Violência de casal e seus possíveis fatores

Sabemos que o casamento moderno de hoje, exige ainda que o casal concilie seu projeto individual ao comum, da vida em dois. A pesquisa de Coelho (2016) refere que, um contraponto disto é o momento histórico, que traz ênfase à valorização da liberdade do indivíduo em detrimento do grupo, pelo individualismo da sociedade.

Pessoas, em casal, têm procurado parceiros que “completem” existencialmente a própria vida. A relação conjugal enfatiza hoje, portanto, mais a autonomia do que a dependência entre os parceiros.

A relação, por sua vez, exige inteligência interpessoal e intrapessoal, o que não é fácil para os casais. Os conflitos surgem de cônjuges que não se comunicam. Isto, por si só, gera distorção da mensagem enviada, ao receptor; faltam ações práticas na vida cotidiana do casal, devido à falta de comunicação. A relação sexual entre os parceiros também é afetada por tais conflitos (COELHO, 2016).

Pesquisas apontam, em relação aos conflitos na violência conjugal, que há um estereótipo socialmente aceito: mulher-vítima, homem-agressor. Casimiro (2008 apud COLOSSI, et al 2015) aponta que homens e mulheres se agridem de diferentes maneiras, num aspecto dinâmico em que as linhas agressor e vítima são mais tênues. Ou seja, o mesmo parceiro que agrediu pode ser, também, agredido.

Outro fator que pode gerar a violência conjugal é que a violência psicológica é naturalizada e vista, por casais, como solucionadora de conflitos. A necessidade seria reconhecer também, socialmente, xingamentos e insultos como violências. A agressão psicológica grave, por sua vez, parte das mulheres, a partir de tais insultos.

Já os homens, praticariam mais a coerção sexual grave e também a coerção sexual menor.

A condição socioeconômica é fator para que desencadeie, também, a violência: falta de políticas públicas e desemprego. Entretanto, quem está empregado na relação, muitas vezes sente que tem mais poder.

A falta de planejamento familiar pode ser ume stressor para o casal, devido ao alto número de compromissos. Casais sem acompanhamento das políticas de saúde também são mais propensos a menos planejamento familiar, e, consequentemente, estressores. Filhos que vivenciam a violência podem reproduzi-la pois já têm um modelo para o futuro (COLOSSI, et al, 2015).

COELHO, Viviane Mendes. Como a psicologia sistêmica pode contribuir no processo terapêutico de conflito. Pretextos: Revista de Graduação em Psicologia da PUC Minas, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p.86-104, fev., 2016.

COLOSSI, Patrícia Manozzo et al. Violência conjugal:: prevalência e fatores associados. Contextos Clínicos, São Leopoldo, Rs, v. 8, n. 1, p.55-77, jan/jun, 2015.

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