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Resenha crítica do filme ''A pele que habito'', de Pedro Almodovár

Por:   •  8/11/2015  •  Resenha  •  969 Palavras (4 Páginas)  •  2.251 Visualizações

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Faculdade de Comunicação Social (FCS)
Disciplina: Psicologia Aplicada à Comunicação Social.
Docente: Renata Valentim.
Discente: Camila Luz Braz.                                       Matrícula:
 201420643811.
Período: 2014.2.

Resenha crítica sobre o filme “A pele que habito”

O filme espanhol “A pele que habito”, produzido por Pedro Almodóvar, apresenta como personagem principal Roberto (Antonio Banderas), um cirurgião plástico que tem como principal objetivo criar um tipo de pele humana resistente a tudo – desde queimaduras a picadas de mosquitos. De modo a consolidar seu plano, Roberto opta por tomar atitudes inescrupulosas e fora de conduta, uma vez que se encontra obcecado e perturbado pelo acidente e morte de sua esposa. Gal, como é chamada na trama, sofre um acidente de carro que a deixa com o corpo e o rosto completamente queimados; mesmo assim, consegue sobreviver e, em seguida, recebe os cuidados de seu amor que promete reconstituí-la.

Contudo, um belo dia, ao ver sua imagem refletida em uma das portas de vidro da fenestra, assustada e perplexa, Gal comete um suicídio se jogando janela abaixo. Norma (Ana Mena e Blanca Suárez), a filha única do então casal, presencia a morte da mãe e fica traumatizada, apresentando, posteriormente problemas psicológicos. Além disso, Norma, em sua adolescência sofre um possível estupro, fato que acabou fazendo com que seus problemas anteriores se generalizassem, levando-a também a um posterior suicídio. Desse modo, a partir dessa série de acontecimentos, o protagonista, sustentado por sentimentos como ódio, obsessão e vingança resultantes das perdas sofridas, passa a dedicar-se veemente pela sua pesquisa.

Inicialmente, a fim de vingar-se da morte de sua filha, Roberto seqüestra e encarcera em torno de 12 anos o suposto estuprador – Vicente (Jan Comet) – e o faz de cobaia para sua pesquisa. O cirurgião consegue o transformar em uma mulher após submetê-lo a uma sucessão de operações. Depois disso, Vicente assume uma nova identidade, passando a ser chamado de Vera (Elena Anaya). Conforme planejava, Roberto o constituiu completamente à fisionomia de sua falecida esposa. Após concluir todas as cirurgias, o médico promete dar “liberdade” a Vera e em troca, ela lhe promete fidelidade. Entretanto, isso apenas fazia parte de um plano criado para vingar-se dele, em que ela o mata no final, junto com Marilia (Marisa Paredes), mãe e principal cúmplice do médico. Feito isso, ela foge na busca de reencontrar sua mãe (Susi Sánchez).

A sinopse deste fantástico longa já me chamava muita atenção desde quando eu estava no ensino médio, quando ouvi falar dele pela primeira vez e, coincidentemente, era a sua época de lançamento no Brasil. No entanto, antes já havia ouvido o nome de Pedro Almodóvar e sobre seus filmes, todos apresentando os personagens com alguns sentimentos e aspectos em comum – angústia, insanidade, vingança, ódio, dor, agonia, obsessão, egoísmo e frustração – e, pelo menos, a maioria deles consegui ver no personagem interpretado por Antonio Banderas. Os outros personagens da trama também apresentavam algumas dessas características, porém não na mesma intensidade que o protagonista, obviamente, por estar muito próximo dos fatos ocorridos e assim, ser diretamente afetado por cada um.

Nessa perspectiva, os atores ao interpretarem seus respectivos personagens utilizaram forma tão forte e intensa os sentimentos acima citados que, eu, como espectadora, me identificava. Em diversas situações difíceis que passei cheguei a pensar e sentir o mesmo que Roberto, por exemplo, no momento em que o personagem se depara com sua filha em depressão e internada na clínica psiquiátrica. Inclusive, nesse caso, até mesmo a situação era semelhante a minha – momento em que a minha mãe entrou em depressão aguda. Procurava entender o que se passava com ela e, ao mesmo tempo, sentia tristeza, ódio, angústia e vontade de despejar tudo isso de algum modo. Aos poucos, me afastei dos meus amigos porque, na maioria das vezes os tratava com hostilidade.

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