PERSPECTIVAS PSICANALÍTICAS SOBRE AMOR NA MODERNIDADE LIQUIDA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

MARIANE GOMES DA SILVA

PERSPECTIVAS PSICANALÍTICAS SOBRE AMOR NA MODERNIDADE LIQUIDA

“É possível haver um diálogo entre essas duas posições?”

São Paulo

2020

MARIANE GOMES DA SILVA

PERSPECTIVAS PSICANALÍTICAS SOBRE AMOR NA MODERNIDADE LIQUIDA

Pré-projeto de pesquisa apresentado como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Orientador: Prof.  Deise Mirian Rossi

São Paulo

2020

SUMÁRIO

 

 

1         INTRODUÇÃO.........................................................................................4

2        OBJETIVOS.............................................................................................5

2.1        OBJETIVO GERAL ..................................................................................5

2.2        OBJETIVOS ESPECIFICOS ....................................................................5

3        JUSTIFICATIVA ......................................................................................6

4        EMBASAMENTO TEORICO ...................................................................6

4.1         SOBRE O AMOR......................................................................................6

4.2         DEFINIÇÃO...............................................................................................6

4.3        O AMOR NA MITOLOGIA GREGA...........................................................6

4.4        O AMOR O AMOR “À MODA ANTIGA” VERSUS O AMOR ATUAL........7

5.        CONCEITO DE AMOR EM PSICANÁLISE..............................................7

6.        CONCEITO DE AMOR LÍQUIDO EM BAUMAN.....................................10

7.        SEMELHANÇAS ENTRE BAUMAN E PSICANÁLISE NA CONCEPÇÃO

DE AMOR..................................................................................................12

8        REVISÃO BIBLIOGRAFICA ...................................................................13

9        REFERÊNCIAS.........................................................................................14

10        CRONOGRAMA........................................................................................15

1. INTRODUÇÃO

O amor está presente em todos os tempos, culturas e lugares, desde a antiguidade até os dias atuais. Considerando as diferentes maneiras de como cada um se relaciona amorosamente, o que se pode afirmar é que se envolver com alguém se trata de um processo natural da vida para maioria dos indivíduos. A maneira como as diferentes formas de amar se caracterizam dentro de cada pessoa em relação a seus objetos que estão internalizados, sempre levando em conta que os vínculos interpessoais, na maioria das vezes, reproduzem os intrapessoais (SANTOS E BARBOSA 2016).

As relações amorosas contemporâneas estão cada vez mais inconstantes. Ao mesmo tempo em que se busca relacionamentos duradores, há uma necessidade em desapegar-se do outro. A instabilidade dos papéis “o amor se torna líquido”, de acordo com Bauman. O amor vira produto de troca sempre existindo um novo que precisa ser substituído. Ainda segundo o sociólogo (2010) “é um amor até segundo aviso, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-o enquanto ele te trouxer satisfação, e o substitua por outros que prometem ainda mais satisfação”. Além disso, a forma como o sujeito lida com esse “desapego” gera uma dificuldade em manter relacionamentos. Quando falamos de amor liquido, Bauman explica que as pessoas possuem liberdade sexual e podem se relacionar com diferentes parceiros em busca do prazer, porém, essa liberdade não favorece a qualidade das relações afetivas. Em tempos líquidos, há muitas desvantagens nas relações, uma delas são as promessas feitas pelo parceiro que não serão cumpridas ao longo da relação, deixando de ser algo satisfatório e virando obstáculos. De acordo com ele, é necessário haver um interesse moral entre as partes para existir um laço afetivo genuíno.

Parafraseando Lacan, onde o mesmo diz que “amar é dar o que não se tem”, podemos considerar que amar é reconhecer sua falta e colocá-la no outro que vai além de si mesmo. Nesta perspectiva, o amor trata-se de algo inconsciente, que o sujeito transfere ao outro, que este conhece sua verdade. Entretanto, o permite imaginar que essa verdade será agradável, porém a realidade é que seja algo difícil de suportar.

As relações no modelo tradicional-duradouro é algo que nos parece difícil nos dias atuais, cada um determina sua forma e tempo de amar e se espera que o outro corresponda às expectativas criadas através do desejo e da falta. “É através da busca de uma satisfação passada e ultrapassada que o novo objeto é procurado, e que é encontrado e apreendido noutra parte que não no ponto onde se o procura” (LACAN, 1995, pp. 13). O psicanalista propõe que somos seres faltantes, ou seja, a ideia de completude nos parece impossível, pois estamos sempre em busca de algo, o objeto de desejo é mutável, não é um objeto específico.  

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL  

Objetiva-se realizar uma pesquisa teórica de abordagem social sobre o amor em uma perspectiva psicanalítica e possíveis relações com os conceitos de “Amor Liquido” proposto por Zygmunt Bauman, sociólogo e filósofo. Primeiramente, será feita uma abordagem do amor desde a antiguidade até a contemporaneidade. Nesse tópico, serão estudadas as diversas noções que se estabeleceram sobre o amor: sociológico, psicanalítico, romântica, mitológica, individualista, consumista. Posteriormente, após contextualizar historicamente as noções que se estabeleceram em torno do amor, será realizado algumas considerações a respeito do amor liquido proposto por Bauman e a concepção de amor através da psicanalise podendo haver pontos de convergências.