Rede de Atenção Psicossocial: Qual o Lugar da Saúde Mental?
Por: Raquel Caroline • 4/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.228 Palavras (5 Páginas) • 282 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
RAQUEL CAROLINE SANTOS DE ALMEIDA
CLÍNICA DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Rede de Atenção Psicossocial: Qual o lugar da Saúde Mental?
FICHAMENTO
1) INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA:
QUINDERE, Paulo Henrique Dias; JORGE, Maria Salete Bessa; FRANCO, Túlio Batista. Rede de Atenção Psicossocial: o lugar da saúde mental ?. Physis , Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 253-271, março de 2014. Disponível em
2) RESUMO:
Neste artigo vemos a alta complexidade dos problemas de saúde, geralmente envolvendo vários campos de saber, pela interdisciplinaridade inerente às questões da saúde, e multiplicidade de atores sociais implicados com a gestão e o cuidado, as redes se tornam uma prerrogativa para seu funcionamento, sendo inerentes ao trabalho voltado ao cuidado em saúde.
Inicialmente, o projeto do SUS era constituir uma estrutura piramidal de acesso aos diversos níveis do serviço de saúde. Contudo, o sistema precisa funcionar de acordo com as necessidades de seus usuários, e não com base em forma preestabelecida, na qual os usuários é que têm de se encaixar.
Uma rede que se articula, sobretudo no plano do trabalho cotidiano, se realiza com fundamento em muitas articulações, e convive com o diferente, é capaz de dar expressão às múltiplas facetas que compõem a paisagem do SUS, em especial no âmbito do rico e dinâmico lugar de trabalho de cada um.
Este artigo trata-se de estudo do tipo qualitativo, cuja finalidade é a compreensão do conhecimento, buscando o sentido e o significado do fenômeno (MINAYO, 2007). Como técnicas e instrumentos de coleta de dados, optou-se a entrevista semiestruturada e a observação sistemática. E em consonância com o exigido, o projeto foi submetido à análise do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e aprovado conforme processo n° 07520905-5.
Cada serviço de saúde mental se adapta com vistas a propiciar maior acesso às pessoas que dele necessitem. O apoio matricial consiste em atividades de atenção e de educação permanente realizadas pelos profissionais dos serviços de saúde mental em parceria com os profissionais do Programa Saúde da Família.
Como mostram os discursos, os serviços viabilizam diversas formas de acesso aos cuidados necessários; assim, a população pode ser assistida, principalmente durante os fins de semana, quando os serviços de referência secundária Caps estão fechados.
O discurso demonstra a construção cotidiana de relações em rede, formadas entre hospital, Caps, domicílio do usuário, e neste caso específico, para acompanhamento do usuário. Como se pôde observar neste estudo, os serviços de saúde mental de Sobral não se consolidam como modelo piramidal por meio dos procedimentos de referência e contrarreferência, pois apresentam outras possibilidades de acesso aos serviços e procuram se adequar à demanda apresentada.
No entanto, como é preciso reconhecer, há vários tipos de redes presentes no serviço, ao mesmo tempo. Esta multiplicidade é própria da saúde, desde que analisada com foco na micropolítica do trabalho das equipes. Esta organização rompe com a ideia de modelo único, sem poder de flexibilização das ações, limitando a assistência e organizando a demanda de acordo com as necessidades do sistema e não de acordo com as necessidades dos usuários.
Os profissionais estão em vários serviços de saúde mental, nos múltiplos níveis de complexidade: Unidade de Internação Hospitalar, Caps e PSF. Pode-se ainda empiricamente comprovar que a "des-hierarquização" proposta pelo autor também é reforçada no presente estudo quando se nota a circulação dos usuários de saúde mental em níveis de complexidade diferentes ao mesmo tempo, desconstruindo a ideia enrijecida do modelo piramidal de atenção à saúde, onde o indivíduo só poderia estar em um nível hierárquico por vez.
Conforme o estudo demonstrou, os serviços de saúde mental em Sobral convivem com diferentes arranjos em rede. Demonstra ainda diversidade de dispositivos de cuidado existentes na rede, o que possibilita a negociação de projetos terapêuticos menos medicalizantes, apesar de permanecer uma atenção especial dos trabalhadores quanto à centralidade da administração da medicação. O estudo reforça a necessidade de se avaliar os serviços de saúde mental, na perspectiva dos arranjos de trabalho existentes, no âmbito da sua micropolítica.
3) CITAÇÕES E COMENTÁRIOS:
A equipe deve estar preparada para receber o paciente. Não adianta ter um modelo assistencial regulamentado no papel, são as ações que iram definir esses pressupostos, levando aos pacientes, integridade no acolhimento.
...sempre presente na agenda dos gestores e formuladores das políticas de saúde é a constituição de redes assistenciais. O pressuposto é que não há um equipamento ou mesmo equipe de saúde considerado autossuficiente na produção do cuidado. (QUINDERÉ, 2014, p. 254)
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