Reflexão Crítica: ‘’ Nunca lhe prometi um jardim de rosas. ’’
Por: Eloísa Santos • 2/11/2017 • Resenha • 664 Palavras (3 Páginas) • 562 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
Curso de Graduação em Psicologia
São José do Rio Pardo – SP
Eloísa Santos Justino – C06954-0
Reflexão Crítica: ‘’ Nunca lhe prometi um jardim de rosas. ’’
São José do Rio Pardo
Outubro/2017[pic 1]
O livro ‘’ Nunca lhe prometi um jardim de rosas ‘’, conta a história de Débora, uma garota de dezesseis anos, que é internada em um hospital psiquiátrico por seus pais, com o diagnóstico de Esquizofrenia. A Esquizofrenia trata-se de uma síndrome psicótica com profunda alteração do eu-mundo, acarretando na perda de contato com a realidade, pois o paciente vivencia sintomas como alucinações, delírios, percepções delirantes, entre outros sintomas.
O paciente esquizofrênico vivencia momentos em contato com a realidade externa e o mundo interno, e em algumas situações tem consciência do que está acontecendo consigo em determinada ocasião. Como acontece com Débora, no momento de sua primeira entrevista no hospital, em que tenta formular respostas a Dr. Fried, para que não fosse considerada louca, mas em outros momentos não conseguia se manter firme na realidade, e vivencia histórias no mundo ‘’Yr’’, que era resultado da sua percepção delirante.
Na história de Débora, percebe-se a dificuldade da família em aceitar sua demência, fica claro quando os pais da garota combinam qual seria a justificativa para os outros membros da família sobre o afastamento de Débora. Fatores multifatoriais, podem influenciar a desencadear a esquizofrenia, mas o ambiente em que este paciente está envolvido, sua relação familiar, o clima afetivo que envolve a família, as relações estabelecidas podem afetar negativamente o diagnóstico da esquizofrenia.
No decorrer do livro a adolescente relata sobre seus problemas escolares e também a dificuldade de fazer amigos, e em conversa com a doutora ela relata sobre a retirada de um tumor no aparelho urinário, em que ela ressignifica esse momento traumático, fazendo-se a sentir como se ela estivesse suja.
O mundo ‘’Yr’’ para Débora, funciona como uma fuga da realidade, onde ela poderia ser livre, neste mundo ela se transforma em uma criatura como um ser superior, demonstrando uma tentativa de se proteger de todos que se aproximem dela. Fica possível compreender a vulnerabilidade do ser, e como ela fica em domínio destas alucinações que continham personagens que a zombavam, criticavam e influenciavam suas ações, percebe-se outro aspecto da esquizofrenia, que são os delírios contra si mesmo.
A importância terapêutica no tratamento do paciente esquizofrênico é retratada no livro, através da doutora Fried, que oferece a Débora, um espaço de acolhimento que tornou possível a desconstrução do mundo ‘’Yr’’ e a compreensão do mundo externo como contendo coisas boas. A expressão artística também é outro ponto importante na recuperação deste paciente, assim como na história, pode-se se observar em centros de acolhimento, como o CAPS, a utilização de meios artísticos, como desenhos, pinturas, músicas, uma maneira de possibilitar que este paciente expresse seus sentimentos, emoções através daquela arte que ele está produzindo, sendo uma maneira de relembrar e reabilitar suas capacidades e habilidades, com um cuidado para que tudo que é proposto tenha um fundamento teórico e objetivo terapêutico.
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