Técnicas de Exame Psicológico E suas aplicações no Brasil. Ed. Vozes
Por: Lucas Roque • 14/9/2016 • Artigo • 2.249 Palavras (9 Páginas) • 443 Visualizações
Capitulo I
Os Testes constituem um dos grandes conjuntos de técnicas para exame e diagnóstico psicológico. Eles são instrumentos de diagnóstico, mas não devem ser considerados os instrumentos por excelência. O uso de testes é necessário, mas não dispensa a observação e a entrevista. A rigor, a válida interpretação dos resultados de um teste depende da complementação nos dados colhidos através da entrevista e da observação.
Caracterização dos testes psicológicos
Conceitualização
A palavra teste vem do latim (testis=testemunha) através do inglês (test=prova). Em sentido etimológico, fazer um teste seria dar testemunho ou fazer uma prova.
Para a medida são necessários:
1) A existência de um ponto ou estado de referência, isto é, o critério propriamente dito;
2) A uniformidade do estímulo, isto é, uma situação estimuladora padronizada. Um teste se é um instrumento de medida – e como tal apresenta os dois requisitos anteriores – é uma técnica experimental. Subentende uma elaboração matemática, longa e frequentemente delicada.
Como a amostra do comportamento, um teste não mede diretamente uma capacidade, uma função ou traço, mas sim o comportamento que é indicativo desses aspectos.
Abordagem psicométrica e abordagem projetiva, insistimos atrás em que o teste é uma medida, e como tal implica em quantificação. Essa abordagem do fenômeno psicológico é denominada psicométrica e frequentemente é considerada em oposição à abordagem projetiva, em que os instrumentos buscam revelar a qualidade da personalidade de um sujeito. Enquanto a psicométrica e a experimental põe ênfase na “medida de funções”, a projetiva e clínica acentua a “compreensão da personalidade total”.
Requisitos ou qualidades de um teste
Teste é um procedimento cientificamente elaborado, por isso exige a observância de uma série de requisitos ou qualidades.
Dentre esses, vários podem ser considerados principais ou indispensáveis, outros são correlatos de alguns dos principais, e, finalmente, pequeno número deles pode ser chamado de secundários.
São principais ou indispensáveis: validade, precisão ou fidedignidade, padronização e aferição.
São correlatos: a homogeneidade e a sensibilidade ou fineza discriminativa.
Os secundários são: simplicidade técnica; economia, facilidade e rapidez na aplicação, avaliação e interpretação, interesse despertado pela tarefa proposta.
Validade
Diz respeito ao fato do teste medir realmente aquilo que se propõe. Qualidade que aparentemente seria óbvia, em efeito não se apresenta assim, pois como afirmamos atrás, os testes não medem diretamente as capacidades, as funções ou os traços que se propõe como objetivo, mas sim indiretamente, através de amostras do comportamento.
Precisão ou Fidedignidade
A precisão de um teste, qualidade que se refere ao fato do instrumento medir bem, com acuracidade, é verificada através da fidedignidade, isto é, da confiança na permanência dos resultados. Nesse sentido as denominações também usadas são: fidelidade, constância e estabilidade.
Padronização ou Estandardização
Diz respeito à uniformidade de processos na aplicação, avaliação e interpretação do teste, pois, padronizar significa unificar, segundo um padrão, e no caso dos testes psicológicos, fixar critérios para se poder comparar objetivamente os resultados de deferentes indivíduos. É condição essencial do método experimental e da medida em geral. Um procedimento não pode se denominado teste se não apresenta uniformidade em todo seu processo.
Aferição para um Determinado Grupo
Aferição se refere à graduação do teste, à fixação de graus de resultados, de unidades de comportamento, a fim de se poder comparar objetivamente os resultados de diversos indivíduos. Aferir um teste é estabelecer as unidades ou normas, para avaliação e interpretação dos resultados no teste.
Na fase de elaboração do teste, a aferição está contida na padronização, constituindo a última etapa desse trabalho.
Homogeneidade e Sensibilidade
São as qualidades que apresentamos como correlatas.
A Homogeneidade – as diferentes partes que compõe o teste devem medir a mesma coisa – está ligada à validade. A homogeneidade só pode ser objeto de estudo em testes longos, compostos de muitos itens de variada natureza, e além do mais, mesmo em testes dessa ordem, dado o tipo próprio do instrumento e da variável em apreço, pode não ser conveniente à homogeneidade de suas partes.
A sensibilidade ou fineza discriminativa – o teste deve procurar estabelecer diferenciações reduzidas entre os sujeitos, ser o mais sensível possível isto é, ser capaz de discriminar finamente os sujeitos - está relacionada a aferição. A fineza discriminativa constitui um requisito ideal, no sentido de que quanto mais sensível for o teste, tanto mais valor apresentará como instrumento de medida. Está condicionada à qualidade da variável focalizada pelo teste
Classificação
A multiplicidade dos testes psicológicos determina esforço para sua classificação no sentido de estabelecer as grandes categorias de testes. Isto tem feito através de vários critérios não mutualmente exclusivos: o do uso do emprego, o da modalidade de apresentação, o da abordagem, o do objeto, o da natureza da função, e o da modalidade de construção.
Capitulo II
É importante para o teste como instrumento cientifico que seja usado adequadamente. Mas também pelos efeitos que tem sobre o sujeito, insiste-se nos cuidados indispensáveis e na exigência da pessoa habilitada para seu uso.
O código de ética profissional estipula as condições para usos de testes psicológicos, limitando-o ao psicólogo, isto é, à pessoa com formão exigida para esse título. Evita-se seu uso inadequado e, por outro lado, a familiarização com o material, que invalida o teste.
Evidentemente o bom uso dos testes psicológicos se inicia com a escolha
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