A Terapia Cognitivo-Comportamental Como Tratamento Para Os Transtornos Alimentares

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A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL COMO TRATAMENTO PARA OS TRANSTORNOS ALIMENTARES – UMA REVISÃO DE LITERATURA

CAMILA DE MELO WEBER

Canoas

                                                          NOV/2021

TITULO

AUTORES – EU E COAUTORA (SUPER)

RESUMO

Os transtornos alimentares são síndromes comportamentais que acometem principalmente mulheres jovens, sendo causa de grande prejuízo na vida das pessoas. De ordem multifatorial, o entendimento dessa condição se dá através da dimensão biopsicossocial do indivíduo. Sabe-se que, no cerne desse transtorno, há uma preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal que são percebidas de forma distorcida pelos acometidos pela doença. O objetivo desse estudo é buscar na literatura a contribuição da terapia Cognitivo Comportamental para os transtornos alimentares, de forma a explanar suas associações com a TCC, bem como suas possibilidades de intervenção e tratamento. Esse estudo é uma revisão narrativa da literatura, através de uma busca bibliográfica exploratória em livros e artigos científicos. As publicações trazem a explanação de diversas técnicas para o tratamento dos transtornos alimentares e demonstram que a TCC é uma abordagem com muitos resultados positivos para o tratamento desse transtorno mostrando efetividade científica, embora sub-estudada.

Palavras-Chave: Transtornos Alimentares, Terapia cognitivo-comportamental, tratamento dos transtornos alimentares, técnicas cognitivas, técnicas comportamentais.

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Os números mundiais sobre a incidência dos transtornos alimentares nas últimas duas décadas, praticamente duplicaram, sendo o transtorno mental com as maiores taxas de mortalidade. Afeta, prioritariamente, mulheres jovens sendo maior na adolescência, o que é atribuído a essa ser uma fase de grande transformação das medidas corporais o que gera insatisfação com o corpo e grande desejo de emagrecimento. As causas são multifatoriais, podendo ser genéticas, psicológicas e socioculturais (Morgan, 2002).

Um Transtorno Alimentar é caracterizado por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação resultando no consumo ou a absorção alterada dos alimentos comprometendo sua saúde física, psicológica e seu funcionamento psicossocial. A percepção da imagem corporal dos indivíduos com esse transtorno está, em geral, distorcida, sendo um fator de grande relevância para o entendimento dessa condição (DSM-5, 2016).

Os Transtornos Alimentares (TAs) ou Transtornos do Comportamento Alimentar (TCA) podem ser entendidos como síndromes comportamentais que comprometem a integridade física, psicológica e social do indivíduo. De ordem genética, psicológica e sociocultural, sua etiologia é multifatorial e por esse motivo o tratamento dessa condição demanda intervenções interdisciplinares e multiprofissionais. Dessa forma, a equipe que oferece os cuidados para os indivíduos que são cometidos por esse transtorno conta com educadores físicos, enfermeiros, dentistas, médicos clínicos, nutricionistas, psicólogos, psiquiatras, entre outros (Oliveira, 2013).

A representação mental do corpo de um indivíduo está relacionada ao tamanho e forma do mesmo e isto está intimamente ligado a sentimentos, experiências e atitudes relacionadas a essas características. A imagem no espelho enquanto fenômeno físico é apenas um reflexo daquilo que somos, no entanto, não nos vimos de forma idêntica, há uma figuração mental baseada em crenças e valores culturais construídas em parte pela interação com o outro e relacionadas às necessidades de aprovação do indivíduo (Almeida, 2005).

A percepção da imagem corporal de um indivíduo é construída a partir da infância nas primeiras relações em que estabelece. Através das experiências de vida, essas concepções vão sendo mantidas ou modificadas constituindo suas crenças sobre esses aspectos. Essas crenças serão norteadoras para a interpretação e os comportamentos do indivíduo frente a situações diversas da vida, podendo ser funcionais ou disfuncionais, influenciado todas as dimensões da sua vida (Kramer, 2002).

Nessa perspectiva, a terapia cognitivo comportamental oferece grandes possibilidades de recuperação para as pessoas com TAs. O objetivo principal da TCC nos TAs é trabalhar as distorções cognitivas e as alterações comportamentais presentes no transtorno. O entendimento do processamento cognitivo e de como se dá a manutenção dos comportamentos disfuncionais é fundamental para os resultados positivos do tratamento (Finger, 2016).

As crenças distorcidas ou distorções cognitivas são ideias sobre si não congruentes com a realidade que influenciam o modo de pensar e de agir do indivíduo e que passam por um processo de manutenção cognitiva que as confirmam e mantém ao longo do tempo. Nos Transtornos Alimentares as crenças distorcidas são a respeito da forma corporal, do peso e da alimentação. O indivíduo então, relaciona sua magreza com competência, superioridade e sucesso e, a partir disso há uma preocupação excessiva em manter-se nessa condição que, erroneamente, está relacionada com seu valor pessoal em todas as dimensões da vida (Almeida, 2005)

Compreende-se que a TCC não é a única abordagem para o tratamento desse transtorno, mas entendendo que esse adoecimento tem aspectos relacionados a como esse indivíduo constrói sua imagem corporal, influenciado socio e culturalmente, fica bastante evidente que a cognição do sujeito é preponderante tanto no adoecimento, quanto na recuperação do mesmo. Sendo assim, o objetivo desse estudo é poder coletar da literatura conceitos e dados científicos que demonstrem de que forma a terapia cognitivo comportamental pode contribuir para o tratamento dos transtornos alimentares, apresentando dados científicos de efetividade, bem como suas possibilidades de intervenção, tratamentos e benefícios para as pessoas que são afetadas por esse transtorno.

O objetivo desse estudo é buscar na literatura a contribuição da terapia cognitivo comportamental para os transtornos alimentares, de forma a explanar suas associações com a TCC, bem como suas possibilidades de intervenção e tratamento. Para atingir tal objetivo, utilizou-se como método uma revisão narrativa da literatura. Os dados foram coletados através de uma busca exploratória dos principais bancos de dados de pesquisa como Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde, Periódicos Capes e livros. (colocar quantos artigos foram utilizados/escolhidos).