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PSICOLOGIA E SUA IDEOLOGIA DE 40 ANOS

Por:   •  20/8/2018  •  Resenha  •  756 Palavras (4 Páginas)  •  287 Visualizações

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Desde sempre a psicologia esteve ligada à sociedade brasileira e sempre esteve de acordo com as necessidades com a necessidade, assumindo assim uma responsabilidade com a mesma. Observando a história da psicologia no Brasil, é notório a ideia da elite de higienizar, diferenciar e categorizar as pessoas sendo concretada.

Desde o início, na colonização do Brasil, essas características estavam presentes. Os estudos psicológicos ocupavam-se de analisar as características dos indígenas e as formas mais eficazes de ter o controle em cima deles. Não só deles, como o controle sobre mulheres e crianças também fizeram parte dos estudos psicológicos da época.

Logo depois que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal, os estudos psicológicos ficaram por conta da medicina e da educação que visavam a ideologia higienização da sociedade como o mais importante. No âmbito da educação haviam condutas autocráticas e disciplinares. Já no âmbito da medicina haviam os surgimentos de hospícios.

As ideias psicológicas diziam que a moral era natural do homem e que ela era perdida quando o homem se corrompia. Essa “moral” só dizia respeito a sociedade europeia, os grupos dominantes. A parte trabalhadora e escravizada da sociedade brasileira não chegava perto desses valores, logo sendo taxada de imoral. Porém essa ligação ficava oculta nos discursos naturalizados e servia às teorias da degenerescência das raças.

No século XX, a psicologia adquiriu o estatuto de ciência autônoma na Europa e logo depois nos Estados Unidos. Na educação, houve o movimento da Escola Nova, onde foram revogados os castigos e a vigilância disciplinar, onde a vigilância psicológica tomou lugar.

Surgiram, então, muitas teorias do desenvolvimento que irão basear o trabalho pedagógico. As ideias psicológicas foram vinculadas à administração e à gestão de trabalho.

Nas guerras foi necessitado o desenvolvimento de testes psicológicos. Dessa forma, a psicologia foi reconhecida no Brasil como profissão em 1962.

Durante quarenta anos, a psicologia serviu às elites, sendo um serviço de difícil obtenção das pessoas com baixa renda. Ainda há muitos psicólogos que atuam em consultórios particulares. Isso quer dizer que as pessoas não têm acesso a eles, pois os preços são altos. O que não deveria ser dessa maneira, já que com o decorrer dos anos, essa área vai ficando cada vez mais restrita e o certo seria uma atuação extensiva, tendo grande utilidade e contribuição com a sociedade num geral.

Nos anos 70, há criação da psicologia comunitária, o que apontou um avanço já que assim se desenvolveram forças progressistas na saúde pública, nos anos 80 e depois disso, em outros setores.

O fenômeno psicológico é naturalizado. A psicologia diz que o mesmo se desenvolve conforme o homem aproveita as situações e o estimula. Isso está longe da realidade social. Essas concepções naturalizantes dissimulam a construção social do psiquismo. Os psicólogos devem, pelo contrário, buscar construir análises que ao falarem do mundo psíquico, falem do mundo social de fato.

A psicologia se enraizou na sociedade como uma profissão corretiva, que deve ser apenas procurada quando há desvios do que é considerado “normal” ou patologias. Sendo assim, a profissão não foi desenvolvida para que contribuísse

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