Reflexao encontro marcado com a loucura
Por: lealpromo • 22/11/2015 • Resenha • 1.152 Palavras (5 Páginas) • 716 Visualizações
Tania Cociuffo inicia o livro contando o envolvimento mediante o convite para dar aula de Psicopatologia para estudantes de Psicologia na pratica hospitalar. A partir deste livro, podemos perceber vários debates acerca das causas da loucura e sobre esta metodologia proposta que seria a do método mestiço. A autora então faz um levantamento sobre a história da Psiquiatria, passando pela introdução da psiquiatria e das instituições manicomiais até os dias atuais, assim como sua experiência adquirida nestas instituições. A autora conta o caso “Maria”, onde podemos entender e desmistificar a loucura, pois se trata de respostas a um cotidiano sofrido, cheio de limitações, onde o sujeito não consegue “dar conta” de todos os acontecimentos de sua vida. Sobre a concepção, Pessotti fala da loucura como sendo a perda das capacidades racionais ou a falência do controle voluntário sobre as paixões, e sendo entendida como tal, teria sua origem com o início da história da espécie humana. Ou seja, ela remonta uma historia que vem da Grécia, com Homero (700 a.C.), Ésquilo (525 a.C.), Sófocles (496-406 a.C.), Platão (427 – 327 a.C.), Hipócrates (460380 a.C.) e Galeno (131-200 a.C.). Esses modelos persistem sob as teorias mais diversas, com o modelo mitológico-religioso, o modelo psicológico e o modelo organicista. Somente com o Renascimento e a Reforma (século VX) é que instala uma concepção cientifica sobre a loucura, tendo como marco inaugural o Tratado de Pinel (1801). Pinel (1745-1826) deu ênfase aos aspectos comportamentais da loucura, contrariando a tendência vigente na época. Surgem então duas tendências científicas para a loucura. Uma denominada organicista, acreditava que a histeria era uma doença cerebral, de natureza fisiológica ou de substrato hereditário. Outra, a psicogênese, concebia a histeria como sendo uma afecção psíquica, ou seja, uma Data: 01/04/12
neurose (em 1769, o medico Willian Cullen, introduziu o termo “neurose”, sendo uma doença nervosa). Em 1843, o medico James Braid, introduziu o termo “hipnotismo”, que tinha o objetivo de provocar o “estado de sono” desperto no paciente, o que ressaltava a natureza psicológica e não fluídica da relação. Bleuer contribuiu para que a loucura ganhasse vozes, dando importância para a fala do paciente, característica da Psicanálise. E com a Psicanalise, surge a idéia de um outro olhar sobre o sujeito, entendendo-o a partir de sua subjetividade. A autora relata o inicio da Psicofarmacologia em 1950, divididos de acordo com a suas estruturas químicas, drogas antipsicóticas, neuropléticas, antidepressivos e ansiolíticos, sua utilização e a necessidade de se ter um acompanhamento psicológico, visto que a medicação promove a remissão dos sintomas e não a cura. “A principio, a psicofarmacologia deu ao homem uma recuperação da liberdade. (...) os neuropleticos devolveram a fala ao louco. Permitiram sua reintegração na cidade. Graças a eles, os tratamentos bárbaros e ineficazes foram abandonados. Quanto aos ansiolíticos e aos antidepressivos, trouxeram aos neuróticos e aos deprimidos uma tranquilidade maior.” (p.34) Na autora discorre sobre a Psicanalise, com o trabalho científico de Freud e Breuer sobre a histeria, que culminaria com o descobrimento da possibilidade de “cura” pela fala livre dos pacientes e com a definição de neuróticos e psicóticos. Ao comentar sobre o estudo da psicopatologia Cociuffo aborda a necessidade do resgate da identidade do sujeito adoecido psiquicamente, através da relação social, livre de preconceitos e reservas para com o indivíduo. Fala sobre a importância do pathos, que é essa paixão, experiência, sofrimento. Ainda na Psicanalise, entra agora a figura de Melanie Klein, onde, não há uma fronteira nítida delimitando o território da neurose e da psicose, a distinção entre ambas é dada pelo caráter regressivo que pode atingir determinados aspectos do funcionamento psíquico, preservando outros. Outro autor importante sobre a psicose que é W.R. Bion (1897-1979), sendo fiel ao modelo kleiniano. O paciente psiquiátrico, como a autora descreve, não é um código no catálogo psicopatológico, e sim um sujeito que sofre dentro de um quadro psicopatológico, necessitado de orientação sobre si mesmo e sobre o mundo, para ele cheio de incongruências, mas que possui na sua psique uma parte sadia do ego, na qual deveremos nos apoiar e fortalecer durante o tratamento. A autora explica sobre o curso de Psicologia, sobre a aula de Psicopatologia
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