Psicologia Comportamental

Uma proposta de definição de comportamento no behaviorismo radical

O objetivo do artigo “Uma proposta de definição de comportamento no behaviorismo radical” segundo o autor Carlos Eduardo Lopes não é encontra uma simples definição do comportamento mas leva em consideração os compromissos filosóficos do Behaviorismo Radical, o aspecto dinâmico do comportamento e a articulação entre eventos, estados e processos.

O autor, nos primeiros tópicos do artigo nos traz um relato da pluralidade de interpretações dos compromissos filosóficos do Behaviorismo Radical  como mecanicista, fisicalista, materialista, contextualista, pragmatista e com base nisto nos demonstra o quanto a definição do comportamento (que no primeiro momento pode nos parecer até “banal”) é algo mais complexo pois segundo o Behaviorismo o comportamento não é algo estático nem imutável.

Assumindo, então, uma interpretação relacional do Behaviorismo Radical o autor no demonstra a diferença entre a interpretação relacional da realista e do solipsismo para clarear e, de certa forma defender a posição tomada nesse ensaio do artigo.  Diz-se então que é impossível separar o estímulo da resposta. Ou o organismo do ambiente pois elas estão sempre em relação uma com a outra, sem priorizar nem o estímulo sobre a resposta, nem o a resposta sobre o estímulo. Admitindo, então, esta interpretação relacional do Behaviorismo Radical entramos em contradição com três  interpretações apresentadas no artigo que são: A realista, pois esta, prioriza o ambiente sobre o organismo como se o estímulo estivesse “fora” de uma relação comportamental, ou seja, que o estímulo é independente do organismo; com o solipsismo, que entende e prioriza o organismo sobre o ambiente e por último a interpretação associalista que diz ter um momento inicial para a relação entre organismo e ambiente.

Para então trazer uma definição satisfatória e fiel a interpretação filosófica adotada no ensaio do artigo o autor no traz quatro investidas em direção a uma definição de comportamento que foram: relação organismo ambiente, na qual diz-se que o comportamento é relação entre organismo e ambiente, sem prioridade de existência dos elementos; Coordenação sensório-motora, na qual diz-se que o que há de mais elementar em um comportamento é a coordenação sensório-motora que relata que um simples movimento como de uma pedra rolando não pode ser considerada como comportamento pois não existe suscetibilidade a estímulos; Fluxo comportamental, na qual o autor deixa claro que ao compreendermos a participação sensório-motora na definição de comportamento nos traga um maior entendimento da relação entre organismo-ambiente nos traz um outro aspecto que passa a ser um desafio para a definição do comportamento, pois, entendemos que o comportamento é algo dinâmico, Portanto é mutável e dificilmente imobilizada pois está sempre em movimento ou transformação. Por isso, ao alcançar seus objetivos, a analise do comportamento impõe “recortes” sobre a natureza contínua do comportamento para desta forma analisar de forma eficaz o funcionamentos da relação organismo-ambiente e para a construção de um fluxo comportamental analisado.

A partir da unidade dos eventos comportamentais (respostas), eventos ambientais (estímulos), estados comportamentais (comportamento operante, ou seja, a probabilidade de um comportamento ocorrer novamente) e processos comportamentais (contingências) que é considerada uma ferramenta que da possibilidade a compreensão e modificação do comportamento podemos então analisar o fluxo do comportamento. Assim então, chegarmos a conclusão ou a confirmação de que realmente não existe  organismo fora do ambiente, nem um ambiente que não esteja em relação funcional com o organismo. Sendo assim, concluímos segundo o artigo que a relação interdependente entre organismo e ambiente é o que caracteriza o comportamento.