Resenha Documentário Pedras Plantas e Outros caminhos

        

Resenha Critica “Pedras, plantas e outros caminhos”

         O documentário conta a história de um AT (Acompanhamento Terapêutico) feito por Thais, estudante do curso de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, e um morador de rua, Ney que possui um transtorno mental grave e faz uso prejudicial de drogas.

        Durante o documentário percebemos a relação, o vinculo e a confiança já estabelecida entre Thais e Ney, que durante o inicio não foi muito fácil, Thais relata no documentário que a família não acreditava em que o tratamento sem internação traria algum resultado para Ney, e que hoje todos possuem um bom vínculo, e que eles confiam no trabalho dela.

        Nos encontros que foram se tecendo o vinculo entre a acompanhante e o acompanhado, percebia-se os gestos, olhares, risos, gritos, o cuidado da Acompanhante Terapêutica com Ney, a forma como a relação possui respeito e carinho.

Durante o documentário Thais circula com Ney pelo bairro onde ele vive, o ajuda a carregar suas coisas, leva a sua garrafa de “pinga”, e em nenhum momento  retira isso dele, ela respeita quando ele não quer conversar, aguarda até que ele se sinta a vontade para falar com ela, ou até mesmo se retira quando Ney não quer conversar em algum determinado dia. Ela comenta no documentário que o AT é: “O AT é um amigo que tem uma disponibilidade diferente [...] nesse caso, nós dois amigos e eu vou chegar na praça e a gente vai fazer acontecer alguma coisa juntos”

        

O documentário “Pedras, plantas e outros caminhos” mostra com bastante cuidado a realidade como é o dia a dia de pessoas em situação de rua que sofrem de algum transtorno psiquiátrico. É bem claro que a população de rua está desamparada e necessitada muito mais de apenas uma moradia regular, mas principalmente ser vista pelo restante da sociedade, Ney vive em um espaço onde a um grande numero de pessoas circulando, em uma praça, e mesmo assim não é visto, não é escutado. Fazendo-me refletir do quanto ainda estamos contaminados com uma visão preconceituosa em relação aos moradores de rua, ignorando a existência de seres humanos, de pessoas com sentimentos e vontades.

O documentário nos instiga quanto futuros profissionais da psicologia, a nos desafiarmos, a formularmos, pensarmos novas maneiras de promover saúde, novas formas de abordagens terapêuticas, como no documentário que tivemos a oportunidade de visualizar um tratamento a céu aberto, caminhando junto lado a lado, paciente e terapeuta, fora do “padrão”, do modelo clinico. Promovendo assim a possibilidade de mudanças, qualificação e transformação na realidade social destes indivíduos, nem que seja mínima.