O Evento Privado
Por: Gabriella Campos • 6/12/2018 • Resenha • 818 Palavras (4 Páginas) • 223 Visualizações
A psicologia comportamental abrange as interações das emoções, pensamento e estado fisiológico. Sabemos que o behaviorismo radical teve como principais influenciadores foi B.F. Skinner. Um dos assuntos mais controversos desse meio é o evento privado que será abordado nesse texto através de duas perspectivas.
O artigo Para além da Privacidade, foi lançado em 2018, de autoria dos psicólogos Henrique Mesquita Pompermaier e Carlos Eduardo Lopes. O conceito de evento privado foi instituído pelo Skinner como uma tentativa de explicar os fenômenos subjetivos predominante no comportamentalismo, ressaltando a superação do dualismo metafísico.
Alguns estudiosos debatem a ideia, pois entram em conflito em diferentes argumentos, Hoccut (2009) por exemplo, “sustenta que a noção de evento privado não se ajusta bem com as exigências dos métodos e procedimentos específicos de observação e mensuração”. Vale destacar dois aspectos aderem a essa ideia de Hoccut (2009), o primeiro é a observabilidade circunstancialmente restrita, sendo evento privado como um evento comportamental que só pode ser observado pelo próprio indivíduo. O segundo sendo a via de acesso aos estímulos classificados como privado. Afastando-se disso, o interesse é distinguir o público-privado e a noção da privacidade.
No tópico observar é interpretar, interpretar é observar é discutido o problema sobre o conhecimento do evento privado que por sua vez só pode ser acessado pelo próprio indivíduo correndo o risco de uma interpretação errônea, também questionando-se as diferentes compreensões de estímulos em processos posteriores à observação que podem variar de pessoa para pessoa.
Conforme Zilio e Dittrich (2014), “o que diferencia a percepção da sensação é forma pela qual se entra em contato com os estímulos”. O artigo também retrata sobre a separação da sensibilidade e a ação, a dificuldade no conhecimento dos fenômenos subjetivos. Somando-se esse conjunto de tópicos, o texto versa sobre o entrelaçamento de contingências de diferentes níveis.
Por fim eles enunciam que a noção de privacidade que sustenta o evento privativo está relacionado com as tradições filosóficas, as vezes, incompatíveis com o behaviorismo radical de Skinner. A relação comportamental é complexa em conjunção com perceber-sentir-agir que é retratado no decorrer do texto. Os fenômenos subjetivos são relações comportamentais que não se extinguem em eventos públicos ou privados, mas implicam a consideração de processos comportamentais.
No artigo Eventos privados e a privacidade no behaviorismo: A questão da observabilidade circunstancialmente restrita, lançado em 2016, de autoria dos psicólogos Henrique Mesquita Pompermaier, Naiene dos Santos Pimentel e Camila Muchon de Melo, as ideias se complementam até mesmo porque foi escrito uma parte também pelo mesmo autor do primeiro artigo.
Eles enfatizam que o conceito de evento privado é caracterizado pelo conhecimento acessível direto do próprio indivíduo, é esse modo de pensar sobre o assunto que os diferenciam sobre as outras escolas behavioristas.
“Afirmando que todos os eventos – públicos e privados – são de mesma natureza, o Behaviorismo Radical incorpora os eventos cujo acesso e conhecimento são indiretos e inferenciais na explicação do comportamento” (Marr, 2011; Palmer 2011). Abordando Moore (2009) eles acrescentam uma polissemia do evento privado, criando quatro sentidos diferentes fazendo com que haja uma abertura para críticas à noção de privacidade.
Neste texto, eles apontam como
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