Psicologia e os povos indogenas
Por: Bernardo Vasconcelos • 31/8/2015 • Dissertação • 656 Palavras (3 Páginas) • 214 Visualizações
Psicologia 2º Período
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Psicologia e os Povos Indígenas
Desde dezembro de 2007 a Comissão dos Direitos Humanos da CRP 07 tem discutido, junto com outros órgãos meios de trazer às comunidades indígenas uma melhor qualidade de vida. Durante muito tempo a psicologia, assim como outras áreas do conhecimento não tinha acesso aos povos indígenas, uma vez que os mesmos impunham ou eram impostas pelo estado, restrições para com aquela comunidade e assim, estudos sobre como poderia ser melhorada a qualidade de vida dos mesmos não foram realizadas. Porém, esta situação tem começado a mudar de uns tempos pra cá. Devido às condições de vida que muitos índios estavam vivendo no campo a procura por um melhor lugar pra se viver começou a fazer parte de suas vidas, tornando assim, a vindas para as cidades uma opção bem interessante.
Estima-se que, atualmente, o Brasil abriga aproximadamente 460 mil índios distribuídos entre 225 sociedades indígenas e falando mais de 180 línguas. Porém este levantamento realizado pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio), aborda apenas aqueles que habitam as aldeias e, assim desconsidera aquelas que migraram para as cidades ou que não habitam nas aldeias totalizando ente 100 e 190 mil índios além daqueles que não foram contatados que são de aproximadamente 63 grupos.
Como a psicologia tem como objetivo principal a promoção de saúde, ela, juntamente com outros órgãos, tais como ONGs, o estado e chefes de aldeias têm buscado levá-la aos povos indígenas. Um estudo datada do ano 2000 realizado pela FUNASA (Fundação Nacional da Saúde) apontou que, dentro de muitas aldeias há um grande índice de suicídios, alcoolismo e depressão, quadros estes que tem chamado atenção daqueles que buscam, independente do meio, proporcionar uma vida melhor às comunidades indígenas e também a aqueles que já não vivem mais em aldeias.
No VI Congresso Nacional de Psicologia algumas diretrizes foram tomadas em prol dos direitos sociais dos Povos Indígenas pelo Conselho Federal de Psicologia tais como o incentivo a definição de políticas públicas dirigidas aos povos indígenas que considerem as diferenças entre as etnias e as especificidades regionais, o apoio a iniciativas dos povos indígenas de ampliação e qualificação da escolarização, a promoção de debates, seminários, trocas culturais entre a categoria e as comunidades indígenas, e o estabelecimento de parcerias com entidades da psicologia para a discussão da temática indígena.
Em 2012 a psicologia comemorou 50 anos de sua regulamentação no Brasil, e embora se trate de uma ciência que se encontra em constante crescimento e desenvolvimento, ela não pode ser considerada uma ciência já concluída, pois como ela se relaciona diretamente com o ser humano e suas mais diversas diretrizes, há a necessidade de sempre estar se atualizando e modelando-se aos moldes da sociedade, seja ela nas cidades, aldeias indígenas ou em qualquer outro lugar.
Um problema que é real e faz parte da vida daqueles que atuam na área da psicologia é o contexto cultural onde a psicologia é usada. Como se sabe, os principais estudos acerca da psicologia foram realizados por pesquisadores na Europa e nos Estados Unidos, onde a cultura e costumes são bem diferentes da realidade brasileira. Freud, por exemplo, era austríaco, Watson americano, Piaget suíço e Vygotsky bielorusso. Ou seja, cada um deles contribuiu e muito para a evolução da psicologia porém, influenciados diretamente pelo meio onde viviam. Como essas mesmas descobertas vieram para o Brasil, a psicologia tem buscado cada vez mais adequar os estudos estrangeiros com a realidade dos brasileiros, uma tarefa muito difícil diga-se de passagem, mas que da melhor maneira possível têm sido usada para a função da psicologia, a promoção de saúde.
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