Personalidade Para a Psicologia Comportamental
Por: Maria Fernanda Gusmão • 3/4/2017 • Trabalho acadêmico • 429 Palavras (2 Páginas) • 1.477 Visualizações
A personalidade é um dos principais conceitos de interesse da Psicologia e se tornou importante, dentre outros motivos, por prometer uma explicação para a construção das características peculiares a cada indivíduo. (Banaco, Vermes, Zamigani & Kovac,)
Diversos teóricos da área dedicaram-se ao desenvolvimento deste conceito, como Freud e Jung. As primeiras hipóteses sugeriam que a personalidade teria sua formação ainda durante os primeiros anos de vida do indivíduo e, uma vez constituída, ela teria poucas modificações ao longo da vida. Nesta premissa, atribuía-se a falhas no processo de constituição da personalidade o surgimento de distúrbios psicopatológicos ou doenças “da mente”. Para além do campo da patologia, a vida ‘normal’ foi colocada na pauta da personalidade, atribuindo a ela características como tímido, teimoso, impulsivo, dramático, meigo, sentimental, agitado, sério, ansioso, sensível, sagaz, entre outras mais.
Desta forma, a personalidade é definida como um jeito de ser, uma justificativa para padrões de comportamento. Segundo esta visão de mundo já bastante tradicional na psicologia, a personalidade não é, pois, algo que podemos observar, mas aquilo que estaria por trás do que vemos. Entretanto, a psicologia tem se aberto a áreas do conhecimento que propõe uma explicação para a personalidade com base no que pode ser observável.
No desenvolvimento das abordagens comportamentalistas, destacaram-se pensadores como Watson e Skinner. Na conceituação do behaviorismo metodológico, Watson se propõe a estudar apenas o comportamento observável, pois apenas este é passível de mensuração e quantificação. Para este autor, apenas este procedimento consistiria em uma investigação verdadeiramente científica. Dentro deste sistema de pensamento, exclui-se comportamentos encobertos, geralmente atribuídos à personalidade. Este conceito, portanto, não foi tomado com alvo dos estudos de Watson.
Conforme o uso do termo personalidade foi sendo tradicionalmente utilizado pelas abordagens mentalistas, criou-se certa resistência em usar o conceito na análise do comportamento. Entretanto, é necessário formular explicações e acepções que estejam de acordo com os princípios do behaviorismo, para que o analista do comportamento possa compreender exatamente a que dimensões se refere um indivíduo quando diz de questões relacionadas a este construto.
Para o behaviorismo, a personalidade é um conceito e não pode ser entendida para além dos princípios do comportamento. Segundo esta vertente teórica, a maior parte do comportamento é aprendida e, embora o comportamento seja submetido a leis, cada indivíduo cresce e vive sob diferentes condições ambientais. Assim, os indivíduos apresentam variações no seu repertório comportamental, e conforme as contingências se alteram, o conjunto de comportamentos também será alterado. A este conjunto de comportamentos é que se chama, cotidianamente, personalidade. As diferenças individuais precisam ser explicadas, ainda, a partir dos determinantes genéticos.
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