RESENHA O PEQUENO NICOLAU
Por: edgardpc • 18/11/2022 • Resenha • 1.221 Palavras (5 Páginas) • 231 Visualizações
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CURSO LIVRE DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
EDGARD PIRES DA COSTA
RESENHA DO FILME “O PEQUENO NICOLAU”
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São Paulo
2022
OBRA
O PEQUENO NICOLAU. Direção: Laurent Tirard. Produção: Eric Jehehelmann. Intérpretes: Maxime Godart e outros. Roteiro: Alain Chabat; Laurent Tirard; Fidélité Productions; Wild Bunch; M6 Films; Mandarin Films; Scope Pictures, 2009. (90 min).
APRESENTAÇÃO
Resenha apresentada sobre o filme O pequeno Nicolau que aborda a rotina de Nicolau entre sua vida em casa e na escola, o ponto de vista infantil é dominante durante todo o filme, demonstrando a pureza, inocência e a lógica para lidar com seus problemas e demandas, o medo inicial com a possível chegada de um irmão, apesar de abordar a lógica do ponto de vista dos adultos o filme foca na pureza das crianças.
DESCRIÇÃO
O filme retrata a história de Nicolau, narrado em primeira pessoa, as cenas se passam na escola e em sua própria casa. Filho único que conta com a vantagem te ter toda a atenção dos pais voltada a si, por ser mimado e ter todo o amor dos pais, a chegada de um irmão representa uma ameaça a todo este privilegio, o filme aborda principalmente o medo de ser abandonado por causa do nascimento do irmão em conjunto com dúvida de não saber o que quer ser quando crescer, após aceitação do irmão, vem primeiro a frustação da mãe não estar gravida, entretendo com a revelação aos seus pais o desejo, de agora, ter um irmão sua mãe engravida, na parte final do filme tem a frustação como sentimento principal pela chegada de uma irmã e não um irmão, e finalmente a satisfação de entender o que quer ser quando crescer.
CONTEÚDO
O filme se inicia com a professora passando a tarefa de realizar uma redação com o tema sobre o que as crianças querem ser quando crescer, a partir desta cena Nicolau apresenta seus amigos e os laços afetivos que possui com eles, toda a descrição e feita por meio do imaginário infantil do que cada um vai ser quando crescer.
Certo dia, um de seus amigos da escola relata sua insatisfação sobre chegada de um irmão. Após o relato desse amigo, Nicolau passa a observar as atitudes e as conversas de seus pais com uma maior atenção, faz uma conexão com as atitudes descritas pelo seu amigo que os pais apresentavam que antecederam o nascimento do irmão, com isso passa a acreditar que sua mãe também está grávida.
O garoto fica aterrorizado com sua constatação, acreditando que seus pais o abandonarão, e correlacionando com a história do pequeno polegar. Com a ajuda de seus amigos desenvolve vários planos para agradar sua mãe, para que assim convença o pai a se livrar da ideia de abandona-lo, em paralelo traça uma forma de livrar de seu novo irmão que em seus pensamentos chegará em breve, todos esses planos são ideias para afastar a chance desse abandono dos pais.
Nicolau entende que a chegada de um irmão não resultaria em um abandono, mas sim a oportunidade de ter alguém para ensinar e ter companhia, porém descobre que sua mãe não está gravida. Frustrado, Nicolau se vê mais uma vez sozinho.
Por fim seus pais atendem seu desejo, com a chegada do novo irmão Nicolau cria grandes expectativas, porém a chegada do tão esperado irmão é frustrada, pois na realidade é uma irmã, por meio da criatividade e bom humor o garoto trabalha a frustação, descobrindo assim o que quer ser quando crescer. Fazer as pessoas rirem.
CRÍTICA
Nicolau é uma criança que nos foi apresentado em uma fase da vida onde a criança vive no meio de muitas dúvidas, quando sua professora passa a tarefa de escrever uma redação em que o tema é o que quer ser quando crescer, o que talvez esse menino conclua em seu processo mental é que a vida é boa, que não quer crescer, isso devido o amor que a mãe transmite e cuidado com muito carinho, então conclui que não necessita de mais nada. O que nos leva a mesma conclusão quando no filme expressa que a mãe dele não nasceu para outra coisa a não ser, ser mãe. Um dos temas centrais do filme que é abordado é o medo do abandono que Nicolau sente, por acreditar que irá ter um irmão, e como isso toda a atenção e amor que recebe dos pais será direcionada ao novo filho, levando a crer que será abandonado em uma floresta. É na fase fálica onde emerge a curiosidade sexual e que temos o desenvolvimento do complexo de Édipo.
Para Freud, o complexo de Édipo é uma etapa fundamental do desenvolvimento psicossexual da criança, usemos aqui como exemplo o modelo familiar de Nicolau, uma relação triangular, mesmo modelo que Freud usou para designar uma dinâmica familiar de sua época. Quando ocorrida nos meninos, experimentam sentimentos intensos de ciúme, amor e ódio, que desaparecem assim que eles tenham se identificado com o pai e aprendido a reprimir seus instintos sexuais. Freud indicou que o complexo de Édipo constituiria a estrutura das neuroses e que a tarefa da psicanálise consisti em elaborar a fixação edipiana; o amor a mãe e o ódio ao pai, de modo que o indivíduo possa encontrar substitutos socialmente aceitáveis de sua mãe e, assim, reconciliar-se com seu pai, importante salientar que mãe e pai pode ser qualquer indivíduo que desempenhe as função de pai e mãe. O complexo de édipo é derrubado nos meninos pela ameaça da castração que pensa que perderá o pênis caso se oponha a esta figura fisicamente maior. Definisse que ocorreu a resolução do complexo de édipo com a dessexualização dos pais, recalcando esses desejos, protegendo o pênis e o abandono da mãe.
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