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Traumatismo Crânio Encefálico

Por:   •  17/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.475 Palavras (6 Páginas)  •  251 Visualizações

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FACULDADE HERRERO

Sirlete Terezinha Augusto

Simone Queiroz

        

TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO

Curitiba-PR

2021

FACULDADE HERRERO

Sirlete Terezinha Augusto

Simone Queiroz

TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO

Trabalho apresentado com requisito de obtenção de nota na disciplina de Neurofisiologia Aplicada a Psicologia, do curso de Psicologia da Faculdade Herrero. Orientadora: Profª, Mestre e Psicóloga Luciana Trad CRP 08/14048.

Curitiba-PR

2021

INTRODUÇÃO

                         

Traumatismo Crânio Encefálico (TCE) é toda lesão advinda de um trauma externo que acabe por mudar a anatomia do crânio, como uma fratura ou uma laceração, ou que prejudique as meninges, o encéfalo ou seus vasos, que podem levar a déficits temporários ou permanentes, de estrutura cognitiva ou funcional. As vítimas com TCE podem ter alterações em diversas áreas como no funcionamento físico, no cognitivo, no comportamental, emocional, social e profissional (MENON et al., 2010).  

Mundialmente, o TCE é uma das causas mais comuns de mortalidade e morbidade nos dias atuais. Ainda que o TCE leve apenas alguns segundos para acontecer, os efeitos deste duram por um grande tempo na vida da vítima, afetando sua qualidade de vida, e também afetam sua família.

        As principais causas de Traumatismo Crânio Encefálico são acidentes automobilísticos, agressões físicas e quedas, onde pelo menos metade das vítimas de TCE foram vítimas de acidentes automobilísticos.

Causa de morte por lesões traumáticas de pessoas de 5 a 44 anos, no mundo todo, equivalem a 10% do total de mortes. Nos EUA por ano, 1,7 milhões de pessoas tem casos de Traumatismo Crânio Encefálico, onde 52 mil acabam entrando em óbito, e 1,3 milhão acabam precisando de atendimento de urgência e emergência (FAUL et al., 2010). De 75% a 97% das mortes por trauma em crianças, o traumatismo crânio encefálico é a causa da morte (CARLI; ORLIAGUET, 2004). No Brasil, os dados não são tão diferentes, e a cada ano mais casos ocorrem.

FISIOPATOLOGIA

 São vários os coeficientes que definem a lesão causada pelo Traumatismo Crânio Encefálico. O processo é uma associação do dano neural, com ineficácia vascular e efeitos inflamatórios e pode durar até dias ou meses depois do trauma. Alguns aspectos sistêmicos podem piorar o quadro neurológico. A gravidade, tipo de lesão e extensão do TCE vão depender do tipo de impacto que a vítima recebeu e os mecanismos físicos do trauma.

        Para Mendelow et al., (1983), a distinção de movimentos acaba fazendo com que as veias se rompam, haja estiramento de axônios ou impacto do cérebro contra a caixa craniana. Todas estas possibilidades podem acontecer juntas ou isoladamente e causar 15 tipos de lesões. A vítima pode apresentar, de acordo com o tipo de trauma, fraturas, contusões, hematomas, concussão e lesão axonal difusa. Essas lesões que acontecem durante o trauma, são chamas lesões primárias.

        Logo após o trauma, podem acontecer as lesões secundárias, que acontecem pela correlação de aspectos intracerebrais e extracerebrais, onde células que não foram prejudicadas no momento em que o trauma ocorreu, mas que acabam sendo afetadas posteriormente.  O paciente pode ter danos neurológicos, psiquiátricos, funcionais e neuropsicológicos.

        Portanto, é importante, em todos os níveis de severidade do TCE ter uma avaliação neuropsicológica após o trauma. Entretanto, no Brasil, a avaliação neurológica em pacientes que tiveram Traumatismo Crânio Encefálico ainda pouco acontece, em grande parte dos hospitais privados e públicos do país não é ofertada para as vítimas.

CONSEQUENCIAS PSICÓLOGICAS

Diante do exposto, é possível avaliar a complexidade e a multiplicidade dos quadros clínicos que podem resultar do traumatismo crânio encefálico e a grande variabilidade de desfechos incapacitantes à distância. Há casos em que predomina um déficit cognitivo seletivo (por exemplo, na organização da pragmática da comunicação) e outros casos em que se observa um enfraquecimento geral na capacidade de enfrentar e administrar as situações cotidianas e no desempenho das atividades normais.

Este quadro sintomático terá inevitavelmente repercussões ao nível relacional e psicossocial, determinando consequências psicológicas importantes como, por exemplo, desvio do humor, ansiedade, insegurança nas próprias capacidades e consequente possível afastamento social.

Esses casos, em particular, muitas vezes parecem ser caracterizados pela fragmentação da autoimagem, com deterioração do senso de identidade pessoal. Embora as sequelas do traumatismo crânio encefálico possam ser heterogêneas, é interessante enfatizar a percepção de mudança vivenciada pelos próprios pacientes: eles não apenas relatam mudanças no nível físico, cognitivo e comportamental, mas também na participação em atividades significativas e em seus papéis sociais.

        As vítimas de TCE podem ter déficits neuropsicológicos que podem durar a vida toda. O comprometimento na vida do paciente pós-TCE, está ligado não somente aos fatores clínicos da lesão cerebral, mas particularidades como características pré-mórbidas de personalidade, idade, escolaridade também podem agravar o quadro.

        Um estudo clássico que ficou evidente é o caso de Phineas Gage (EUA), que foi atingido por uma barra de ferro de 1,5m em uma explosão, através de evidências científicas que, apesar da lesão nos lóbulos frontais do cérebro, sobreviveu, aparentemente sem sequelas, mas com alteração ocorreu na personalidade, emoções e consequentemente comportamento. Com este inicia-se o estudo sobre alterações dos lóbulos frontais, tidas, até então, como estruturas sem função e sem relação com o comportamento humano (CARMO, 2019).

Outro caso foi o do ex-piloto alemão Michael Schumacher, nos Alpes Franceses, que teve um trauma grave ao bater a cabeça em uma pedra enquanto esquiava. Deu entrada no hospital em coma, com hematomas intra-cranianos e um edema difuso. Haviam hematomas itracranianos e edema cerebral difuso. Após exames e procedimentos ficou constato que as lesões e hemorragias afetaram funções do cérebro e ficaram sequelas como distúrbios cognitivos (mudanças de comportamento, irritabilidade, lentidão, memória prejudicada e atenção) e, distúrbios de movimento (paralisia, perda de equilíbrio) (AMIB, 2014). Este é mais um caso de sobrevivência com disfunções neurológicas, seguida de morte.

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