Resenha: “OS CORPOS DÓCEIS” do VIGIAR E PUNIR DE MICHEL FOUCAULT
Por: Gabriela Brito • 21/5/2020 • Resenha • 725 Palavras (3 Páginas) • 667 Visualizações
RESENHA: Os corpos dóceis
Foucault dá início ao capítulo falando de como os soldados eram descritos lá no século XVII, era como se os indivíduos tivessem nascido para isso, com sua estrutura corporal e atitudes determinantes ao que seriam no futuro, soldados, sendo um indivíduo muito mais difícil de se disciplinar. Não era como se escolhesse a profissão ideal e sim o contrário.
Já no século XVIII os soldados começaram a ser fabricados, tirados de um corpo antes considerado como desqualificado, uma massa sem forma, e a partir dessa massa eram montados soldados considerados ideais, por meio de coação lenta, que visa o tornar continuamente disponível e quase que uma máquina, onde suas ações são quase que automáticas, já que eram muito mais fáceis de se disciplinar do que os antes citados, soldados do século XVII.
Não foi a primeira vez que o corpo foi alvo e objeto de poder, e muito menos a última, já que os corpos estão sempre presos no interior de poderes que limitam, proíbem e obrigam, aí é que começa a se trabalhar com esses corpos, bem de perto, minuciosamente, o que implica numa coerção ininterrupta, que ocorre de acordo com uma codificação que decompõe ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos. E são esses métodos que chamamos de disciplina. Seu objetivo não é escravizar ou domesticar e sim de tornar esses indivíduos obedientes, mais propícios a seguirem as regras, aproveitando ao máximo desse corpo.
Para Foucault o corpo dócil é formado por duas coisas: utilidade no sentido de ativo economicamente e docilidade num sentido de submissão e de ser facilmente manipulável, o que torna o individuo a peça perfeita, já que continua movimentando a economia, mas deixa de ter força para ir contra algo, politicamente falando. A disciplina os coloca numa relação de utilidade-docilidade, que acaba conduzindo esses indivíduos a uma dissociação de poder, aumentando sua capacidade para fazer rodar a economia ao mesmo tempo que diminui sua energia, aquela que poderia render de sua própria capacidade, o tornando passivo.
Foucault fala de dois dispositivos utilizados para disciplinar esses indivíduos, sendo eles: a arte das distribuições e controle das atividades. Utiliza aquele soldado do século XVII como base para entender as práticas disciplinares que se seguem a partir daí, seja dos estudantes, dos operários, dos pacientes, dos loucos e até dos criminosos.
A arte das distribuições é um dos dispositivos de disciplinarização, é ela que ajuda nessa distribuição de corpos no espaço, individualizando os corpos, massificando, partindo da condição de: cada indivíduo no seu espaço e em cada espaço um indivíduo. A disciplina exige que esse espaço seja bem grande e fechado, como o visto em quartéis e escolas e após a revolução industrial nas fabricas, onde os indivíduos são colocados em fileiras segundo os critérios de comportamento, idade, desempenho, produtividade etc., respeitando não somente os critérios como também uma hierarquia. Essas localizações funcionais vão transformando aos poucos esses espaços antes livres, em locais especializados em vigiar e diminuir a troca de informações perigosas, além de criar espaços mais uteis. Permitindo que se controle cada sujeito individualmente ao mesmo tempo que controla todo mundo.
Já o controle de atividades é um dispositivo de
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