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Síntese do Livro Psicoterapia do Oprimido

Por:   •  10/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.404 Palavras (6 Páginas)  •  714 Visualizações

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Síntese do Livro Psicoterapia do oprimido

O livro de Alfredo Moffatt “Psicoterapia do oprimido” relata sobre a decadência do sistema manicomial com base na desigualdade social. O sistema decadente que os manicômios são dirigidos causa a despersonalização do paciente, Alfredo nomeia esta fase como “amputação” pois tudo que caracteriza o paciente como “alguém” é danificado amputado. (MOFFATT, p. 15.)

O autor menciona que a amputação mais difícil e cruel que o internado possa ter é a perda da sua dignidade, a forma pela qual são tratados a ponto de se sentirem incompetente, sem a possibilidade de agir autonomamente tudo o que é falado ou feito é visto como “coisa de louco”.

Moffat, em seu primeiro capítulo aborda cinco aspectos fundamentais e presente nos hospitais psiquiátricos: o habitat manicomial, nível corporal, instrumentos, comunicação, o processo temporal. Descrevendo o habitat manicomial de duas formas, como lugar físico, caracterizado por tudo ser coletivo e os pacientes vivem em um lugar unissexual, e também sem a oportunidade de ter um período de isolamento que permita se encontrar com o seu Eu. Relata que os manicômios parecem mais como o sistema de penitência, e o espaço ambiental que é descrito como um lugar que possui forte odor, objetos velhos, escuro parecendo estar abandonado.

O Nível Corporal para o autor, é a maneira de “ser-no-mundo” e a ferramenta que possibilita modificar o mundo, o corpo dos pacientes nos manicômios sofrem punições que são parecidas e consideradas como torturas. Este ato reforça que o paciente se sinta um objeto e não uma pessoa. Os instrumentos utilizados nos manicômios mais comuns eram, a camisa de força e eletrochoque, tinham como funções de acalmar o internado que mais tarde foram substituídos pelos psicofármacos e a comunicação nos manicômios é descrita como extinta.

Moffatt encerra este capítulo abordando o processo temporal, que é como se o internado estivesse parado no tempo, sem uma perspectiva para o futuro, vivendo em um presente vazio.

Em seguida aborda sobre a ideologia adaptativa-repressiva, as condutas repressivas são baseadas e justificadas pelo sistema ideológico global, que são as normas de adaptação descritas como comportamentos “normais”. O indivíduo ao se desviar dessas adaptações são punidos. Para o autor a psiquiatria manicomial deixou as fórmulas brutais e sádicas nos casos modernos procurando fazer com que “os pobres se comportem bem sem apanhar”. As responsáveis pelas ideologias repressivas são duas ligadas com a cultura da pobreza, e outras duas da ideologia adaptativas que são a antropologia biológica e as sociedades beneficente, e por fim as do Ministério de educação e a igreja tradicional.

É importante ressaltar a história da colonização, visto que, não tratou de uma migração, mas sim de pessoas que se apropriaram das riquezas e benefícios daquela terra sem se importar com os danos causados. A colonização, ainda causa grandes danos em toda sociedade, um deles apontados por Moffatt, foi a divisão das classes entre europeus ´´civilizados`` e nativos visto como ´´bárbaros``, que reflete diretamente a nós.

Moffatt, aponta a situação de dependência cultural e ideológica como algo grave, dado que, as pessoas ficam em uma dependência, passam seus dias acreditando que vivem uma realidade que está muito distante, quando na verdade estão exclusos, deixando de viver sua verdadeira cultura crioula, adotando uma cultura europeia, obtendo um sentimento de frustração. Podemos destacar que o avanço tecnológico permite a manipulação por meios de informação (TV), ou seja, uma grande quantidade da população (classe operária) fica à mercê da minoria (imperialismo), que cada vez mais estabelece seu poder e ideologias através da manipulação. Passando a condicionar os pensamentos dos demais, induzindo mensagens em nível do inconsciente, como por exemplo o tema da colonização. (Moffatt, p. 102.)

Conseguimos então perceber as razões da população mais pobre sofrer mais com problemas mentais. No entanto essa população a mercê da desigualdade e do sistema, necessita recorrer a soluções rápidas e acessíveis para seus problemas, já que os profissionais burgueses, dito por Moffatt, cometem um egocentrismo que muitas das vezes não o percebem. (Moffatt, p. 103.)

Diante disso, o povo recorre então as psicoterapias não cientificas, não só por não terem condições de arcar com os honorários, mas pelo fato dos ´´terapeutas`` populares, ou seja, os curandeiros, lideres, videntes, ´´curarem``, considerando a visão de mundo e realidade dessas pessoas.

Moffatt, apresenta através de suas pesquisas, os diversos tipos de terapias não cientificas, os benefícios e malefícios que elas causam na população, como o acolhimento, o vínculo íntimo, afeto que é criado não só entre o ´´terapeuta`` popular, mas entre toda a comunidade, a sensação de pertencer a um grupo. No entanto podem causar também manipulação ideológica, aproveitamento da fragilidade das pessoas para ter um domínio sobre elas, e novamente uma divisão, entretanto uma divisão entre os agraciados pelo entendimento sobrenatural e os que sofrem e dependem da benção dos seus guias e líderes.

Contudo apresenta cinco grupos básicos de técnicas cientificas terapêuticas que são uteis para as esferas populares como a Psicanálise ligada a Enrique Pichon Reviere, Analise Comunicacional criado pelo Grupo de Alto, a Psicologia Social e Antropologia tendo como contribuintes Goffman, Franco Basaglia, Franz Fanon e o Grupo Ronald Laing, Joseph Berke e David Cooper, em seguida as

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