RESENHA CRÍTICA – “UM ENCONTRO COM LACAN”
Por: carolrbragatto • 7/3/2020 • Resenha • 567 Palavras (3 Páginas) • 1.827 Visualizações
RESENHA CRÍTICA – “UM ENCONTRO COM LACAN”
O documentário Rendez Vous Chez Lacan, traduzido para o português como, “Um encontro com Lacan”, retrata sobre a vida, sobre a obra do psicanalista Jacques Lacan, sobre a dele importância para a psicanálise, sua prática clínica e seus seminários, relatado por amigos, analisandos, família e alunos. O analista nasceu em 1901, em Paris oriundo de uma família católica e de média burguesia, se formou em psiquiatria e mais tarde por meio do surrealismo teve contato com a psicanálise.
Lacan aprendia em seu escritório por meio dos analisandos, a qual, ele cuidava de ouvir quem falava com ele, e este sabia quais palavras importantes para alguém. Há uma mulher presente no documentário, que diz que, Lacan era como o diabo, pois Lacan tinha a sabedoria de interrogar cada um no mais íntimo do ser, os desejos, estilos, sua pessoa, Lacan perguntava a todos que possuía contato, o que realmente o sujeito queria, pois é esse desejo que deixa os indivíduos irritados, afastados que está recalcado no inconsciente desses seres, e é o que se torna um sintoma o que seria analisado pelo analista, afim de aliviar o sintoma, mas não cura-lo. Lacan dizia para sermos atentos ao que o sintoma diz, não aceitá-lo como uma fatalidade, mas para dominar e transformar esse sintoma, como ele fez com uma mulher judia, a qual, havia um trauma sobre Gestapo e após relatar um sonho e Lacan escutar a palavra Gestapo se levantou e tocou no rosto da analisanda e ressignificou a palavra Gestapo em geste à peau, em português gesto na pele, mostrando como ele mesmo dizia que o inconsciente é estruturado como uma linguagem.
Outrossim, Lacan dizia que o sintoma é o que muita pessoa tem de mais real, e que esse real é a desregulamentação e nos prejudica, por isso a dificuldade de esclarecer o inconsciente, por que a verdade é desconfortável e a análise pode trazer à tona o saber do sintoma e ter acesso às verdade da história do indivíduo e assim por ser algo que incomoda a um abandono desta, logo muitos prezam pela ignorância, o que Lacan chama de sujeito petrificado aquele que não se questiona sobre si mesmo.
É curioso o fato que Lacan misturava o espaço público e o privado, muitos pacientes estavam em analise e a porta permanecia aberta, enquanto, havia várias pessoas na sala de espera, pessoas de fora do escritório escutavam o que o analisando colocava para fora por meio das palavras, além disso, Lacan deixava seu telefone no chão e deixava tocar no escritório, é estranho pensar em interromper uma análise por causa de um telefonema e outro fato é por que a maçaneta da porta do escritório de Lacan eram diferentes, seria interessante ter abordado o objetivo de Lacan ao fazer estas pequenas coisas.
No final do documentário, fala-se um pouco dos seminários de Lacan, e cada um presente tinha ouvido coisas distintas, afirmando uma frase de Lacan que dizia que o locutor pode saber o que disse, mas nunca saberá o que o outro escutou. Outro ponto, foi que apenas Jacques-Alain conseguiu redigir de forma como o Lacan gostaria e este é irmão do responsável pelo documentário, o qual tinha o interesse de divulgar sobre Lacan para as pessoas. Apesar de Lacan ser levado em consideração como a maior psicanálise, posterior de Freud, ele considerava freudiano e dizia que sejam lacanianos, se quiserem.
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