O Sentido sexual dos sintomas
Por: Henrique Guimaraes • 17/12/2017 • Trabalho acadêmico • 1.374 Palavras (6 Páginas) • 341 Visualizações
Dia 8/11
Sentido dos sintomas
Freud inicia o texto contrapondo o olhar do sintoma pela psiquiatria e pela psicanálise. Pela psicanálise os sintomas tem sentido e se relacionam com as experiências do paciente, assim como também as parapraxias e os sonhos, como vimos no resumo anterior que até mesmo as palavras eleitas em nossos discursos tem sentido que relaciona a vida da pessoa. Usa exemplos de uma paciente obsessiva que encenava obsessivamente a cena da sua frustrada noite de núpcias, por causa da impotência do marido, tendo todo seu ritual sintomático relação com isso, visando proteger a reputação do esposo.
Freud usa os exemplos do obsessivo por ser mais fácil de relacionar o sintoma ao significante do que na neurose histérica. A angustia enquanto afeto se liga a uma representação recalcada. A neurose obsessiva apresenta um modo sintomático mais particular, mais discreto, restringindo-se apenas no plano mental, prescindindo o somático, nos obsessivos os sintomas se relacionam-se mais diretamente a representação, enquanto nas histéricas, os sintomas em geral se ligam diretamente ao recalcado, envolvendo certa teatralidade para trazer o representante, o sentido, o significante. Uma sintomatologia mais ruidosa e menos direta. Por isso mais fácil o exemplificar.
Na escuta do obsessiva se faz presente com pensamentos de significação nula, mas que permanecem ativos e se fazem presentes na forma de rituais, qu8e são a repetição destes pensamentos e que sempre dizem da fuga de pensamentos graves, como o desejo de cometer um crime. Também apresentam forte indecisão, o que restringem-lhes a liberdade.
Numa linguagem mais lacaniana, quando falamos de representação estamos falando do significante. O sintoma como um significante inserido no discurso como metáfora e metonímia. O elemento do discurso esta situado tanto a nível consceinte como inconsciente, que representa e determina o sujeito (representa o sujeito, e diga-se também, para complicar mais um pouco, representa o sujeito para outro significante –[cadeia de significantes].
Bônus: O sentido sexual dos atos e dos sintomas
“Originalmente conhecemos apenas objetos sexuais: a psicanalise mostra que as pessoas a quem acreditamos apenas respeitar e estimar, podem ser a nos, inconscientemente, objetos sexuais” (S. Freud)
Os atos são representantes conscientes de uma ação e provém do inconsciente, tem lá seu representante e vice versa, ou seja, as representações inconscientes tem suas formações na consciência também – vinculam uma mensagem, possuem um sentido oculto, diferente do que se coloca a primeira vista. Um ato falho o revela por exemplo, e sua interpretação em analise, quando em boa transferência, constrói inshts e elaboração de sentido consciente, e a pessoa pode ate dizer: “_é! Isso faz sentido”.
Os atos conscientes substituem um ato idealizado impossível de ocorrer , que após passarem pelo recalque, chegam deformadas a consciência (relação com o incesto no complexo de Édipo). É sexual pois, quando falamos deste ato idealizado, estamos falando da estruturação do sujeito e do desejo, que passa pelo corpo pulsional erogenizado, e após o recalque que se estabelece após a internalização da lei os atos serão substitutos desse desejo inconsciente, que quando não elaborados, se traduzem como sintomas. A depender de como o sujeito se porta perante a lei (isso diz da estrutura) irá também guardar a relação com seus sintomas
No próximo texto se observa que os sintomas são assim, substitutos do prazer sexual.
A vida sexual humana
Freud começa o texto discutindo o que seria sexual, algo mais amplo que se diz no senso comum (união das genitais), incluindo a sexualidade infantil. E afirma que essa noção reduzida de sexual não é suficiente para explicar comportamentos claramente sexuais que não atendem definições padrões, como o contato homossexual, a masturbação, o fetichismo, entre outras manifestações desviantes que Freud inicialmente chama de perversões.
Freud dividiu este grupo (pervertidos) entre dois grupos
1 - O objeto sexual foi modificado ( não ligadas a reprodução, as filias, os gays)
2 - A finalidade sexual foi modificada (como o voyverismo)
As duas categorias podem combinar-se, o sado masoquismo por exemplo, pode ser modificação do objeto de prazer – dor/sofrimento, como da finalidade (de gozo e união das genitálias), - receber ou proporcionar o sofrimento
Para Freud, uma melhor compreensão das perversões viabilizaria uma melhor compreensão da sexualidade normal, uma vez que a perversão e a normalidade guardam semelhanças do ponto de vista da organização sexual.
Duas observações extraídas da prática psicanalítica.
1) Os sintomas neuróticos são substitutos do prazer sexual.
2) A sexualidade ‘pervertida’ não seria senão uma sexualidade infantil cindida (dividida) em impulsos separados
Na neurose histérica os sintomas podem ocorrer em qualquer órgão. Nos sintomas histéricos os órgãos metaforicamente substituídos pelos genitais são justamente aqueles que não possuem significação sexual. Para algumas pessoas existe uma dificuldade em obter uma satisfação sexual normal que as leva a inclinações pervertidas , já presentes de forma latente.
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