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Terapia cognitivo-comportamental de transtornos de abuso de álcool e drogas

Por:   •  27/9/2019  •  Resenha  •  1.158 Palavras (5 Páginas)  •  379 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

Daniel Freire Mendes Muricy ¹

Pâmela de Oliveira Rodrigues ¹

Tamires Carneiro Mota ¹

SMASHED. Direção de James Ponsoldt. Eua: Uploaded, 2013. (81 min.), BDRip, color.

RANGE, Bernard P e MARLATT, G Alan. Terapia cognitivo-comportamental de transtornos de abuso de álcool e drogas. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2008, vol.30, suppl.2, pp.s88-s95. 

SEADI, Susana M. Sastre. A Terapia Multifamiliar e a Dependência Química, Porto Alegre, mar. 2007

Disponível em:

Acesso em: 06 de abril de 2017

James Adam Ponsoldt (nascido em 1978) é um americano cineastaator e roteirista, agora com sede em Los Angeles, nasceu em Atenas, Geórgia.  Dirigiu os filmes de drama Off the Black (2006) e Smashed (2012), o drama de comédia romântico The Spectacular Now (2013) e o drama The End of the Tour (2015). Escreveu e dirigiu três curtas-metragens, Coming Down the Mountain (2003), Rush Tickets (2003) e Junebug e Hurricane (2004). 

O filme Smashed conta a história de uma jovem chamada Kate, uma professora cuja vida está completamente entregue ao alcoolismo, casada com o jornalista Charlie. As bebidas sempre estiveram presentes na vida de Kate, que nunca se deu conta de que isso poderia se tornar um problema (sua família sempre bebeu muito e o marido sempre a acompanha nos porres). Ela percebe que pode estar precisando de ajuda quando vai trabalhar de ressaca e acaba vomitando na frente dos alunos, o que a obriga a mentir dizendo estar grávida. Com a ajuda do colega Dave (Nick Offerman), ela vai parar nas reuniões dos Alcoólicos Anônimos, onde terá o apoio de Jenny. O problema é que essa redenção pode custar o casamento, já que o esposo, apesar de entender, não apóia inteiramente a decisão de Kate.

  A segunda cena do filme deixa claro o quanto a jovem é dependente do álcool, pois assim que a jovem estaciona o carro no estacionamento da escola ela toma dois goles de sua bebida antes de ir ao trabalho.  No decorrer da cena, Kate vomita em frente aos seus alunos e passa por uma situação constrangedora e delicada, tendo que mentir para seus alunos e para a diretora.

O alcoolismo tem sido estudado como uma condição psicopatológica que está relacionada a uma elevada taxa de transmissão familiar. Filhos de alcoolistas têm um risco cerca de quatro vezes maior de se tornarem alcoolistas na idade adulta se comparados com a população em geral (SEADI, 2007).

Segundo Seadi (2007), substância psicoativa é aquela da qual o indivíduo faz uso, independentemente da via de administração que, por ação no sistema nervoso central, altera o humor, a consciência, a sensopercepção, a cognição e a função cerebral.

Mesmo Kate percebendo a necessidade de parar de beber ela não consegue, vai até um mercado ao qual rouba uma garrafa de vinho. A necessidade de beber faz com que o sujeito perca o controle, sentir um desejo praticamente incontrolável e compulsivo de beber.

Rangé & Marlatt (2008), afirmam que o modelo de aprendizagem social considera que a aprendizagem do comportamento de beber resulta de influências sociais, familiares e de pares que modelam comportamentos, crenças e expectativas referentes ao álcool.

Em uma das cenas, ao conversar com a diretora da escola a qual trabalha Kate relata que não é próxima da mãe.

O consumo de drogas é associado com estilos de comunicação defeituosa e triangulada, a existência de famílias multiproblemáticas, conflitos conjugais, falta de acordos comuns, conflitos e pugnas entre pais e filhos, a existência de alianças e coalizões intergeracionais, a existência de violência intrafamiliar, padrões familiares repetitivos que perpetuam e mantém a adição como por exemplo, a existência de um membro que usa drogas, o ambiente e atmosfera familiar em que se privam as manifestações de afeto e reconhecimento a cada um dos integrantes, padrões ineficazes e estereotipados para resolver com as mesmas estratégias qualquer problema, a baixa satisfação familiar, a percepção familiar tendente a aspectos negativos, a ruptura familiar e a prática religiosa. (SEADI, 2007, p.19)

Na reunião do A.A, alguns participantes do grupo relatam quem não sabia o que fazer da vida, que roubavam coisas e que tinham insônia por saber das coisas erradas que faziam, mentiras contadas para se safar de situações, dentre outros, deixam claro quanto o álcool deturpa a vida do sujeito.

“Não sei se sou mesmo alcoólatra. Eu bebo muito. E sempre bebi muito. Todos que conheço bebem muito. Então nunca pensei que isso fosse um problema. Mas ultimamente, parece que tem sido, então...” Kate.

Para Payá e Figlie (2004), “o modelo comportamental baseia-se na teoria da aprendizagem e assume que as interações familiares podem reforçar o comportamento de consumo de álcool e drogas. O princípio é que os comportamentos são apreendidos e mantidos dentro de um esquema de reforçamento positivo e negativo nas interações familiares. Inclui a teoria da aprendizagem social, modelo do comportamento operante e condicionamento clássico, incluindo os processos cognitivos”.

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