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Resenha: Diálogos entre a Ética e a Psicoterapia

Por:   •  12/4/2018  •  Resenha  •  424 Palavras (2 Páginas)  •  381 Visualizações

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 Resenha: Diálogos entre a Ética e a Psicoterapia

As autoras mencionam grande número de processos movidos na prática clínica da Psicologia em função de desvios de conduta ética por parte dos profissionais, que deixam de seguir os princípios éticos que norteiam a profissão. Desse modo, faz-se necessário construir novas realidades na prática psicoterápica mantendo questionamentos sobre a atuação profissional de forma a contribuir para reverter situações ocasionadoras de conflitos de ordem ética.

Torna-se necessário promover reflexões permanentes por parte dos profissionais, de modo que adquiram consciência da dimensão e importância da prática profissional como tendo uma função social e transformadora diante das demandas contemporâneas, sendo necessário que sejam desconstruídos padrões que perpetuem ideias engessadas.

As autoras apontam uma crítica extremamente importante em relação ao modelo clínico (originado do modelo médico), que foi historicamente exercido na prática psicológica, concebendo o sujeito de forma individualizada, adotando um caráter individualista, deslocando-o da realidade na qual está inserindo e  desconsiderando a multiplicidade de fatores que o constituem, reduzindo dessa maneira a clínica a um tratamento fragmentado sem considerar a totalidade humana.

A defesa apresentada no texto é a adoção de uma perspectiva que considere o indivíduo como sujeito coletivo, resultante de uma construção permanente, influenciado por diversos fatores (biológicos, históricos, sociais), independente da abordagem teórica adotada pelo terapeuta, é preciso compreender o ser humano como um todo (dimensão biopsicossocial). Torna-se assim, fundamental considerar a dialética das questões que permeiam a história e o ambiente social no qual o sujeito está inserindo, influenciando e sendo influenciado permanentemente.

Além da visão holística acerca dos sujeitos o psicoterapeuta precisará atuar com seriedade e comprometimento tendo consciência crítica acerca do seu papel social, do seu compromisso ético, assim precisará dedicar-se profissionalmente realizando ações como: estudo, leituras, aperfeiçoamentos, terapia pessoal, além da autoanálise que deve ser constante.

Cita-se no texto a 3ª versão do Código de Ética profissional do Psicólogo (27/08/2005) como sendo um instrumento  necessário para elucidar o trabalho do psicólogo, defendendo a seriedade de suas práticas, de modo que possa atender as demandas que emergem por parte da sociedade. Torna-se assim, um instrumento direcionado a reflexão e orientação sobre a atuação dos profissionais com seriedade, responsabilidade, livre de julgamentos, mantendo sigilo das situações e respeitando a diversidade humana, para isso, é preciso criação de novas formas de fiscalização delimitando as especificidades da prática psicoterápica.

Destaca-se ainda a abrangência do processo terapêutico como sendo um instrumento eficaz na ampliação do autoconhecimento, oferecendo aos indivíduos possibilidades para atuarem, interagirem socialmente, oferecendo assim, mecanismos que promovam uma trajetória emancipatória, contribuindo para reflexão e evolução de forma permanente.

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