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Sobre a morte e o morrer

Por:   •  28/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.194 Palavras (5 Páginas)  •  260 Visualizações

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Prova Parcial acerca das Vivências da Leitura do livro: “Sobre a morte e o morrer” de Elizabeth Kluber Ross

As questões terão peso máximo de (2.5) pontos sendo que para correção serão avaliadas coerência da ideias, interpretação e redação. Tempo de prova 2 horas.

  1. São muitas as questões envolvendo o processo da morte e do morrer. Sob o ponto de vista psicológico comente o processo trazendo as principais ideias da autora.

  • A autora destaca o medo e as dificuldades que a nossa sociedade tem em lidar com o processo da morte e do morrer. Apesar de muitos problemas que atingiam diretamente o estado de saúde dos seres humanos terem sido erradicados ou possíveis de tratamento, as doenças associadas a velhice trazem consigo uma vasta gama de sentimentos e reações em quem as vivencia, direta ou indiretamente. Não somente sintomas físicos, mas também sintomas emocionais são as grandes causas da procura de tratamento, para que se torne possível alcançar certo grau de equilíbrio. O tratamento consiste em vários fatores, variando de pessoa para pessoa, e não precisa ser necessariamente com um terapeuta, mas com a assistente social, com o padre ou até mesmo buscando ajuda com quem se dispõe a ouvir. A dificuldade em aceitar a nossa própria morte pode ser explicada do ponto de vista psiquiátrico, o qual afirma que “em nosso inconsciente, a morte nunca é possível em nós mesmos”. Todos sabemos que estamos sujeitos a morrer devido a fatores externos a qualquer instante, seja dirigindo um carro, nadando na praia ou atravessando a rua, mas existe certa resistência em acreditar na morte devido à idade avançada, devido a velhice. As reações das pessoas frente a morte é o fator principal abordado no livro, assim como o sentimento de culpa de quem fica. Morrer pode ser doloroso para alguns, mas libertador para outros. Há quem tenha medo de morrer sozinho em uma maca de hospital e prefira passar seus últimos dias em casa, na companhia dos entes queridos, há quem busque toda e qualquer forma de tratamento em hospitais antes de aceitar o fim iminente. A autora destaca também a importância de dar ouvidos as opiniões e necessidades dos pacientes em fase terminal, o que se torna possível perceber nos relatos. Um simples ato de empatia com o paciente, mostrar-se disponível para quando houver necessidade de diálogo, um gesto amigável, é o que falta para proporcionar certo alívio perante tal situação.
  1. Segundo a autora da obra existem alguns estágios que o ser humano vive antes da morte. Descreva estes processos abordando os principais aspectos.
  • Primeiro estágio: negação e isolamento. Os pacientes que vivenciam esta fase possuem dificuldade em aceitar a doença, por isso, eles utilizam de frases como “isso não pode ser verdade” e acreditam que “houve um engano no diagnóstico”. É muito comum que ao receber a notícia da doença os pacientes procurem um ou mais médicos na expectativa de que tudo não passasse de um engano. A negação é temporária e se torna mais evidente em pacientes que estavam, de certo modo, despreparados para receber tal notícia, mas é utilizada por todos os pacientes nos primeiros estágios da doença. A autora destaca a importância do diálogo entre médicos, familiares e os próprios pacientes, para que haja maior aceitação da situação em que eles se encontram, porém, respeitando o tempo de cada um.
  • Segundo estágio: raiva. Os pacientes sentem uma mistura de raiva, revolta, inveja e ressentimento. Frases como “por que não poderia ter sido fulano?” se mostram bastante presentes nos casos relatados pela autora, assim como casos em que os pacientes se rebelam contra Deus. A raiva acaba sendo extravasada em todas as direções, atingindo médicos, enfermeiras e até mesmo os familiares. É importante saber lidar com a raiva dos pacientes, saber ouvi-los e tolerar comportamentos derivados de raiva, pois ajudam a expressar suas indignações.
  • Terceiro estágio: barganha. Os pacientes pensam em alguma forma de superar a doença, comumente barganhando com Deus. Eles pedem que seja possível realizar mais alguma coisa antes de partir, como presenciar a formatura de um filho.
  • Quarto estágio: depressão. É caracterizada pelo sentimento de perda, o qual varia de pessoa para pessoa, podendo ser bastante subjetivo. Uma mistura da visão que o paciente tem de si mesmo e de tudo que teve que abrir mão para chegar onde está, a perda do emprego, de bens materiais para conseguir dinheiro e bancar os custos do hospital, dentre vários outros fatores. Segundo a autora, existem dois tipos de depressão: a reativa e a preparatória. A depressão reativa é caracterizada por um momento de tristeza perante algo que pode ser, relativamente, melhorado, como no exemplo da mulher que não se sente feminina pelo fato de ter retirado as mamas, mas que sabe que existe a possibilidade da colocação de próteses de mama para se auto afirmar. Já a depressão preparatória diz respeito a perdas iminentes e deve-se deixar que o paciente exteriorize seus sentimentos, mas nem sempre há necessidade de conversa. Seus sentimentos são exteriorizados através de pequenos gestos, como um olhar mais demorado, um toque carinhoso, etc.
  • Quinto estágio: aceitação. É preciso de tempo para alcançar. O paciente passa por todos os estágios descritos acima e já não se sente tão disposto como antes, agora dorme mais do que antes, interage pouco com as pessoas – até mesmo a presença de familiares chega a ser cansativa –, ele começa a vivenciar, então, o fim da luta. Os familiares sentem que a perda se aproxima e é a partir disso que buscam ajuda para si, para que consigam enfrentar o que está por vir.
  1. Explique com suas palavras como funciona a terapia com os doentes em fase terminal.
  • Os pacientes em fase terminal, como relatados no livro, carecem de tempo para serem ouvidos. É de suma importância que compreendam o processo da morte e facilitaria muito se não tivessem o medo de morrer, fato este a ser trabalhado no livro durante os acompanhamentos com o terapeuta, médico ou capelão. É fundamental que se respeite o tempo de cada paciente, dando oportunidades para que falem quando assim for desejado, proporcionando alívio de mágoas e livrando-os de certa culpa que possam ter. É impressionante como, em alguns casos, depois que o paciente se sentiu confortável para se abrir e contar o que lhe afligia, morreu logo em seguida. Há uma certa leveza no ato de dialogar e expor o que estava sendo guardado por tanto tempo. É possível ainda, que tais pacientes sejam encaminhados para a terapia de grupo, onde além de expor o que sentem, tora-se possível escutar histórias semelhantes as suas. Após enfrentar os estágios descritos anteriormente, o paciente entra em um estágio de silêncio. Este parece ser o momento mais torturante para a família, pois, apesar de querer que o sofrimento acabe, têm consciência de que irá perder um ente querido. O paciente fica em silêncio, apenas aprecia a companhia que lhe é oferecida antes de partir. Nesta hora, muitos procuram a ajuda de um terapeuta para facilitar a compreensão do processo da morte e do morrer.
  1. A partir das entrevistas realizadas com pacientes em fase terminal qual a sua concepção a respeito do adoecer e do morrer.

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