelo pai acabam por se manifestar como essa ansiedade em Hans. Ao fim, Hans consegue superar tais traumas, vivendo uma vida adulta normal em relação à essa época de desenvolvimento.
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