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Resenha - Promoção da Saúde Intervenções em Promoção da Saúde

Por:   •  14/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.628 Palavras (7 Páginas)  •  169 Visualizações

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RESENHA – PROMOÇÃO DA SAÚDE

William Avila Chaves

Intervenções em Promoção da Saúde – Faculdade IBGEN

Professor: Felipe Ornell

        O presente trabalho abordará como temática a Promoção da Saúde. Serão levantados alguns artigos científicos a respeito desse assunto para que possamos fazer uma análise crítica e uma discussão a respeito de como são usados os conceitos de promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde. Entendo que a compreensão dos conceitos relacionados a Promoção da Saúde seja bastante relevante para profissionais da Psicologia, permitindo uma ampliação do entendimento a respeito do significado de saúde e possibilitando o aumento na gama de estratégias, intervenções e ações de tais profissionais.

        Carvalho (2013) faz uma análise retrospectiva acerca da saúde pública. Esse autor discorre sobre eventos históricos que culminaram na Conferência Nacional de Saúde, em 1986, onde foi referendada uma proposta de Reforma Sanitária. Essa proposta foi entregue aos constituintes, que a absorvem em grande medida ao criarem os dispositivos constitucionais acerca da Ordem Social, o que posteriormente leva a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Carvalho (2013) discorre sobre os objetivos do SUS e destaca que “o SUS tem que se dedicar às ações de assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde” (p. 11). Carvalho (2013) apresenta o conceito de Promoção da Saúde, segundo o Glossário do Ministério da Saúde, assinalando que promover a saúde relaciona-se a agir de antemão, nas causas do adoecimento, contando com a participação da comunidade, de forma que atuem como sujeitos e atores no processo de melhoria de sua própria qualidade de vida e saúde. A proteção da saúde dedica-se aos riscos de adoecimento, com medidas como a vacinação, realização de exames preventivos, uso de flúor na água, etc. Enquanto que a Recuperação da Saúde consiste na ação mais evidente dentro do sistema de saúde, pois refere-se aos cuidados prestados às pessoas que já estão doentes. O autor supracitado, assim como o autor deste texto, lamenta o fato de geralmente “esquecermos que o maior objetivo da saúde é impedir que as pessoas adoeçam” p. (10) e que tendemos a reduzir a ação dos serviços de saúde a área de recuperação e ao tratamento de doenças, e acrescenta: “costumo dizer que quando temos que tratar de doentes ou acidentados, tenho uma sensação de fracasso dos serviços de saúde e da sociedade por não ter nem conseguido evitá-los” (p.11). (CARVALHO, 2013).

        Teixeira (2014) realiza um estudo sobre as práticas de promoção da saúde das equipes de Atenção Básica no Brasil. Nesse trabalho é destacado que a Promoção da Saúde recupera a saúde como prática socialmente construída, compreendendo o processo saúde doença a partir de sua relação com determinantes sociais e culturais, traduzindo-se em uma grande amplitude de possíveis estratégias e intervenções. De acordo com Teixeira (2014, p. 53), a Promoção da Saúde, como método, incorpora cinco grandes campos de ação: “elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis; reorientação dos sistemas e serviços de saúde; reforço da ação comunitária; criação de ambientes favoráveis à saúde e desenvolvimento de habilidades pessoais” (TEIXEIRA, 2014).

        Leandro-França e Giardini Murta (2014) apresentam uma discussão sobre os conceitos de prevenção e promoção de saúde mental no contexto do envelhecimento. Tais autores afirmam que os conceitos de prevenção e promoção de saúde ainda são controversos na literatura especializada e geram confusões em muitos profissionais dessa área; eles destacam, ainda, a relevância de considerarmos aspectos históricos para delimitação desses conceitos. De acordo com os autores supracitados, o conceito de prevenção de saúde mental atualmente relaciona-se “a diminuição dos riscos de surgimento de problemas ou transtornos, avaliados conforme os níveis de exposição ao risco e o tratamento foca no atendimento assistencial, breve ou prolongado, àqueles que possuem um diagnóstico de um transtorno mental” (p..323). No que se refere ao conceito de promoção da saúde, esses autores discorrem sobre as mudanças na conceituação e entendimento sobre saúde, de forma que a promoção passa a não focar-se exclusivamente na doença, mas sim levar em consideração “os determinantes da saúde com destaque para o fator ”estilo de vida”, que propõe uma visão comportamental preventiva da saúde com foco na ação pessoal” (p. 323). Tais mudanças culminaram com a Conferência Internacional sobre Promoção à Saúde, ocorrida em novembro de 1986 no Canadá, que resultou na “Carta de Otawa”. Nesse documento são apresentadas orientações que visam fundamentar ações de promoção à saúde em todo o mundo, tais como:

(1) implementação de políticas públicas saudáveis, (2) criação de ambientes favoráveis à saúde com foco na proteção do meio ambiente e conservação dos recursos naturais, (3) implantação de serviços de saúde com foco na saúde e não na doença, 4) desenvolvimento de ações de saúde com a participação da comunidade de forma a promover o empoderamento comunitário por meio de suporte pessoal e social, e (5) fortalecimento das habilidades pessoais com uso de estratégias que promovam o aprendizado de novas competências que ajudem o indivíduo a lidar com as adversidades do ciclo da vida (LEANDRO-FRANÇA; GIARDINI MURTA, 2014, p. 323).

         Contini (2000) apresenta reflexões a respeito do conceito de saúde no âmbito do profissional de psicologia que atua na educação. Essa autora destaca que é importante, primeiramente, levar em consideração o conceito ampliado e positivo de saúde para que o profissional de psicologia possa colocar-se como um promotor de saúde da população. Contini (2000) compreende que a promoção da saúde define-se a partir de uma visão sistêmica da saúde, “compreendendo que fatores relacionados ao modo de vida dos homens estarão atuando de forma direta nas reais possibilidades de uma vida saudável ou não” (p. 47).    Tal autora destaca que a Escola tem papel importante no processo de desenvolvimento da saúde e apresenta discussões e reflexões a respeito da atuação do psicólogo nesse contexto, ressaltando que esses profissionais precisam superar a prática da prevenção, pois tal prática centra-se na visão da patologia, focando-se no desenvolvimento de ações para prevenir o aparecimento doenças. Para o psicologo atuar como verdadeiro promotor de saúde é fundamental que seu trabalho não esteja focado e pautado exclusivamente na doença, mas sim na saúde (CONTINI, 2000).

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